Vaz, da EmCasa: tour virtual oferecido no site da EmCasa, ideal nos tempos de pandemia, teve mais de 400.000 visualizações e representa 25% das visitas feitas pelos clientes da startup (Divulgação/Divulgação)
Leo Branco
Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 13h10.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2021 às 06h17.
Num cenário de incertezas profundas causadas pela pandemia, uma coisa é certa: morar num lugar bacana continuará no topo das prioridades de muita gente mundo afora. Não é à toa a euforia com as startups dedicadas à facilitar a compra e venda de imóveis – as chamadas proptechs.
Uma evidência é a velocidade de expansão de negócios como a EmCasa, fundada em novembro de 2017 no Rio de Janeiro com a proposta de facilitar ao máximo os perrengues da compra e venda de imóveis.
No ano passado, a empresa faturou 18 milhões de reais – pouco mais do dobro do obtido em 2019. A julgar pelo ritmo de negócios neste início de 2021, a expectativa é ultrapassar os 50 milhões de faturamento neste ano.
“A pandemia e a quarentena anteciparam o sonho da casa própria para muita gente”, diz Gustavo Vaz, fundador da EmCasa. “Os negócios com tecnologia para facilitar essas transações, como o nosso, saíram ganhando da crise.”
Filho de uma consultora imobiliária, Vaz estagiou no ramo e depois trabalhou em startups como a Easy Taxi. Há quatro anos, juntou-se ao também engenheiro carioca Lucas Cardozo, que acumula no currículo passagens por consultorias como Bain & Company e Brasil Brokers, focada no mercado imobiliário.
Para facilitar a vida de compradores e vendedores, o trunfo da EmCasa está no tour virtual, uma tecnologia capaz de exibir imagens em 360º pelos ambientes de imóveis classificados na plataforma virtual da EmCasa.
Praticamente desconhecida antes da pandemia, a ferramenta foi uma mão na roda a quem estava pouco disposto a furar a quarentena para visitar os imóveis dos outros. No ano passado, o tour virtual oferecido no site da EmCasa teve mais de 400.000 visualizações. “Essa modalidade de visita chegou a representar ¼ do total de visitas mensais desde o início da pandemia”, diz Vaz.
A EmCasa ganha dinheiro de duas maneiras. Uma delas é direcionando ofertas de imóveis a públicos com alto potencial de interesse em morar neles, de acordo com uma tecnologia de algoritmos desenvolvida pela própria startup.
Além de aumentar as possibilidades de “match” entre compradores e vendedores e montar o tour virtual, a EmCasa dá orientações sobre os preços com mais chances de fazer o negócio sair do papel. Em troca, a startup cobra comissões de até 6% sobre o valor da venda.
Em outra frente de receitas, a EmCasa trabalha para bancos em busca de averiguar se a papelada de quem pede crédito imobiliário – e recebe comissões das instituições financeiras pela indicação de clientes.
Com todas essas ferramentas, o tempo médio para a negociação de um imóvel na EmCasa é de 24 dias, segundo os empreendedores da EmCasa – uma fração dos vários meses que costumam demorar geralmente essas transações.
Por ora, a startup tem trabalhado com imóveis em bairros nobres de São Paulo e Rio de Janeiro, como Pinheiros e Botafogo, mas a expectativa dos sócios é ampliar a atuação da empresa para outras capitais nos próximos meses.