Fundadores da Franq Openbank: fintech que oferece plataforma financeira a bancários independentes recebeu aporte de R$ 20 milhões (Franq Openbank/Divulgação)
Depois de mais de duas décadas no mercado financeiro, Paulo Silva fez um checklist das coisas que ainda podem melhorar no setor e, com a pandemia, parte desses itens - como o desemprego e a aposentadoria precoce de profissionais - passaram a ter posição ainda mais crítica nesta lista. Dessa premissa nasceu a Franq Openbank, fintech que mira bancários autônomos, há apenas dois anos. Nesta quarta-feira,16, a Franq anunciou uma captação de 20 milhões de reais pelo fundo Valor Capital Group.
De forma simplificada, o que a fintech faz é oferecer uma plataforma que conecta bancários autônomos e produtos financeiros a consumidores de todo o país. Um bancário pode oferecer a clientes, de maneira independente, mais de 70 produtos e serviços de 40 instituições financeiras. Na lista estão grandes bancos como Itaú, Santander e Bradesco e também fintechs, como Creditas, por exemplo. Já entre os produtos financeiros de destaque estão o crédito imobiliário e home equity.
A startup, que já conta com mais de 2.000 profissionais cadastrados, vê a distribuição de produtos e serviços financeiros como um desafio ainda maior para as fintechs. “Sentimos que a grande maioria das fintechs precisava dos bancários para conseguir atrair clientes”, disse Paulo Silva, CEO da Franq Openbank. “O consumidor ainda precisa de ajuda para tomar as melhores decisões, ainda mais com tantas opções”.
O olhar também está naquele profissional que, com a digitalização crescente das agências e serviços bancários, perdeu seu posto de trabalho. “Queremos dar a oportunidade para este personal banker continuar exercendo sua profissão, independente do momento da vida”, diz. A Franq também mira bancários aposentados, ainda em idade profissional. “Uma coisa muito comum neste setor é vermos profissionais se aposentando no auge da carreira por terem cumprido seu tempo de trabalho. Para essas pessoas que desejam continuar ativas, a Franq tem sido muito útil”, diz.
O Open Banking também serve de premissa básica nesse cenário. A menos de um mês do lançamento oficial da próxima fase, o novo sistema bancário irá afetar - e muito - a maneira como o consumidor acessa e escolhe produtos financeiros, segundo Silva. “Um cliente não irá querer falar com um bancário que ofereça a ele somente um produto ou serviço".
Grande parte do valor recebido será usado em tecnologia e operação, para que a plataforma possa suportar a demanda crescente de profissionais na plataforma. "Hoje há fila para entrar na Franq", diz o CEO. “O sistema financeiro do futuro será baseado em arquitetura aberta, e isso já é uma realidade. Agora, precisamos nos preparar para que sejamos capazes de permitir que todos estejam adaptados a isso e continuar sendo um delivery de open banking”.
A meta é encerrar o ano de 2021 com 12.000 bancários, cinco vezes o número atual, e em 2022, ter 25.000 bancários dentro da plataforma.
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