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Empresa de comida natural arrecada R$ 200 mil pela internet

Startup que oferece snacks naturais por assinatura conseguiu 31 investidores via plataforma de equity crowdfunding.

Produtos da startup Made in Natural, que vende lanchinhos naturais por assinatura (Divulgação)

Produtos da startup Made in Natural, que vende lanchinhos naturais por assinatura (Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 10 de janeiro de 2016 às 06h00.

São Paulo – A startup brasileira Made in Natural vende snacks saudáveis por assinatura. Criada e agosto de 2014 pelos amigos Fabio Aubin e Caio Antunes – ambos surfistas e amantes da comida natural e dos esportes – a empresa tem crescido cerca de 20% ao mês e já mostra resultados animadores.

Porém, há alguns meses os sócios perceberam que, para que o negócio ganhasse escala de forma mais rápida, seria necessário um investimento mais robusto. O investimento inicial dos empreendedores foi de 80 mil reais e sozinhos eles não conseguiriam colocar mais dinheiro.

“Chegou a necessidade de comprar material, melhorar o site, sem contar o retorno para os sócios. Percebemos que precisávamos colocar a empresa em outro patamar”, lembra Aubin. Depois de estudar algumas possibilidades, eles receberam um conselho daquele que hoje é o seu principal investidor, o empresário João Kepler.

“Ele sugeriu que tentássemos abrir para investimentos numa plataforma de equity crowdfunding”, lembra Aubin. Foi o que eles fizeram. A plataforma escolhida foi o Broota, e o período de captação foi de um pouco mais de dois meses. Resultado: os sócios conseguiram arrecadar 200 mil reais de um total de 31 investidores. Fora da campanha, estão para fechar ainda outro aporte de 50 mil reais da Gávea Angels.

Pelo equity crowfunding, a empresa interessada em captar recursos faz uma oferta pública para investidores através da internet. Diferente do crowdfunding tradicional, em que a pessoa recebe brindes como recompensa pelo dinheiro investido, no equity crowdfunding o investidor recebe, como contrapartida, uma participação acionária na empresa. 

“Foi muito positivo. Ficamos mais de dois meses com a oferta publica aberta, fizemos várias reuniões, conversamos com investidores interessados. Além do aporte em si, fica um legado para o nosso negócio”, comemora Aubin.

Agora, a tarefa é atender às expectativas de quem apostou na startup. “Imagine a experiência e a responsabilidade de ter tantos investidores que colocaram dinheiro e confiaram em você. Hoje tenho que fazer o meu papel de reportar a esses investidores”, conclui. Com o dinheiro investido, a Made in Natural vai investir em tecnologia, marketing, estruturação de produção e capital de giro. 

Snacks naturais em casa

A empresa tem hoje cerca de 300 assinantes para os quais oferece três modalidades de assinatura, com custo a partir de 59,90. Ao aderir ao serviço, o cliente recebe uma caixa com snacks naturais para aquele lanchinho no meio do dia. Dentre os produtos oferecidos estão frutas desidratadas, castanhas, granola, dentre outros. “Todo mês colocamos algo diferente no box que vai para o cliente”, conta Aubin. O faturamento da marca ficou em 130 mil reais em 2015, com expectativa de chegar a 595 mil em 2016.

A ideia da Made in Natural surgiu de uma dificuldade dos próprios sócios em encontrar snacks naturais para consumo. “Sempre tive dificuldade de achar opções saudáveis para comer entre as refeições. Hoje sabemos que o mercado de snacks é o que tem maior concentração de produtos ultraprocessados. O que queremos é diversificar essa oferta. Ser light não significa ser saudável, e o fato de ser natural não quer dizer que não tem sabor”, afirma Aubin.

Para garantir novos produtos sempre, os sócios mantêm contato com fornecedores de regiões no interior do país, como a Chapada Diamantina, além de buscar novidades na zona cerealista em São Paulo e alguns produtos importados. Segundo Aubin, o sistema de assinaturas ajuda a garantir as novidades. “Com os assinantes, temos uma previsibilidade de quanto vamos precisar de um produto. Então fica mais fácil e barato encomendar com os fornecedores”, explica.

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