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O empreendedor que criou a "MTV da Internet" e fatura R$ 45 mi no YouTube

Enquanto fazia o seu próprio canal, Rafael Dias percebeu que um nicho de mercado e hoje gerencia cerca de 35 canais no YouTube em troca de uma parte da monetização

Rafael Dias, do canal "Programa de um Cara Só": "As pessoas falam pra mim que somos a MTV da internet, ou uma TV diferente. E somos mesmo. Assim como as pessoas sabem o que encontrar no Multishow e no GNT, elas sabem o que vão encontrar nos nossos canais" (Divulgação/Divulgação)

Rafael Dias, do canal "Programa de um Cara Só": "As pessoas falam pra mim que somos a MTV da internet, ou uma TV diferente. E somos mesmo. Assim como as pessoas sabem o que encontrar no Multishow e no GNT, elas sabem o que vão encontrar nos nossos canais" (Divulgação/Divulgação)

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GabrielJusto

Publicado em 17 de novembro de 2021 às 18h19.

Última atualização em 19 de novembro de 2021 às 10h17.

Achar um "oceano azul" e faturar milhões com ele é o sonho de qualquer empreendedor. Um sonho que virou realidade para o empresário Rafael Dias, que há nove anos deixou a MTV e decidiu empreender. Dias, que começou na internet com o canal “Programa de um Cara Só” no Youtube, percebeu que os influencers, que na época eram apenas jovens se arriscando na internet, tinham audiência e relevância, mas quase nenhuma estrutura comercial ou de produção - e resolveu criar uma produtora para esse nicho.

Para conquistar o mercado, Dias investiu toda a rescisão que ganhou ao sair da MTV na criação de cinco canais do YouTube, pensados para diferentes públicos. Junto com Andressa Mafra, sua sócia, passou nove meses pré-produzindo conteúdos para esses canais que, em pouco mais de um mês no ar, já chamaram a atenção do YouTube, que credenciou a empresa da dupla como uma network - empresas que aglutinam e estruturam canais em troca de uma parte da monetização de cada um deles.

"Na época, nós não tínhamos a audiência astronômica que era necessária para esse credenciamento. Mas fazíamos tudo com o máximo de qualidade e refinamento, e isso chamou a atenção do YouTube", explica Dias, hoje CEO do Dia Estúdio, que ele chama de "rede de conteúdo criativo". "Não tínhamos a estrutura de estúdios profissionais. E íamos fazendo como dava, mas com cuidado no acabamento."

Já como uma network, o primeiro canal trabalhado pelo Dia Estúdio foi o Depois das Onze, que em dois anos refinou sua produção, ganhou patrocinadores e se tornou, também, um espetáculo teatral com a terceira maior bilheteria do país, atrás apenas de Paulo Gustavo e Whindersson Nunes. "Com isso, outros canais viram o que fazíamos com os nossos creatros e começaram a nos procurar", explica Dias, que hoje gerencia 35 canais, cuidando do roteiro às parcerias comerciais, de acordo com a necessidade de cada creator - entre eles, estão o Mandy Candy, Depois das Onze e Blogueirinha.

Com a estrutura de uma produtora e elenco de uma emissora, a Dia Estúdio passou a desenvolver projetos proprietários que ajudam a bombar os canais dos seus "creators" e, ao mesmo tempo, entregam valor para as marcas, como o "Corrida das Blogueiras" e o videocast "Dia Cast". Através deles, as marcas conseguem conversar com um nicho de público - a Dia é focada nos LGBTQIA+ - com a chancela dos influenciadores e do público que confia neles.

"As marcas poderiam comprar essa visibilidade, mas não com a mesma relevância que os creators entregam", explica Dias que se tornou também um parceiro do YouTube na promoção de publicidade dentro dos canais.

Com a sua própria "MTV da internet", como muitos se referem ao seu negócio, Dias e sua sócia já têm negócio para lá de milionário. Em 2020, a empresa faturou 25 milhões de reais e tem a previsão de faturar R$ 45 milhões em 2021, fechando este ano com um crescimento de quase 100%. Para 2022, a expectativa é crescer pelo menos outros 50%.

"As pessoas falam pra mim que somos a MTV da internet, ou uma TV diferente. E somos mesmo. Assim como as pessoas sabem o que encontrar no Multishow e no GNT, elas sabem o que vão encontrar nos nossos canais", comemora Dias, que segue reinvestindo seu lucro para escalar o negócio. "É muito louco pensar que a MTV e outras gigantes de mídia tinham toda a estrutura necessária para oferecer este tipo de serviço, mas quem fez foi eu: um cara numa sala de 36m²."

 

 

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