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Ela queria ajudar o filho alérgico – e acabou empreendedora

A dieta restrita do filho alérgico foi o ponto de partida para Adriana Fernandes abrir um negócio de alimentos para quem tem problema

Adriana Fernandes: ela começou embarcando sozinha na sua ideia. Hoje, possui duas empresas e oito funcionários (Cris Castello Branco/Jornal do Sebrae/SP)

Adriana Fernandes: ela começou embarcando sozinha na sua ideia. Hoje, possui duas empresas e oito funcionários (Cris Castello Branco/Jornal do Sebrae/SP)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2016 às 11h00.

"Há pelo menos dez anos eu já sonhava em ter um negócio na área de alimentação. No entanto, como tinha uma carreira estável em comunicação, trabalhando em uma boa empresa, fui adiando esse sonho. Quando tive meu segundo filho, ele nasceu alérgico a diversos alimentos e para poder alimentá-lo era necessária uma dieta muito restritiva. 

Com isso, tudo que eu fazia de alimentos em casa tinha de readequar. Nesta mesma época eu passava por momentos difíceis na empresa e desconfiava que seria demitida. Então, comecei a amadurecer a ideia de abrir um negócio de alimentação voltado a esse segmento de comida pronta para pessoas que têm algum tipo de restrição alimentar.

No começo, embarquei sozinha na ideia. Era a ideia de quem amamentava nas madrugadas e ficava pensando em saídas. Então, em abril de 2014, éramos eu e um amigo, chef de cozinha. Pouco depois, meu marido também foi demitido da empresa em que era diretor, então decidimos arriscar tudo nessa de alimentação para quem tem restrição. Seis meses depois, o meu cunhado também entrou na dança e hoje somos três sócios.

Quando começamos, eu tinha muita dúvida se haveria demandai para esse segmento, por ser tão específico. Não sabia se era uma loucura porque não tinha nenhuma referência no mercado. Cheguei a pensar que não existia público para esse segmento, por isso que ninguém fazia ainda. Era um grande desafio rastrear todos os fornecedores dos nossos ingredientes para ter a garantia de que os produtos eram totalmente livres da contaminação de glúten e oito principais alergênicos.

Mas todas dúvidas e medos foram rapidamente amenizados porque as pessoas receberam muito bem. Tanto as que têm muitas restrições, como as que não têm tantas restrições, mas procuram a Mandala por se sentirem seguras com o serviço que oferecemos.

Além disso, uma das conquistas que sempre destaco é o fato de ter mos uma grande procura do mercado corporativo. Um exemplo é o projeto enorme com o Hospital Israelita Albert Einstein. Nós servimos desde a dieta líquida do paciente bariátrico até as dietas mais complexas e sobremesas, para que o hospital ofereça mais conforto a esse público com restrição alimentar.

Isso me dá um alívio enorme, pois vejo como o nosso negócio está sendo recebido com confiança por quem precisa desse tipo de alimentação. E, quando olho para trás, para quando começamos, vejo que os objetivos estão sendo alcançados.

Hoje, dois anos depois de abrir as portas, temos dois negócios, oito funcionários, trabalhamos com refugiados e vemos nitidamente a alegria de vários clientes alérgicos ou pais de crianças com alergias que podem, pela primeira vez, comer um alimento gostoso, de qualidade, sem risco.

Uma coisa tenho certeza e falo para todos que me perguntam: se não fosse o Sebrae-SP não estaríamos onde estamos hoje. Acho que todo mundo que quer começar um negócio, tem o sonho de ser empreendedor, deve procurar o Sebrae-SP e cavar. Procurar um consultor, um curso, uma palestra, algum evento que atenda ao que está procurando. Mas tem de procurar no Sebrae-SP, porque o conteúdo está lá, basta cavar até encontrar para iniciar o negócio com consistência.

Confira o vídeo com a história de Adriana Fernandes e sua empresa abaixo:



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