São Paulo - Você provavelmente conhece alguma mulher que calça sapatos na numeração 33 e 34. Pode não parecer, mas elas são muitas: estamos falando de um mercado estimado em cinco milhões de consumidoras, apenas no Brasil.
Uma dessas mulheres é Tania Gomes: ela era mais uma que tinha dificuldades para encontrar calçados e fazia visitas frequentes à seção infantil. Tania decidiu parar de aceitar essa situação e, de quebra, ajudar todas as suas companheiras de número a terem sapatos bonitos e na numeração correta.
A solução encontrada foi criar sua própria loja virtual em 2015, chamada 33e34 (acesse aqui o site). O negócio deu tão certo que, no seu primeiro ano de operação, vendeu sete mil pares de sapato. Hoje, 18 mil mulheres estão cadastradas na loja virtual para receber novidades.
História
"Eu calço 33 e amo muito sapatos. Porém, sempre tive dificuldade em encontrar calçados na minha numeração, especialmente nas coleções novas", conta Tania.
Segundo a empreendedora, a cada 12 sapatos que uma loja compra, apenas um deles será nas numerações 33 e 34. "Quando esse sapato chega ao estabelecimento, digo que acontece uma 'máfia das lojas de calçado': a vendedora tem sua caderneta com clientes especiais, liga para elas e essas consumidoras compram todo o estoque da loja. O resto da população com essa numeração não encontra as novidades".
A gota d'água foi quando Tania queria uma sandália prateada para as festas de fim de ano, em 2012. "Eu e meu marido, Thiago [Luz], andamos seis horas no shopping e não encontramos nada. Só achei na loja infantil, e o modelo era totalmente diferente do que eu havia imaginado. Mas acabei levando mesmo assim, voltei para casa muito frustrada", conta a empreendedora.
Tania e o marido perceberam, então, que não havia nenhuma loja especializada em sapatos pequenos, nem mesmo na internet. Registraram o domínio "33e34.com.br" no mesmo dia. Esse foi o começo de uma ideia que só seria posta em prática anos depois.
Na época do sapato prateado, Tania e Thiago tinham uma agência de publicidade. Eles venderam o negócio para investidores europeus e ficaram mais um ano na empresa, para passarem o bastão com maior segurança aos novos donos.
Depois desse ano, Tania foi aos Estados Unidos para fazer cursos e visitar empresas. Ela fez, por exemplo, uma imersão de uma semana na Zappos, loja virtual de roupas e calçados.
Após quase oito meses, em abril de 2014, Tania voltou já com a ideia de abrir seu negócio no setor de calçados. A loja foi aberta em janeiro de 2015, após formatação do projeto, negociação com investidores e chegada do estoque.
Além de Tania, lideram o negócio os empreendedores Luiz Pavão, da área de logística; Rodrigo Kray, que tem experiência no setor calçadista e cuida de produtos e coleções; e Thiago Luz, o marido de Tania, que é chefe de usabilidade e desenvolvimento da plataforma.
Demanda reprimida
"Eu sempre digo que a loja nasceu de um projeto meio egoísta, de resolver uma necessidade minha. Mas, com o tempo, eu fui percebendo que não era um problema apenas meu: muitas mulheres usam essa numeração. É uma dor compartilhada", diz a empreendedora.
Mesmo tendo nascido da experiência pessoal de Tânia, o negócio comprou uma pesquisa de mercado para avaliar a demanda por sapatos dessa numeração. O estudo revelou que, no Brasil, era um mercado de cinco milhões de mulheres.
"Outro ponto de atenção é que esse é um setor com recorrência. É diferente do mercado para grávidas, por exemplo, em que a mulher não compra mais o produto assim que nasce o bebê. Uma mulher chega a comprar de cinco a oito sapatos por ano", diz a empreendedora.
Ela também afirma que havia uma "demanda reprimida" por parte dessas consumidoras: nas primeiras semanas de negócio, havia quem comprasse três sapatos do mesmo modelo, simplesmente por não ter nada naquele formato. "Tive de explicar que poderia escolher três modelos diferentes, já que a gente sempre vai ter reposição dos mais básicos."
Tania conta que há dois tipos de sapatos que mais atraem suas consumidoras: os scarpins - saltos para usar no trabalho, durante a semana -, as botas e os calçados de festa (estes são especialmente difíceis de achar nas lojas comuns). O ticket médio da loja virtual é de cerca de 200 reais.
Hoje, a loja virtual conta com 17 marcas diferentes, como Converse, Luiza Barcelos, Piccadilly e Vizzano. O estoque da 33e34 é de aproximadamente 1400 sapatos, em 220 modelos diferentes.
Investimentos
Na verdade, o projeto da 33e34 já estava pronto em setembro de 2014. "Porém, a indústria calçadista não trabalha com sapatos de pronta entrega, especialmente nessa numeração. Eu teria de comprar todo o estoque à vista, o que sai caro. Aí vimos que precisávamos de um investimento", conta Tania.
No mês seguinte, a 33e34 conseguiu seu primeiro aporte, liderado pelo investidor-anjo João Kepler e em um valor aproximado de 300 mil reais.
Em maio de 2015, o grupo Mulheres Investidoras-Anjo (MIA) fez o segundo investimento na loja virtual, de valor não informado. Em novembro do mesmo ano, a 33e34 conquistou mais um aporte, no valor de 225 mil reais, capitaneado pelo investidor-anjo Marco Poli e completado por investidores menores.
Tania conta que o sucesso ao pedir investimentos acontece por dois fatore. O primeiro é que há de fato uma demanda reprimida, provada pela pesquisa de mercado; o segundo é que a equipe é experiente e complementar em suas funções. "São todos profissionais competentes em sua área de atuação e eles colocaram seu nome em um novo negócio. Isso foi decisivo, já que o investidor sempre olha muito para a execução, e não apenas para a ideia."
Planos para 2016
"Eu digo que esse primeiro ano, 2015, foi para que nós conhecessemos nosso mercado. 2016 é o ano para escalarmos nosso negócio", resume Tania.
Para expandir, o negócio pretende investir mais em sua marca própria e centralizar sua produção em uma única fábrica. Hoje, o negócio possui três fornecedores diferentes e acabou de lançar sua primeira coleção própria, com 17 modelos de sapato. Além disso, cerca de cinco novas marcas entrarão para o e-commerce em 2016.
O empreendimento irá inaugurar, no próximo mês, seu showroom: um espaço multiuso, onde será possível fazer workshops e treinamentos com especialistas em calçados (por exemplo, aprender a andar bem com sapatos de salto).
A ideia do showroom é fortalecer a comunidade: a mulher não apenas compra um sapato, mas estabelece uma relação com a empresa. Se a cliente ainda não tem segurança para comprar pela internet, ela também pode adquirir o calçado no próprio local.
Exportar também é um plano para o futuro, mas ainda não há data definida. "Não dá para pensar em um negócio totalmente escalável sem pensar em expansão para outros países. Nesse ponto, temos a vantagem de os calçados brasileiros terem um bom desenho. Os sapatos americanos são muito confortáveis, por exemplo, mas não são bonitos."
Com tudo isso, a expectativa é aumentar as vendas em 40%, em relação aos sete mil sapatos de 2015.
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1. Jornada dupla
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São Paulo - Ser
mãe não é nada fácil, recebendo ajuda ou não. Essa situação é ainda mais complicada quando a mulher é também dona de um negócio: afinal, o trabalho de um
empreendedor não é regido por uma jornada de trabalho fixa, como acontece na rotina (já complicada) de uma funcionária. Por isso, no mês das mães, EXAME.com mostra a história de algumas empreendedoras que abriram seu negócio - seja ele próprio ou franqueado - na mesma época em que tinham filhos pequenos para criar. Elas contam por quais dificuldades passaram e como resolveram essa situação, sem deixar de cuidar nem dos negócios e nem dos filhos. São lições valiosas para qualquer dono de empresa que pensa em desistir por conta do cansaço! Navegue pelos slides acima e confira as histórias dessas mães empreendedoras.
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2. Desafio: enfrentar complicações na gravidez enquanto trabalha
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Kelly Boscarioli criou a KB Assessoria em Comunicação em 2003. Na época, tinha uma filha de quatro meses de idade, que nasceu prematura. Dois meses após a abertura da empresa, engravidou novamente, de um menino. "Levei um susto! Foi uma gravidez de risco, mas não deixei de trabalhar um único dia. Fazia home office a maior parte do tempo e tinha flexibilidade nos horários", conta a mãe empreendedora. Para superar a dificuldade da gravidez, Kelly afirma que pensava em dar o melhor para seus filhos. "Tenho certeza de que a chegada dos bebês nesse período foi um combustível, e continua sendo até hoje. Todas as vezes que olho para eles vejo aquele mesmo olhar de 'mãe, vai lá fazer o seu melhor, porque eu estou aqui torcendo'."
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3. Desafio: abandonar os benefícios de ser funcionária
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Melissa Kian tinha uma filha de oito anos de idade quando virou franqueada da rede de escolas de inglês The Kids Club, em janeiro deste ano. Para isso, trocou uma carreira de 20 anos na área de Recursos Humanos em empresas de engenharia. “Era um trabalho apaixonante, com muitos desafios, projetos globais e com a segurança de ser uma profissional assalariada, com um bom pacote de benefícios. Mas, depois do nascimento de minha filha, no retorno da licença maternidade, percebi que seria muito delicado conciliar as demandas do mundo corporativo e a rotina com ela”, explica a empreendedora. Porém, para Melissa, essa mudança foi positiva: ela diz que seus conceitos de realização e felicidade mudaram. "Estamos mais próximas e mais felizes. Ela está tão agradecida pela minha escolha que faz questão de mostrar seu engajamento, ajudando em algumas tarefas do trabalho e dando sugestões. Estamos vivenciando um período de muita sintonia e prazer em estarmos juntas.”
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4. Desafio: aceitar sair do mundo "100% negócios"
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Milena Luisa criou o blog Sementinha da Gente em homenagem aos seus três filhos, que na época tinham oito, quatro e três anos. A ideia do projeto é desenvolver conteúdo e produtos voltados ao universo materno e infantil. "Na verdade, o mais difícil foi aceitar sair do mundo coorporativo. Eu era fascinada pela adrenalina pela correria, produções, grandes ações... Mas, com o tempo, fui vendo que a disponibilidade para essas realizações estava cada vez menor", conta a empreendedora. "Só que fui sentindo que os momentos com eles eram muito mais incríveis do que minhas conquistas dentro das empresas. Depois de um processo de coaching, vi que um dos meus maiores valores era a família. Comecei a perceber que isso poderia ser um bom início para um negócio com sentido para mim, porque falo do que eu amo. Quero mostrar que a vida em família pode ser muito mais gostosa, divertida e simples do que parece ser."
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5. Desafio: assumir o sustento financeiro da família
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Vanessa Wander começou a trabalhar com moda há mais de 20 anos. Na época, ela tinha um filho recém-nascido e outro de dois anos. Viúva aos 19 anos, Vanessa viu o empreendedorismo como uma solução para ter uma renda melhor e maior liberdade para ficar com os filhos. "Conciliar o trabalho de ser mãe e pai e assumir financeiramente a família não era uma tarefa fácil. Empreender foi a melhor coisa que fiz", conta a empreendedora. Vanessa montou escritórios em casa ou então bem próximas, para ver as crianças na hora do almoço e levá-las à escola. As crianças iam para seu trabalho ao menos uma vez na semana. "Isso os ajudava a entender o que eu estava fazendo, e o porquê", diz. Hoje, a empreendedora administra o e-commerce de vestuário B2B eModa, aberto em 2013.
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6. Desafio: trabalhar bem mais do que imaginava
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A empreendedora Silvana Benko fundou o Ateliê Montessori, voltado para arquitetura de ambiente infantis, em fevereiro deste ano. Na época, sua filha tinha um ano e nove meses de idade. "No começo, imaginei que teria mais tempo para ela. Mas a maior dificuldade foi que eu passei a trabalhar muito mais!", conta Silvana. "Porém, a vantagem é ter horários flexíveis. Então, consigo adaptar minha agenda para estar sempre com ela nos principais momentos e tenho a possibilidade de trabalhar até tarde ou até mesmo de madrugada, enquanto ela dorme. A minha vida ganhou agitação, perdi a rotina e ganhei momentos únicos com ela."
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7. Desafio: explicar a situação para os clientes
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Patrícia Casseano abriu o Grupo Image, que realiza assessoria de comunicação, em 2006. "A maior dificuldade foi descobrir que estava grávida da minha primeira filha três meses após abrir o negócio e já com três clientes na carteira", conta Patrícia. Para resolver a situação, ela foi sincera: falou sobre a gravidez e disse que entenderia caso eles não quisessem continuar como clientes. No fim, todos compreenderam e permaneceram. "Inclusive, a gravidez foi um motivo maior para continuar na empreitada. Realizei prospecções, mesmo grávida." Hoje, Patrícia tem duas filhas: uma de nove anos de idade e outra de quatro anos.
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8. Desafio: conciliar reuniões e amamentação
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Maria Cecília Teles abriu uma franquia da rede de ensino Kumon 2003, em Salvador (Bahia). Seu filho tinha quatro anos na época e, após seis anos de negócio, a empreendedor engravidou do seu segundo filho. A principal dificuldade que encontrou foi amamentar e estar presenta na empresa, ao mesmo tempo. "Não queria deixar nenhuma das coisas sem atenção. Então, fazia rodízio entre a amamentação e a rotina dos alunos e treinamentos da franquia", conta. Em alguns casos, Maria Cecília levou o filho a compromissos profissionais, para não deixar de amamentar.
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9. Desafio: ter de abrir mão de assumir todas as tarefas
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A empreendedora Paula Torres criou em 2012 uma marca de sapatos artesanais e de luxo que leva o seu nome. Hoje, a designer possui duas lojas físicas, no shopping JK Iguatemi e no bairro do Itaim (São Paulo), além de um e-commerce. Quando a empreendedora criou seu negócio, tinha uma filha de 5 meses. "A maior dificuldade foi a jornada dupla e o sentimento de culpa", conta a empreendedora. De início, Paula não deixava que ninguém fizesse suas tarefas de mãe. Ela levava e buscava a filha Manu na creche, na natação e no médico. Junto do negócio, essa rotina passou a ser muito estressante. A forma encontrada por ela para não deixar o trabalho de lado foi criar uma rotina que a filha também pudesse participar. Nesses dias, as duas costumam visitar a loja do Iguatemi JK e Paula aproveita para fazer reuniões no próprio shopping, onde existe um espaço infantil e todos os funcionários já conhecem a filha. Hoje com quatro anos, Manu às vezes vai ao escritório da mãe e desenha sapatos.
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10. Desafio: achar o equilíbrio entre trabalho e filhos
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A empreendedora Lia Quinderé abriu a Sucré Patisserie, que vende doces refinados, salgados e bebidas, no ano de 2007. Na época, tinha uma filha de seis meses, chamada Rafaela. Hoje, a Sucré possui três lojas físicas e um e-commerce. "A maior dificuldade é o equilíbrio entre dar tempo aos filhos e ao trabalho", diz a empreendedora. Para resolver essa situação, ela diz que saber priorizar é o mais importante: existem momentos que os filhos precisam mais de você do que o trabalho e vice-versa. "Mas, quando os dois precisam ao mesmo tempo, tem que escolher os filhos sempre. A família é o bem mais precioso que se pode ter na vida."
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11. Desafio: dar atenção para todos os filhos, não importa a idade
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A empreendedora Daniele Parrança abriu, em 2014, uma unidade da Wiñk no Brasil. A franquia, originalmente portuguesa, oferce serviços para cílios e sobrancelhas. Na época da abertura, Daniele tinha um filho de 11 meses e outro de 14 anos. A maior dificuldade encontrada foi conciliar a amamentação do mais novo com os cuidados ao mais velho. Daniele não tinha babá e levava o filho mais novo para o escritório. Entre uma reunião e outra, trocava as fraldas. Amamentava sempre com o telefone na orelha, monitorando se o filho mais velho já havia chegado em casa, na escola ou se já tinha almoçado. "Foi desesperador, mas faria tudo de novo, sem mudar nada. Consegui abrir meu próprio negócio, ajudei meu filho mais velho na escola e pude ver o bebê dar seus primeiros passos. Hoje, estou realizada e querendo crescer cada vez mais. Os meus meninos estão bem e orgulhosos da mãe guerreira deles", conta Daniele.
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12. Desafio: não pensar em trabalho ao estar com os filhos (e vice-versa)
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Simone Carvalho e o parceiro Renan Santos abriram a Saia Bella em 2015, com a proposta de ser uma rede de franquias de moda evangélica. Quando abriram o negócio, tinham um filho de três anos. "Minha maior dificuldade era me desvincular do negócio quando estava com ele, pois atendia muitos chamados pelo WhatsApp e pelo Facebook. A minha solução foi estabelecer metas para o meu dia e reservar algumas horas da noite para dar uma atenção especial a ele: brincar, ler, assistir a desenhos", diz Simone. "Também estabelecemos um horário para respostas no nosso site e no nosso Facebook, o que foi muito positivo. Além de curtir mais o meu filho, pude oferecer um tempo de qualidade a ele."
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13. Desafio: ter de ficar longe, por conta do trabalho
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Rita Mazzotti fundou a WR São Paulo, empresa que organiza feiras, em 1992. Na época da fundação, tinha um filho de sete anos e outro de dez. "No meu caso, a maior dificuldade foi a distância física que o meu trabalho impunha. Durante um longo período viajava bastante e às vezes ficava até 15 dias fora", diz a empreendedora. "Na época, os meios de comunicação não eram como hoje e não era possível telefonar todos os dias ou enviar fotos e vídeos. Não podia estar com as crianças, levá-las na escola, ajudar nas lições, dar atenção de um modo geral." Nessas situações, a empreendedora conta que dividiu as tarefas com o marido - que, posteriormente, tornou-se sócio na empresa - e teve ajuda de uma pessoa de confiança, que ficava em casa enquanto ela trabalhava.
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14. Desafio: de manhã, ter de negar a brincadeira
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Mariela Zanatta abriu a Inovar Locações, rede de aluguel de equipamentos para a construção civil, em 2013. Na época, sua filha Sophia tinha um ano de idade. "Minha maior dificuldade foi ter que deixá-la pela manhã, para ir trabalhar, e ela ficar pedindo para que eu ficasse em casa, brincando com ela", conta a empreendedora. "Quando a Sophia completou dois anos de idade, coloquei-a na escola e passei a dedicar parte da manhã para as atividades com ela. Assim, passamos mais tempo juntas."
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15. Desafio: lidar com a incompreensão dos filhos
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A empreendedora Cláudia del Valle fundou a rede de franquias de agências de turismo Ahoba Viagens em agosto de 2014. Na época, ela tinha um filha de 10 anos de idade. Um grande desafio, conta Cláudia, foi explicar à filha sua ausência durante alguns finais de semana ou em horários além do expediente comercial. "O trabalho absorve muito tempo. A melhor solução foi contar a situação atual vivida por mim e os objetivos que pretendo alcançar, para conseguir algo melhor para nós. Divido com ela meus sucessos e atropelos, dando a ela uma idéia do meu dia a dia. Isso fez toda a diferença", conta. "Independente disto, falamos regularmente e aproveitamos o máximo possível o tempo de convívio. Por exemplo, saímos mais sozinhas e menos com grupos de amigos, focando mais uma na outra."
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16. Desafio: abrir mão do lazer, diante de tantas tarefas
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A empreendedora Paula Rizkallah inaugurou o aplicativo goU, que oferece aulas de culinária, neste ano. Ao mesmo tempo, têm de cuidar de gêmeos de quatro anos de idade e uma filha com seis anos. Segundo Paula, a maior dificuldade foi a grande carga horária. "Quando você opta em empreender com filhos pequenos, escolhas precisam ser feitas. Minhas prioridades são as atividades escolares e logicamente a saúde deles. Já das festinhas e do clube, abri mão completamente. As mães até estranham quando apareço", conta. "Mas a beleza da maternidade é essa mesmo, sinto-me aquela equilibrista de mil pratinhos. Já fiz call [conferência por chamada] na sala de espera do médico, assim como já matei as saudades deles pelo FaceTime durante um fórum. O maior aliado das working moms é a tecnologia!"
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17. Desafio: resolver problemas de logística (da empresa e dos filhos)
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Mariane Tichauer fundou a Itté, importadora especializada em itens práticos para mães e filhos, em 2009. Na época, a empreendedora já tinha duas filhas pequenas - uma de seis meses e outra de dois anos -, e estava grávida da terceira filha. Quando chegou a primeira importação, Mariane estava na maternidade. No lado pessoal, foi grande o desafio com os horários das crianças. "Organizar a logística de escola, cuidadora, atividades extras para os três filhos, eventuais doenças e os aniversários de coleguinhas foi e segue sendo um mega desafio."
Para a empreendedora, resolver essa situação só é possível com comprometimento da família inteira. "Meu marido não só apoiou emocionalmente nos momentos mais desafiadores como também arregaçou as mangas e trabalhou na empresa em suas horas livres", conta Mariane. "As meninas, hoje maiores, vivenciam o empreendedorismo, vibram junto com as conquistas, são solidárias nos momentos delicados. Acredito que este exemplo que estamos dando a elas dá a certeza a todos nós de que, se você acredita em algo e se esforça bastante para fazer virar realidade, em algum momento o resultado aparece. Isso, além de dar autoconfiança para as meninas, empodera emocionalmente três futuras mulheres."
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18. Desafio: conciliar novos produtos com o novo filho
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Eduarda Derani cofundou a Reload, que oferece produtos de tratamento capilares com preocupações socioambientais, em 2015, após dois anos de desenvolvimento de produto. Porém, a filha Georgina nasceu 15 dias antes da empresa ser lançada. "O que achei mais difícil foi ter muita novidade junto. Eram dois nascimentos: o da minha filha e o dos produtos. No começo, fiquei muito confusa e me sentia mal em me dedicar a um e estar ausente no outro", conta Eduarda. "Com o tempo, tudo se encaixou e hoje consigo me dividir super bem. O meu escritório fica ao lado de casa, então, entre uma reunião e outra, consigo ficar um pouco em casa e sempre faço questão de dar banho e colocar minha filha para dormir."
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19. Agora, confira mais histórias inspiradoras de quem enfrenta desafios:
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