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Empresa de Campinas ganha licitação de US$ 75 milhões do Pentágono

A brasileira Griaule vai fornecer o sistema de certificação dos dados biométricos de 55 milhões de cidadãos no Iraque e 30 milhões no Afeganistão.

O prédio do Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Staff//AFP)

O prédio do Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Staff//AFP)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 7 de novembro de 2018 às 08h04.

Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 14h42.

São Paulo – Uma empresa fundada em Campinas (SP) venceu uma licitação milionária para prestar serviços de biometria ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A Griaule vai fornecer o sistema de armazenamento e certificação dos dados biométricos de 55 milhões de cidadãos no Iraque e 30 milhões no Afeganistão.

“Tanto Iraque quanto Afeganistão têm convênio com os Estados Unidos para fornecimento de sistema biométrico para fins civis e criminais. E nós vamos fazer a atualização desse sistema”, explica Renato Burdin, gerente operacional da companhia.

Assinado em setembro, o contrato no valor de 75 milhões de dólares envolveu um grupo de sete empresas, sendo seis dos Estados Unidos e uma brasileira. O projeto tem um prazo de cinco anos e as empresas já estão atuando.

“Vamos atualizar as bases de dados nacionais desses países. Os dados são para usos tanto civis quanto criminais, para emissão de documentos ou identificação de criminosos, por exemplo”, afirma Burdin.

Fundada em 2002, a Griaule já atendeu 4 mil clientes, em 80 países pelo mundo. Seu maior mercado é o Brasil, seguido pelos países da América Latina, mas a companhia também já atuou em locais como África do Sul, Israel e Índia. Hoje, tem seu foco principal no mercado dos Estados Unidos, onde mantém um segundo escritório desde 2016 (o primeiro fica em Campinas, São Paulo).

A companhia desenvolve softwares para gestão de dados de reconhecimento biométrico. Isso significa que ela atua depois da coleta de informações. Além de impressão digital, trabalha com reconhecimento de face, íris, palma das mãos e impressões digitais latentes (deixadas em cenas de crimes). Dentre os objetivos do serviço estão evitar fraudes bancárias e de falsidade ideológica.

“Nosso foco são os projetos de larga escala, com grande quantidade de dados. Nossa arquitetura foi pensada para trabalhar com projetos de alta complexidade em ambientes críticos”, afirma Burdin.

No Brasil, já atuou em projetos com Caixa Econômica Federal, Polícia Civil e Tribunal Superior Eleitoral. A empresa é a responsável pela gestão da base de dados biométricos do TSE, que desde 2008 começou a adotar a biometria como forma de identificar o eleitor nas urnas e vem cadastrando eleitores pouco a pouco.

“No projeto do TSE, nossa responsabilidade é garantir a unicidade dos dados na base. É garantir que não aconteça de haver ali dados biométricos de uma pessoa atrelados a mais de um título eleitoral, por exemplo”, explica Burdin.

Segundo o executivo, a expectativa é que o mercado de biometria cresça nos próximos, impulsionado pela disseminação da tecnologia. “Há muito espaço para crescer. Existem mercados globalmente que ainda não usam o sistema como poderiam. E há ainda a possibilidade de uso dessa tecnologia em setores novos, como nos smartphones”, afirma. A empresa não revela a expectativa de faturamento para 2018. Em 2017, foram 16 milhões de reais.

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