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Escola Really oferece inglês e ensino médio dos EUA nos rincões do Brasil

Rede focada em cidades do interior tem aulas de inglês com professores americanos e acaba de iniciar a modalidade high school

Fachada da unidade Really em Castanhal (PA) (Really/Divulgação)

Fachada da unidade Really em Castanhal (PA) (Really/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2020 às 10h49.

A escola de inglês Really foi fundada em 2017 com o objetivo de levar cursos de inglês de qualidade para o interior do Brasil. Agora, a rede -- que tem 70 unidades -- passa a oferecer também a modalidade high school, pela qual alunos terminam o ensino médio no Brasil com um diploma dos Estados Unidos. O diploma é interessante principalmente para quem deseja fazer uma faculdade fora do país. “O interior do Brasil manda muita gente para o exterior, mas é difícil encontrar bons professores de inglês”, afirma o empreendedor Édney Quaresma.

A ideia da Really surgiu após uma experiência frustrada com uma franquia de escola de idiomas. Quaresma é um empreendedor do setor de educação com base na região metropolitana de Belém, no Pará. Ele possui seis polos de ensino a distância da Cogna, que juntos somam 9 mil alunos, além de um colégio de ensino básico.

Para diversificar os negócios, o empreendedor comprou uma unidade franqueada de uma escola de idiomas em Castanhal, cidade de 150 mil habitantes na região metropolitana de Belém. Mas o negócio não deu certo. “Percebi que é difícil esse modelo funcionar em cidades menores”, afirma o empreendedor.

Surgiu daí a ideia de oferecer um curso de inglês voltado para cidades do interior. O empreendedor foi aos Estados Unidos e montou uma estrutura na Flórida, com professores norte-americanos, para transmitir aulas de inglês ao vivo de lá para o Brasil. O objetivo com isso é que os alunos tenham contato constante com a pronúncia nativa da língua. De volta, começou a oferecer os cursos da Really em seus polos de ensino à distância, como forma de validar o modelo de negócio.

Em 2019, passou a propor parcerias com outros empreendedores do setor de educação. A meta era conseguir dez parceiros, mas a Really fechou o ano com 70 unidades em cidades como Santa Maria da Vitória (BA), com 40 mil habitantes, Brejo (MA), com 33 mil habitantes, e Guajará-Mirim (RO), com 46 mil habitantes. Há também unidades em capitais, como Rio Branco (AC) e Aracaju (SE), mas o foco do negócio está nas cidades com menos de 250 mil habitantes. A rede tem ainda uma unidade na cidade de Hamamatsu, no Japão.

Édney Quaresma, CEO e fundador da Really

Édney Quaresma, CEO e fundador da Really (Really/Divulgação)

O empreendedor interessado paga um valor inicial de cerca 12 mil reais para a instalação do sistema, um mês de marketing digital e treinamentos. Ele mesmo determina a mensalidade do curso de inglês, que varia de acordo com a região e fica entre 99 reais e 250 reais por mês. A Really fica responsável pelas aulas transmitidas online e pelo material didático, que é vendido a preço de custo ao parceiro, com valor em torno de 50 reais por livro. Em troca, fica com 50% da mensalidade paga pelo aluno.

Para o parceiro, é uma forma de diversificar produtos, usando uma estrutura de salas de aula já existente. Os parceiros da rede são em geral escolas e polos de ensino a distância. O investimento para iniciar o negócio foi de 1,5 milhão de reais. O empreendedor não revela o faturamento do negócio.

A Really tem hoje cerca de 5 mil alunos. Apesar das aulas serem transmitidas pela internet, os alunos vão até a unidade do parceiro para participar -- o objetivo é reduzir a evasão, que chega a ser de 50% em cursos totalmente online. Na sala, são auxiliados por um tutor, que tira dúvidas.

High school

A partir deste ano, as unidades Really também passaram a oferecer o high school. Nesse modelo, alunos do ensino médio matriculados no Brasil fazem algumas disciplinas extras, como inglês e história e geografia dos Estados Unidos. Com isso terminam o ensino médio com dois diplomas, um brasileiro e outro norte-americano. Isso facilita a vida de quem deseja estudar ou trabalhar fora.

A modalidade é oferecida em colégios tradicionais de grandes capitais, como Marista Arquidiocesano e Dante Alighieri, em São Paulo. Mas ainda é de difícil acesso para quem vive em municípios menores. A ideia da Really é encurtar essa distância.

Para o empreendedor parceiro, trata-se de mais uma possibilidade de diversificação de sua estrutura educacional. Assim como nos cursos de inglês,  a mensalidade é definida pelo parceiro local, de acordo com a realidade do seu mercado, e fica entre 300 e 600 reais. A meta da Really é abrir mais 20 unidades no primeiro semestre de 2020.

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