Renato Castro, CEO da Microcity: empresa oferece soluções de tecnologia para gigantes como Riachuelo e Pague Menos (Microcity/Divulgação)
O grande objetivo da Microcity, empresa de infraestrutura e aluguel de equipamentos de tecnologia, é mostrar a empresas que é possível ter uma boa estrutura tecnológica, mesmo sem investir um real na compra de equipamentos. A fórmula fez de 2020 o melhor ano da história da Microcity: a empresa acumulou 220 milhões de reais em novos contratos e um faturamento de 140 milhões de reais. O discurso da "não propriedade" já convenceu até mesmo companhias como Carrefour e Riachuelo.
“Mostramos que é possível solucionar problemas e ter um alto potencial de tecnologia com a contratação de um serviço”, diz Renato Castro, CEO da Microcity.
Com a pandemia, as previsões de crescimento da empresa de Nova Lima, em Minas Gerais, foram aceleradas. No ano passado, a companhia ampliou em 26% a venda de sua principal solução de “computadores como um serviço”, que visa oferecer a grandes empresas equipamentos como notebooks e desktops, além de serviços de TI, a partir da assinatura de um contrato e pagamento de mensalidades.
Parte desse resultado é mérito de grandes grupos como as redes de farmácia Pague Menos, Midea Carrier, e também das empresas Paschoalotto, Laboratório Sabin — além de Carrefour e Riachuelo — todos clientes da Microcity e que mantém contratos de longo prazo para a compra de equipamentos, além dos serviços de tecnologia prestados pela empresa.
O bom momento vivido pela empresa se dá principalmente pela demanda por soluções que viabilizem o modelo home office. “Historicamente, atendíamos nossos clientes direto de suas sedes, mas com a pandemia isso mudou. Por isso, criamos uma oferta específica que reunia as principais demandas de empresas que saíam dos escritórios para as residências”, diz. A ideia era incluir no novo contexto de home office, um produto que fosse capaz de unir todas as principais necessidades do novo contexto, como a segurança digital, por exemplo.
Para manter o ritmo de expansão, a Microcity anunciou o investimento de 100 milhões de reais para a compra de novos ativos, ou seja, novos equipamentos para instalação em projetos de clientes. Em 2020, o montante foi de 85 milhões.
O novo investimento também faz parte da estratégia da empresa em dialogar com as pequenas e médias. A contratação de serviços de tecnologia sempre foi algo associado às grandes corporações, principalmente devido ao orçamento mais generoso dedicado à infraestrutura tecnológica, segundo Castro. “As grandes empresas eram, até o momento, as únicas que olhavam para o outsourcing de TI como uma opção mais rápida e econômica”.
Com a pandemia, porém, esse cenário está mudando rapidamente. As pequenas e médias empresas passaram a reconhecer os benefícios de terceirizar serviços tecnológicos, afirma. “Com esse pagamento em parcelas mensais, como fazemos, o empresário entendeu que esse modelo poderia ser mais viável, ao mesmo tempo que permite que suas equipes possam focar no que realmente importa para o negócio”, diz.
O esforço para se aproximar das PMEs partiu de três frentes principais: adaptar o tamanho dos planos ofertados para que se ajustassem às pequenas empresas; um novo time comercial mais regionalizado e o investimento em marketing, para encontrar as companhias interessadas pela solução. O objetivo com tudo isso é ampliar de 10% para 30% o percentual de participação das PMEs na receita total da Microcity.
Segundo Castro, o novo direcionamento estratégico vai trazer mais benefícios às pequenas, quando comparadas às vantagens que têm as grandes companhias. “Uma grande empresa pode economizar até 25% do orçamento quando decide não mais comprar novos equipamentos e diminuir a mão de obra. Para uma pequena empresa, uma economia dessa é ainda mais significativa”, diz.
Fique por dentro das principais tendências do empreendedorismo brasileiro. Assine a EXAME.