Pesquisa do Google: o que os brasileiros vão buscar para o cuidado pessoal na Black Friday (Positiva/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 26 de setembro de 2020 às 11h19.
Limpeza de casa simples, com poucos ingredientes e produtos naturais, orgânicos e veganos. É assim que a Positiv.a acredita a faxina deve ser. A empresa trabalha, há quatro anos, com produtos de limpeza multiuso, para reduzir a quantidade de itens necessários, e com fórmulas concentradas, para reduzir o uso de embalagens.
Agora, a companhia decidiu entrar em um novo mercado, maior e muito mais concorrido. A Positiv.a acaba de lançar sua linha de autocuidado, com itens como xampu sólido, escovas de dente de bambu e desodorantes. "Desde o início, os sócios sempre tiveram a intenção de ser uma empresa que ia além dos produtos de limpeza, para ser uma empresa de cuidados", diz Leandro Menezes, co-presidente da companhia.
A escolha de começar a atuar no segmento de produtos de limpeza era pela facilidade de promover mudança pela simplificação. Afinal, é só olhar para os corredores de limpeza de um supermercado: há frascos para limpar o chão, fogão, banheiro, janelas, piso de madeira, de porcelanato e muitas outras opções. "Havia uma urgência maior de entrar no segmento de limpeza e poucos concorrentes, porque ninguém estava criando produtos naturais", diz o executivo.
Foi nesse mercado que a companhia alcançou faturamento de 5 milhões de reais em 2019, presente em 200 mercados, de redes pequenas a unidades do St. Marche, além de seu site. Agora, o desafio é entrar no segmento de beleza, um mercado mais concorrido, mas também muito maior. Para desenvolver esse novo segmento, a empresa contratou uma líder de inovação, Gicele Brandão, que passou por empresas como Marisa, Contém 1g e Natura.
Segundo ela, o desenvolvimento da linha de higiene passa pelos mesmos princípios da de limpeza: entender o que é essencial para o cuidado e buscar ingredientes naturais que ofereçam esse benefício. "O repertório é maior, mas a essência é entregar uma necessaire básica, sem ostentação", diz Brandão. O hidratante corporal, por exemplo, é feito de óleo de amêndoas. O desodorante contém óleos essenciais de lavanda e de melaleuca, com propriedades bactericidas e antifúngicas contra o mau odor.
A criação dos produtos também passa pelo desenvolvimento das embalagens,maior parte feita em vidro e papelão, para reduzir o uso de plástico, um material pouco reciclado pela indústria e grande vilão da poluição dos oceanos. Até o desodorante vem em uma embalagem de papel impermeabilizado com cera vegetal para se tornar totalmente compostável.
A sustentabilidade permeia ainda a escolha dos mais de 40 fornecedores, normalmente grupos de agricultura familiar e agroflorestal. A saboneteira de bambu, por exemplo, é feita com matéria-prima do interior de São Paulo e a escova de dente, também de bambu, vem de fabricantes do Centro-Oeste.
Além de permitir a entrada em um mercado maior, a linha de produtos de autocuidado e higiene também faz com que a empresa tenha um contato maior com os clientes, em mais momentos do dia. Com isso, o faturamento pode dobrar. "Acreditamos que a linha de autocuidado pode ser nosso carro-chefe, o que é importante para que o princípio de consumo consciente fique mais forte", diz Menezes.