Statups: programa da Endeavor seleciona 87 empresas (Foto/Thinkstock)
A rede de apoio ao empreendedorismo Endeavor anunciou, nesta quinta-feira, as startups selecionadas para a próxima turma de seu principal programa de aceleração, o Scale-UP Endeavor. Ao todo, serão 87 empresas que juntas faturam, em média, 1,3 bilhão de reais.
Garanta o seu lugar entre as melhores do Brasil, entre no Ranking Negócios em Expansão 2022
Essa é a primeira turma anunciada oficialmente desde que o programa recebeu um “banho de loja”, em novembro do ano passado. A proposta com os novos moldes, segundo a Endeavor, é ampliar o alcance do programa em escala nacional — até o momento, o Scale-UP Endeavor era dividido em edições regionais. Além disso, as mudanças também são uma tentativa de, a longo prazo, aumentar a equidade racial e de gênero na própria Endeavor a partir da seleção de scale-ups fundadas por mulheres e pessoas negras.
Para a rede, a divisão das scale-ups, que agora considera setores de atuação e dores de crescimento, é um importante indicativo das indústrias mais promissoras do Brasil, com potencial para expansão em 2022. No caso das aceleradas, o crescimento esperado é de pelo menos 154% até o final do ano, pelos cálculos da Endeavor.
Nesse cenário, as novas regras dão certa visibilidade ao que pode-se esperar em relação aos setores mais vertiginosos para startups emergentes no país. No programa de aceleração, os segmentos de maior representação são:
De acordo com Vinicius Bergamini, gerente do Scale-Up Endeavor, a existência de startups e scale-ups está diretamente relacionada às oportunidades de inovação em determinadas indústrias. “Nesse sentido, a velocidade de crescimento das empresas selecionadas, que já possuem uma solução validada pelo mercado e ainda em início da jornada de crescimento acelerado, nos indicam o potencial de surgirem grandes negócios em cada um desses setores”, diz.
Das 87 startups aceleradas, 27 fazem parte do segmento de enterprise. Nesse setor, destacam-se as empresas com soluções para RH, marketing e vendas, segurança e automação de processos. Os outros dois setores com maior representação são o de fintechs e SMB, startups com soluções que atendem pequenas e médias empresas — especialmente com software e inovação.
“O foco na busca e seleção por indústrias específicas permitiu encontrarmos scale-ups promissoras e de altíssimo potencial em todo o país e ao fazerem parte de um mesmo grupo, esperamos promover uma jornada para que consigam se beneficiar não só da experiência da nossa rede de mentoras e mentores, como também das experiências individuais de cada participante do programa”, diz.
Daqui para frente, é esperado que empresas de setores tradicionais, como varejo ou serviços, continuem impulsionando o surgimento de startups dedicadas a sanar dores de crescimento e digitalização dessas companhias. Com isso, é possível que o ecossistema passe a fervilhar com novas scale-ups que criam soluções cada vez mais digitais para ajudar empresas de grande, médio e pequeno porte a lidar com os desafios operacionais do dia a dia.
A efervescência do e-commerce também deve favorecer a criação de marketplaces B2B. Nessa frente, Bergamini destaca as empresas Inventa e a Zax.
“Para além do surgimento de novas scale-ups, um efeito positivo de longo prazo é o aumento da competitividade das próprias PMEs no Brasil e que são uma importante força motriz da nossa economia”, diz Bergamini. Para ele, outros segmentos que devem ganhar relevância no ecossistema empreendedor em 2022 são os de seguros, educação e social commerce.
A seleção de empresas para aceleração nesta edição do Scale-Up Endeavor também reflete uma preocupação crescente na Endeavor por mais diversidade e inclusão. Com a nova turma, as startups fundadas ou co-fundadas por mulheres já são 32% do total, ante 29% da turma anterior. Já a proporção de pessoas negras entre os fundadores também cresceu e agora chega a 21%. Até 2025, a meta é ter 40% de representatividade de gênero e raça em toda a rede.