Manoel Amorim, presidente da Facilit: a empresa foi fundada em 1994 como uma fábrica de software (Peu Ricardo/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 12h19.
A govtech Facilit Tecnologia, que ajuda governos do Brasil todo com sistemas de gestão, acaba de receber um aporte de 3 milhões de reais. O investimento na empresa, sediada em Pernambuco, foi feito pelo fundo Criatec 3, da gestora KPTL, que tem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre os principais cotistas.
Fundada em 1994, a Facilit é nasceu como uma fábrica de softwares. Foi só mais de dez anos depois da fundação, em 2007, que a companhia criou a plataforma Target, seu carro-chefe hoje. O produto é um sistema de gerenciamento que pode ser usado por instituições públicas e privadas para monitoramento de objetivos e estratégias de negócios.
Em 2015, a Facilit adotou o modelo de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês), em que os governos e empresas pagam uma assinatura para poder usar o produto. Hoje, são 32 grandes clientes pagantes, entre eles o próprio Governo de Pernambuco, o Ministério da Integração Nacional e companhia de energia Light. Cerca de 60% da receita vem do setor público.
Com o aporte da KPTL, o primeiro recebido pela empresa, os sócios esperam alavancar o crescimento da operação no Sudeste e na iniciativa privada. “Esse investimento traz não só a possibilidade de crescimento, mas tem um smart money por trás. Vamos melhorar a governança. Estamos muito animados com isso”, diz Manoel Amorim, presidente da Facilit.
Para Renato Ramalho, sócio da KPTL, o investimento na Facilit foi motivado pela crescente digitalização da economia e da sociedade. “Diante de uma horizonte que obrigará governos a se digitalizar cada vez mais para atender uma população que tem já tem mais de um smartphone por habitante, a Facilit é joia que só tende a valorizar”, afirma.
Dentro dos governos, o sistema ajuda a lidar com as múltiplas demandas do dia a dia. Poliana Santana, coordenadora geral de governança corporativa de Alagoas, diz que o software agilizou muito os processos internos e a preparação de relatórios de resultados. “O sistema possibilitou a implantação efetiva e o monitoramento das ações e metas do Estado”, diz a coordenadora.
A aposta dos investidores é que a empresa consiga, nos próximos anos, levar o mesmo nível de entrega que tem para os órgãos públicos para a iniciativa privada, que ainda é pouco explorada pela companhia.
“Quem usa o sistema aprende uma noção exata do que é gestão. O tempo todo tem problemas chegando, mas sem uma ferramenta te ajudando a coisa dispersa. Na hora em que começa a gerir, todos os indicadores melhoram”, afirma Amorim.