Alexandre Assolini e Juliano Cornacchia, fundadores da Vórtx: empresa começou a operar em 2016 (Vórtx/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 23 de março de 2021 às 08h00.
A fintech brasileira Vórtx, que oferece infraestrutura para o mercado financeiro, acaba de receber um aporte de 190 milhões de reais da gestora de private equity americana FTV Capital, que também investe no unicórnio brasileiro Ebanx. Com o investimento, a startup quer expandir sua atuação e planeja fazer pelo menos quatro aquisições em 2021.
“A Vortx está utilizando a tecnologia de forma eficaz para melhorar a qualidade do serviço financeiro e aumentar a eficiência operacional, diferenciando-se de seus concorrentes. Planejamos alavancar nosso histórico de sucesso de investimento em soluções de tecnologia de gestão de patrimônio e ativos para ajudar a Vortx a acelerar o crescimento”, diz Kyle Griswold, sócio da FTV Capital.
Antes dessa rodada, a Vórtx tinha levantado 7 milhões de reais em janeiro de 2018 com os ex-sócios da XP Marcelo Maisonnave, Pedro Englert e Eduardo Glitz. Na época, a fintech foi avaliada em 100 milhões de reais.
Lançada ao mercado em 2016, a Vórtx foi idealizada e fundada pelos advogados Juliano Cornacchia (presidente) e Alexandre Assolini (presidente do conselho), que perceberam uma grande oportunidade no mercado de investimentos brasileiro, que crescia rapidamente e demandava mais soluções de infraestrutura. Então, eles decidiram criar a fintech para suprir essa demanda. Hoje, ela oferece serviços principalmente para a estruturação de fundos de investimento e para emissão de dívidas no mercado de capital.
“O back office do mercado financeiro sempre foi burocrático e pouco tecnológico. Nós nascemos para mudar esse cenário e acreditamos que, com o auxílio de tecnologia, é possível aprimorar o atendimento dos clientes e escalar o negócios”, diz Cornacchia.
A empresa possui mais de 50 clientes, 125 bilhões de reais de ativos em custódia e um time com cerca de 160 funcionários. O faturamento anual exato não é divulgado, mas já ultrapassou a marca dos 100 milhões de reais.
Agora, com o aporte milionário, a empresa planeja expandir sua área de atuação no mercado financeiro. "Queremos ser uma plataforma completa para os clientes, como uma AWS do mercado de capitais. Se o cliente quiser abrir fundo, bastará apertar um botão e a gente entregá a solução", diz o fundador. Para isso, a companhia deve abrir mais 100 vagas de emprego até o final do ano, boa parte delas na área de tecnologia.
A fitech também usará parte do capital para dar continuidade a sua estratégia de fusões e aquisições. No ano passado, ela investiu na fintech Parfin, que atua no mercado de criptoativos, e na Preparo, especialista em recrutamento e seleção. Em 2019, adquiriu a Vorasys, de sistemas para o mercado de capitais.
Segundo o presidente, a expectativa é fazer mais duas aquisições no primeiro semestre deste ano e outras duas no segundo. O plano é escalar as operações da empresa para que ela esteja pronta em três ou quatro anos para abrir capital em Nasdaq.