A pandemia viabilizou um recorde de novos negócios no Brasil. A expectativa é de a inovação também aumentar (fancycrave1 / Pixabay/Divulgação)
Os entraves e principais desafios da inovação brasileira em tempos da covid-19 são tema de discussão durante a 30ª Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação, evento online promovido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), e realizado em parceria com o Sebrae.
O congresso reúne representantes de incubadoras e aceleradoras de startups, parques tecnológicos e universidades para discutir o papel dos ambientes de inovação no contexto de pandemia e transformação digital.
Nesta quarta-feira, 24, os painéis irão abordar a influência do ecossistema de inovação no desenvolvimento do capital humano, na tomada de decisões de investidores e empreendedores, no desenvolvimento urbano sustentável e na geração de novas tecnologias.
“Queremos reunir o maior número de players para decidirmos, como ambientes de inovação no Brasil, as melhores ações para influenciar a formação de startups, conectá-las a grandes empresas e modernizar os processo de administração pública”, explica Carlos Eduardo de Souza Aranha, diretor de Novos Ambientes de Inovação da Anprotec.
O cenário atual da inovação ajuda a fomentar a agenda de debates: a pandemia viabilizou um ano recorde na geração de novos negócios no Brasil. De acordo com dados do Governo Federal, foram mais de 1,15 milhão de novos registros formais de microempreendedores individuais (MEIs) entre os meses de fevereiro e setembro.
Junto a isso, o país está às vésperas de aprovar o Marco Legal das Startups, regulamentação que estabelece critérios de definição e classificação de startups. Com isso, o Brasil está mais próximo de regularizar possíveis incentivos fiscais para negócios de tecnologia, trazer mais segurança jurídica às PMEs e impulsionar o crescimento do setor.
Em contrapartida, a dificuldade e burocratização no acesso a capital continua sendo um dos principais impasses para as PMEs. Segundo uma pesquisa do Sebrae, quase metade (45%) das micro e pequenas empresas do país solicitaram crédito durante a pandemia, mas apenas 18% delas tiveram acesso a capital.
De acordo com Aranha, da Anprotec, a conectividade e dificuldade o acesso ao crédito ainda são empecilhos relevantes para pequenas e médias empresas que procuram estratégias para sobrevivência na crise e aproximação com grandes companhias. “Enxergamos a aceleração dos processos de transformação digital como um grande desafio, sobretudo se levarmos em consideração a ausência de recursos” diz. “Mas priorizar a digitalização é também uma oportunidade de o empreendedorismo avançar etapas no Brasil”, diz.
Para facilitar o acesso a empréstimos, o Senado aprovou, na última quarta-feira,18, a terceira fase do Programa de Apoio às Empresas de Porte Pequeno (Pronampe), programa emergencial de acesso a crédito destinado a microempresas com faturamento de até 360.000 reais e pequenas empresas com faturamento anual de até 4,8 milhões de reais.