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Ele vendia balas no metrô. Hoje, fatura R$ 1,5 milhão com franquias

Josevaldo Redovik começou a trabalhar aos sete anos de idade. Um bom histórico como franqueado o levou a três unidades próprias da Evolute Cursos

Josevaldo Redovik (à direita), franqueado da Evolute: empreendedor foi de catador de latinhas e papelão até vendedor de balas no metrô (Evolute/Divulgação)

Josevaldo Redovik (à direita), franqueado da Evolute: empreendedor foi de catador de latinhas e papelão até vendedor de balas no metrô (Evolute/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 1 de junho de 2018 às 06h00.

Última atualização em 1 de junho de 2018 às 19h08.

São Paulo - Vários caminhos podem levar ao sucesso nos negócios - e alguns são mais tortuosos do que outros. No caso do empreendedor Josevaldo Redovik, foram várias idas e vindas até se tornar um franqueado com três unidades da rede de cursos profissionalizantes Evolute.

Sua trajetória incluiu diversos bicos para sobreviver, incluindo vender balas no metrô de São Paulo. Pai de gêmeos, hoje, Redovik respira mais aliviado: suas três franquias faturam ao todo 125 mil reais por mês, ou 1,5 milhão de reais em um ano. Para o empreendedor, sua vida mudou não só por esforço próprio, mas por ter “gratidão” quanto ao seu passado.

De funcionário a vendedor de balas

Filho de um caldeireiro e uma empregada doméstica, Redovik morava em uma casa de 14 irmãos. Em Itaquaquecetuba, interior de São Paulo, ajudou na renda da família desde os sete anos de idade. Já catou latinha e papelão, cuidou de carros estacionados, vendeu produtos em feiras e foi ajudante de pedreiro. “Fazia o que desse por alguns trocados. Tive uma vida bem difícil, e aos 17 anos de idade saí de casa”, conta.

Nessa época, em 2002, Redovik trabalhava como promotor de rua para uma escola de educação profissional. Não tinha carteira de trabalho e ia de bicicleta para o trabalho, totalizando 12 km por dia. “Acho que sempre tive cabeça de empreendedor. Não reclamava e fazia tudo que pediam, até trocar lâmpada.”

O comportamento levou o promotor a virar office boy de confiança, vendedor interno e depois vendedor externo, dando palestras em escolas públicas. Ao todo, foram seis anos na empresa.

Buscando melhores oportunidades, Redovik acabou como corretor de imóveis na cidade de São Paulo. Na mesma época, sua esposa ficou grávida de gêmeos - e ele vivia de comissões, sem salário fixo. Aos 22 anos de idade, ele se desesperava por uma renda extra. Seu irmão já vendia balas no metrô e o ensinou a fazer a atividade, que é ilegal. Ficou nessa situação por seis meses.

“Para eu não passar fome, nem meus filhos, fui vender bala. Trabalhava na corretora das 8h às 17h e de lá saía para vender bala no metrô até quase meia noite. Tirava 50 reais no dia e ia comprar uma lata de leite especial para os gêmeos, que não mamavam no peito, e fraldas. Fiquei uns seis meses nessa situação, de domingo a domingo.”

Vida de franqueado (e franqueador)

A situação difícil em São Paulo fez Redovik voltar a virar gerente comercial da mesma rede de cursos profissionalizantes que o empregou em Itaquaquecetuba. Seis meses depois, porém, saiu do emprego por insatisfações com os materiais de venda.

Assim que largou o trabalho, recebeu um convite dos empreendedores Alexandre Loudrade e Vinicius Almeida, da rede de cursos profissionalizantes Evolute, para fazer um teste em Taubaté (São Paulo). Dois meses depois, conseguiu trazer a família para a região em 2009, quase dois anos depois do nascimento dos filhos. Ainda ia e voltava de bicicleta para o novo trabalho de vendedor.

“Saí de uma casa construída para pagar aluguel em Taubaté. Todo mundo falou que eu estava no caminho errado, mas aprendi que aí é que você está no caminho certo”.

Na época, a Evolute tinha três unidades, em Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Taubaté. Redovik foi o melhor vendedor do negócio durante três anos. Em uma semana, chegou a captar 395 matrículas apenas para uma escola. Na terceira unidade, inaugurada em Caçapava, ganhou uma participação de 10%.

Em 2012, ele conquistou o sonho de ter a própria escola, assumindo uma unidade em Poços de Caldas (Minas Gerais) após um investimento inicial de 45 mil reais. Redovik sabia vender - mas teve de aprender a ser um bom gestor também.

Josevaldo Redovik dando aulas em sua unidade da Evolute

Josevaldo Redovik dando palestra (Evolute)

“Acho que minha experiência comercial me ajudou muito e até hoje lidero essa área na escola. Mas comecei a pensar também em como fazer o negócio crescer, incluindo aproveitar próximas oportunidades.”

Bons resultados levaram a outras duas unidades no estado de Minas Gerais, em Varginha e em Pouso Alegre. Com as três escolas, Redovik atende 900 alunos e fatura em média 125 mil reais por mês, ou 1,5 milhão de reais em um ano.

Há dias que o empreendedor começa cedo e para de trabalhar apenas às dez horas da noite, conta, mas contratar coordenadores administrativos e de suporte o ajudou a lidar com tantos processos. Além de, claro, a gratidão por conquistas passadas.

“Você pode estar morando na ponte e comendo pão envelhecido, mas tem um lugar para morar e para comer. Para crescer na vida, humildade e gratidão são muito importantes. Tive de aprender essa lição.”

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