Empreendedora: segundo Neoway, maioria dos negócios de cosméticos e beleza, alimentação e restaurantes e vestuário pelo país fatura por ano até 81 mil reais (Monkey Business Images/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 6 de agosto de 2019 às 06h00.
Última atualização em 6 de agosto de 2019 às 06h00.
A cidade de São Paulo conta com mais de 660 mil microempreendedores individuais, ou MEIs. Para encontrá-los, sua maior chance está em caminhar pelas ruas do Brás. O bairro, conhecido por diversos comércios de moda, é o que mais tem MEIs em toda a capital paulista.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo realizou um levantamento que mostra onde estão os microempreendedores individuais por bairro, subprefeitura e região da capital paulista.
O Brás concentra oito mil microempreendedores individuais. Em seguida aparece e Bela Vista, com 7,4 mil MEIs. Os próximos bairros com mais microempreendedores individuais são Pinheiros (7 mil), Vila Mariana (6 mil) e Americanópolis (5 mil).
De acordo com a secretaria, essas posições evidenciam as vocações empreendedoras de cada um dos bairros. O Brás tem um forte comércio de acessórios e roupas. Do total de MEIs ativos na capital paulista, 42,8 mil atuam no setor de comércio varejista de roupas e acessórios, totalizando cerca de 6%. Nos últimos cinco anos, 66 mil pessoas iniciaram um empreendimento no ramo.
Já Pinheiros tem um alto número de entregadores para aplicativos de delivery, a categoria de microempreendedor individual que mais cresceu na cidade de São Paulo no último ano. Os entregadores já representam a terceira maior atividade profissional exercida por MEIs, com mais de 24 mil profissionais do tipo cadastrados na capital paulista. Somente em 2018, 12 mil entregadores se formalizaram.
O ranking dos dez principais bairros ainda conta com Perdizes (4,9 mil), Centro (4 mil), Ipiranga (3,4 mil), Mooca (3,6 mil) e Santana (3,3 mil).
Veja, a seguir, os 10 bairros de São Paulo com o maior número de microempreendedores individuais (MEIs):
Bairro | Número de MEIs |
---|---|
Brás | 8 mil |
Bela Vista | 7.404 |
Pinheiros | 6.988 |
Vila Mariana | 5.982 |
Americanópolis | 4.949 |
Perdizes | 4.914 |
Centro | 4.096 |
Ipiranga | 3.392 |
Mooca | 3.571 |
Santana | 3.345 |
As subprefeituras da Sé, do Campo Limpo, da Mooca, do Ipiranga e da Penha são as que mais contam com microempreendedores formalizados. Ao todo, são mais de 140 mil empreendedores cadastrados nestas regiões.
Apesar de a maioria dos microempreendedores individuais estar no bairro do Brás e da Bela Vista, o Centro é a região que concentra menos MEIs. A Zona Leste da cidade é a que concentra a maior parte desses empresários, com 33% do total. Ela é seguida pela Zona Sul, com 30% dos microempreendedores individuais. Depois aparecem a Zona Norte (19%), Zona Oeste (11%) e Centro (7%).
“Na maioria das vezes o o microempreendedor registra o seu negócio no endereço residencial, fazendo com que o mapa de MEIs em São Paulo seja parecido com o mapa da população”, explica a secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso, em comunicado sobre o estudo.
A cidade de São Paulo tem mais de 660 mil empreendedores formalizados. A profissão com o maior número de MEIs atuando é a de cabeleireiro, com 54,7 mil profissionais. Em segundo lugar estão os profissionais de comércio de roupas e acessórios, com 42,7 mil trabalhadores. A categoria de microempreendedor individual é o primeiro passo para quem busca ter uma pequena empresa.
Benefícios do MEI
Profissionais como comerciantes e fabricantes diversos podem acessar um registro com menos burocracia e tributação, formalizando-se de maneira simples. Com isso, acessam benefícios como um Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) próprio e a possibilidade de emitir notas fiscais, contratar um funcionário e participar de licitações.
Na hora de fazer sua contabilidade, o MEI não precisa contar com escrituração fiscal e contábil, com livros caixa e razão, por exemplo. Mesmo assim, o microempreendedor Individual deve declarar seu faturamento anual no início do ano seguinte, tendo com data limite o mês de maio. Para ser MEI, o faturamento anual máximo é de 81 mil reais.
O sistema tributário ao qual a MEI se enquadra também é simplificado: no programa Simples Nacional, o microempreendedor individual é isento de pagar tributos federais tais como Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, PIS, Cofins, IPI e CSLL. No lugar, o valor total da guia de pagamento, conhecida como Documento de Arrecadação do Simples (DAS), é de 50,90 reais (comércio e indústria), 54,90 reais (prestação de serviços) ou 55,90 reais (comércio e serviços) por mês.
Formalizar-se como MEI também dá direito a benefícios previdenciários, tais como aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez, auxílio doença, salário maternidade, pensão por morte e auxílio reclusão. A família do microempreendedor individual também terá direito à alguns benefícios, como pensão por morte e auxílio reclusão. É preciso observar os períodos de carência e de contribuição mínima, porém.
Como se registrar como MEI?
Para saber se você tem direito a se registrar como MEI, primeiro é preciso conferir a lista de profissões que se encaixam nesse registro. Além de exercer atividades específicas, para se formalizar como MEI é necessário que o empreendedor não fature mais do que 81 mil reais por ano. No primeiro ano, o limite será calculado proporcionalmente à abertura da empresa.
O empreendedor não poderá contar com nenhuma participação em outra empresa, como titular ou sócio. A figura do Microempreendedor Individual só permite o registro máximo de um empregado, que deverá receber pelo menos um salário mínimo mensal de acordo com o piso de sua categoria. Por fim, para se tornar MEI é necessário optar pelo regime tributário do Simples Nacional.
Para iniciar o processo de abertura, é preciso ter em mãos CPF, RG, comprovante de residência, título de eleitor (caso não declare Imposto de Renda) e a última declaração do Imposto de Renda. O processo pode ser feito pelo Portal do Empreendedor, do Sebrae.
Em São Paulo, o Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo (CATe) já prestou mais de 250 mil atendimentos a MEIs. São diversos serviços gratuitos, como abertura e fechamento da empresa, regularização, impressão do boleto de contribuição mensal e orientações sobre nota fiscal, obrigações, benefícios e Cadastro Municipal de Vigilância Sanitária (CMDS). Para se formalizar em uma das 24 unidades do CATe, o empreendedor precisa levar RG, CPF, título de eleitor, comprovante de endereço residencial e comercial e recibo da última Declaração de Imposto de Renda (se houver).