Resoluções de ano novo (Cn0ra/Thinkstock)
Mariana Desidério
Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 06h00.
Última atualização em 9 de janeiro de 2018 às 06h00.
São Paulo – Quem nunca fez uma lista de metas no início do ano só para esquecê-la no fundo da gaveta e chegar a dezembro sem ter realizado quase nada do que havia se proposto? O empreendedor Rodolfo Ribeiro conta que já passou por isso algumas vezes, até que decidiu mudar de atitude e, de quebra, transformar sua dificuldade em negócio.
Foi assim que surgiu o 7waves, um aplicativo de gestão de metas que ajuda os usuários a alcançarem seus objetivos. O nome do app é uma referência ao costume brasileiro de pular sete ondas na virada do ano.
“A ideia é usar a tecnologia para ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos. Fizemos uma pesquisa e constatamos que mais de 70% das pessoas não tinham nenhum planejamento para o ano seguinte”, afirma Ribeiro.
O app funciona assim: a partir do perfil do usuário no Facebook, o sistema sugere objetivos de vida para a pessoa. Além disso, é claro que cada um pode estabelecer as próprias metas.
O aplicativo possibilita incluir objetivos em sete áreas da vida: bens, carreira, estilo de vida, social, estudos, lazer e saúde, além de um campo aberto para objetivos que eventualmente não caibam nessas categorias.
As categorias mais buscadas são carreira, saúde e estudos. “Nossa pesquisa mostrou que mais de 80% das pessoas querem mudar algo na carreira nos próximos três anos”, afirma.
Uma vez definidos os objetivos, o usuário então divide aquela meta em ações. “Uma das metas mais comuns é conhecer a Disney. Então a pessoa pode dividir isso em ações como marcar a data da viagem, conseguir o visto, juntar dinheiro, comprar passagens, e por aí vai”, afirma.
Além disso, o app faz uma curadoria de conteúdo relacionado às metas de cada pessoa. Assim como no feed do Facebook, a ferramenta oferece um feed personalizado com notícias e artigos relacionados aos objetivos de cada um.
O aplicativo é gratuito para os usuários, e a ideia é que continue assim. O modelo de negócio do 7waves é se rentabilizar a partir de parcerias com patrocinadores. “Muitas pessoas têm o objetivo de comprar um carro, por exemplo. Então podemos ter um banco patrocinando o conteúdo que será oferecido a esse grupo focado em carros”, explica o empreendedor.
Para isso acontecer, porém, o negócio precisa ganhar escala. Lançado oficialmente em dezembro, o app tem hoje cerca de 500 usuários. A meta é chegar a 10 mil cadastros, para então levar a proposta a possíveis patrocinadores. Quando esse momento chegar, a própria equipe do app será encarregada de produzir um conteúdo mais personalizado – hoje os usuários recebem material que já está disponível na internet.
Até agora, o negócio recebeu investimento de 300 mil reais. Desse montante, 100 mil vieram do empreendedor, e 200 mil vieram da Fapesp, através do Pipe (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas).
A expectativa de Ribeiro é chegar ao final de 2018 com um investimento de 1 milhão de reais no negócio. Para isso, o negócio buscará investidores.
Já o retorno financeiro deve demorar um pouco mais. Se as coisas caminharem como planejado, o 7waves de começar a se bancar em meados de 2019. “Nossa inspiração são casos como Whatsapp ou Twitter, que cresceram sempre com foco em audiência e na experiência do usuário para depois olhar par o retorno financeiro”, afirma o empreendedor.