Mindself: a empresa começou suas operações no início de 2019 e cresceu quatro vezes ao longo deste ano, impulsionada pela pandemia (MindSelf/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 8 de novembro de 2020 às 16h30.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 20h40.
O estresse da vida corporativa levou os amigos Alexandre Ayres e Wagner Lima a empreender juntos. Em 2018, deixando suas carreiras no mercado financeiro e de tecnologia, respectivamente, eles decidiram fundar uma startup que ajudasse a melhorar o ambiente de trabalho das empresas brasileiras por meio da meditação. Assim, nasceu a MindSelf.
Como um “Gympass da meditação”, a startup leva aos seus clientes programas corporativos de meditação e mindfulness. Os fundadores praticam a técnica há anos e decidiram desenvolver um método que pudesse ser aplicado em diferentes ambientes de trabalho. Nos quase dois anos de operação, a MindSelf conquistou clientes como Bayer, Visa e Banco BV.
A startup oferece programas personalizados para cada companhia. Além das práticas guiadas semanais, que foram digitalizadas durante a pandemia, a empresa disponibiliza cursos, palestras e workshops para as lideranças. A startup desenvolveu também cabines de meditação que podem ser instaladas nos escritórios das empresas.
A depender do programa escolhido pelas companhias clientes, as mensalidades variam entre 4.000 e 12.000 reais. Este ano, a MindSelf deve crescer quatro vezes e terminar 2020 com faturamento acima de 1 milhão de reais.
A pandemia do novo coronavírus acelerou o negócio da empresa, já que manter a saúde mental dos funcionários durante o isolamento passou a ser uma grande preocupação para os departamentos de recursos humanos. “Percebemos uma busca maior pelos programas e sentimos também mais facilidade para fechar novos negócios”, diz Lima.
Uma das empresas que foram buscar novas soluções para saúde mental dos funcionários na pandemia é a farmacêutica Bayer. Giselle Chiachio, especialista de saúde e bem-estar da empresa, conta que encontrou na parceria com a MindSelf uma alternativa para as sessões semanais de meditação guiada que a companha oferece desde 2017 no escritório.
“Colocamos sessões semanais online de 30 minutos, durante a manhã, para os colaboradores começarem bem o dia, controlarem a respiração e as emoções. Na primeira vez, tivemos um pico de 200 pessoas, o que mostra que há bastante interesse na prática”, diz Chiachio.
O diferencial da MindSelf em relação a outros aplicativos de meditação que existem no mercado, como Calm e Headspace, é que as práticas são feitas ao vivo, com um instrutor capacitado mediando o processo. “Os instrutores oferecem apoio e entendem como as pessoas estão antes e depois da meditação”, diz Lima.
Essa digitalização impulsionada pela pandemia fez a startup conquistar clientes fora do eixo Rio-São Paulo, antecipando seus planos de expansão. Agora, os sócios discutem a possibilidade de trazer um primeiro investidor externo para acelerar o crescimento do negócio. “Não é uma busca desesperada, mas estamos conversando e avaliando possibilidades”, afirma Ayres.