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Esta empresa de coletores menstruais cresce 150% ao ano com equipe 80% feminina 

Fundada em 2010, a brasileira Inciclo investe 2 milhões de reais para expandir sua capacidade de produção e desenvolver novos produtos para mulheres

Mariana Betioli, fundadora e presidente da Inciclo: a empreendedora é formada em obstetrícia e administração de empresas (Inciclo/Divulgação)

Mariana Betioli, fundadora e presidente da Inciclo: a empreendedora é formada em obstetrícia e administração de empresas (Inciclo/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 8 de março de 2021 às 13h11.

Última atualização em 8 de março de 2021 às 14h25.

Na contramão da crise, a empresa brasileira Inciclo, de produtos femininos, conseguiu crescer 156% em 2020, contratar novos 50 funcionários e abrir 600 novos pontos de revenda. O bom momento da companhia é uma consolidação do trabalho feito nos últimos dez anos para diminuir o tabu sobre menstruação no Brasil.

Fundada em 2010, a Inciclo ficou famosa no mercado nacional por ter sido uma das primeiras companhias a vender coletores menstruais de silicone — uma alternativa aos tradicionais absorventes.

A ideia para o negócio foi da empreendedora Mariana Betioli, obstetriz e administradora de empresas. Em uma viagem para o exterior, ela descobriu os coletores e quis trazer a novidade para o Brasil. “Na época, nem os médicos conheciam os coletores, vi uma grande oportunidade”, diz.

O negócio foi crescendo devagar ao longo dos primeiros cinco anos da operação e estourou em 2015, impulsionado por uma onda de conversas sobre feminismo e saúde feminina nas redes sociais. “No começo da Inciclo, até mesmo as redes sociais bloqueavam as publicações com a palavra menstruação”, diz a empreendedora.

Até então, todas as vendas eram feitas principalmente pelo e-commerce da marca. Com a popularização do produto, a empresa começou a ser procurada por farmácias e lojas interessadas em revender as peças. Hoje, a marca vende também pelo marketplace da Amazon e está se inscrevendo nos sites do Magazine Luiza e do Mercado Livre.

 

Com a pandemia, a empresa viu um novo boom no seu negócio. “Foi uma revolução, crescemos 156% em volume de venda e precisamos triplicar o número de funcionários”, diz a fundadora. A companhia acredita que as mulheres, passando mais tempo em casa, se sentiram mais confortáveis para experimentar formas alternativas de lidar com a menstruação.

O crescimento permitiu que a empresa investisse 2 milhões de reais para migrar para uma fábrica maior em São Paulo e desenvolver novos produtos femininos. Nos próximos três anos, a meta da empresa é crescer cinco vezes o seu volume de faturamento. Para isso, o plano é continuar investindo em novos canais de venda e começar a vender para os Estados Unidos e outros países da América Latina.

“Somos uma empresa com quadro 80% feminino, todas as gerentes são mulheres. Acredito em construir uma empresa de sucesso de mulheres para mulheres”, diz Betioli.

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