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Ele largou o mundo corporativo para viver do que ama: a capoeira

Wescley Tinoco saiu do mundo corporativo, virou MEI, montou uma loja móvel e hoje vive dessa mistura de luta e dança brasileira.

Wescley Tinoco, da Iúna Capoeira Wear: "Pensei na possibilidade de uma marca que representasse meu esporte, que eu gostasse de usar" (Patricia Cruz/Jornal de Negócios do Sebrae/SP)

Wescley Tinoco, da Iúna Capoeira Wear: "Pensei na possibilidade de uma marca que representasse meu esporte, que eu gostasse de usar" (Patricia Cruz/Jornal de Negócios do Sebrae/SP)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 10h27.

Última atualização em 7 de dezembro de 2016 às 16h43.

"'Você já vive de capoeira?’ Essa foi a pergunta de um amigo, no início de 2012. Eu, claro, respondi que era impossível viver só de capoeira no Brasil.

Nascido e criado em Guarulhos, na Grande São Paulo, comecei a praticar capoeira ainda muito novo; esse era o refúgio para as tardes nos dias de semana. Enquanto a maioria dos garotos da minha idade preferia o futebol, eu não saia da Quilombo dos Palmares, academia do meu mestre Peixe.

Minha juventude foi dedicada à capoeira. Ela me ajudou muito, na formação como homem e cidadão a ter responsabilidades, treinar, manter a mente focada e passar por obstáculos.

O primeiro contato com a moda aconteceu por meio da capoeira em 1994. Eu era apaixonado por brincar com a cor das calças, que até então tinham o branco como padrão. Como hobby, pedia para as costureiras do bairro customizarem de todos os jeitos, com todas as cores.

Em 1997, fui classificado para o campeonato brasileiro de capoeira. Tinha certeza de que ia ganhar, estava preparado. Então fiz uma calça customizada com a bandeira do Brasil para a disputa. Ganhei.

Além de apaixonado pela capoeira, sou formado em administração e pós-graduado em finanças. Sempre trabalhei em grandes corporações financeiras. Pegando condução para chegar ao serviço, comecei a observar o que as pessoas vestiam e percebi que as roupas, muitas vezes, não correspondiam à essência delas. Pensei na possibilidade de uma marca que representasse meu esporte, que eu gostasse de usar. Não achei.

Foi aí que tive a ideia de montar a Iúna Capoeira Wear, uma marca de roupa para amantes da capoeira, que pode ser usada em diversos ambientes. Coloquei em prática tudo que havia aprendido com os cursos do Sebrae-SP de Guarulhos, que já eram meus parceiros há anos.

Em março de 2013, fiz um evento na academia de capoeira onde sou professor para o lançamento da minha marca, a Iúna Capoeira Wear. Promovi uma roda de capoeira, chamei meu mestre Peixe e mais alguns capoeiristas. Após a roda, ocorreu um desfile para apresentar as primeiras peças da marca.

Quando terminou, estava estampado na minha cara que era isso que gostava de fazer. Decidi viver da moda capoeira. Corri até o Sebrae-SP em Guarulhos e me formalizei como MEI. Comecei a vender pela internet e em eventos de capoeira. Em 2015, montei a loja móvel, um carro que uso para fazer entregas e mostrar mais algumas peças aos clientes.

Para o futuro, desejo aumentar a frota da loja móvel, expandir a marca para outros estados e abrir uma loja fixa. Caso aquele mesmo amigo me perguntasse novamente se é possível viver de capoeira, eu diria que hoje vivo só da capoeira.”

Confira o vídeo com a história da Iúna Capoeira Wear:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=TvZEtQgofvY%5D

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