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Ela criou um negócio de sucesso com R$ 3 mil e paixão por pipocas

A carioca Sabrina Schmidt sempre gostou de pipocas. Após ser demitida, pegou 3 mil reais emprestados e transformou a paixão em empreendimento.

Sabrina Schmidt, da Pipoca de Colher (Bruno Girão/Divulgação)

Sabrina Schmidt, da Pipoca de Colher (Bruno Girão/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 12 de fevereiro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2017 às 11h33.

São Paulo – Sabrina Schmidt percebeu que era apaixonada por pipoca por volta dos 13 anos: dando uma volta pelo parque de diversões paulista Playcenter, conheceu um quiosque de pipocas de vários sabores. Ela pensou em como seria bom ter um negócio que também vendesse pipocas.

Mas, como para muita gente, a vida seguiu e Schmidt teve de se adaptar às carreiras tradicionais do mercado de trabalho. A carioca se tornou diretora de produtos de uma empresa de venda direta. Tudo seguia seu curso normal até que, em 2015, a corporação faliu. Desempregada, Schmidt decidiu que essa era a hora de reviver seu sonho de infância.

Assim nasceu a Pipoca de Colher: um negócio especializado em pipocas funcionais, que trazem benefícios para a saúde e poucas calorias. Em pouco mais de um ano de empresa, a Pipoca de Colher já faturou 300 mil reais e chegou a 300 pontos de venda.

Primeiros passos

Depois de perder o emprego, Schmidt passou a analisar como estava o mercado de pipocas. “Vi como a pipoca gourmet estava entrando com força no Brasil, e pensei que era hora de apostar nisso”, conta a empreendedora.

Ao mesmo tempo, Schmidt havia mudado sua alimentação para um estilo mais funcional: ou seja, comidas que tragam um benefício concreto para a saúde. Na casa da empreendedora não há açúcar branco, por exemplo. Então, por que não investir em uma pipoca que também fosse funcional?

Schmidt pediu 3 mil reais emprestados de um amigo. Com o dinheiro, investiu em panelas, matéria-prima e embalagens. Então, testou as receitas de pipoca funcional que tinha em mente. Começou a vender para os amigos em setembro de 2015 e chegou às feirinhas gastronômicas no começo de 2016.

Mas o grande ponto de virada para sua pequena empresa, agora já chamada de Pipoca de Colher, veio em maio de 2016: as pipocas funcionais de Schmidt passaram a ser vendidas em lojas focadas em alimentação saudável (por exemplo, a rede Mundo Verde).

Hoje, os produtos da Pipoca de Colher estão em 300 lojas no Brasil, principalmente nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Enquanto na época das feirinhas o negócio faturava 3 mil reais por mês, hoje já fatura uma média mensal de 50 mil reais.

As pipocas funcionais

O nome Pipoca de Colher, segundo Schmidt, veio da sua meta em transformar a pipoca em um complemento às refeições, e não apenas como um aperitivo. “Há sabores que permitem comer a pipoca junto de outros produtos, como iogurte natural, por exemplo. E alguns levam a pessoa a comer de colher, como o nome sugere”, explica.

Hoje, há quatro sabores de pipocas funcionais: chocolate fitness, com cacau e canela; detox, com laranja e gengibre; termogênicas, com especiarias e pimenta; e TPM Free, com amoras. No site da Pipoca de Colher, há a descrição sobre quais benefícios cada um dos produtos traz. “Só incluímos produtos se entendermos quais são suas funcionalidades e como eles se combinam com uma comida amada por todos, como é a pipoca.”

Há dois tamanhos distintos de sacos da Pipoca de Colher: o grande serve cinco xícaras de pipoca e costuma custar entre 12,90 e 14,90 reais, variando com o ponto de venda. Já o tamanho pequeno serve duas xícaras de pipoca e custa entre 7,50 e 8,90 reais.

Pipocas funcionais da Pipoca de Colher

Pipocas funcionais da Pipoca de Colher

Segundo Schmidt, a Pipoca de Colher pretende chegar a 1000 pontos de venda até o fim de 2017, gerando um faturamento mínimo de 1 milhão de reais.

Além das pipocas funcionais, a Pipoca de Colher passou a vender também uma farinha de milho expandido. Com esse ingrediente, a farinha fica com mais leveza e poucas calorias, além de conter antioxidantes e fibras. Enquanto uma colher de sopa de farinha de trigo possui 72 quilocalorias, uma colher da Farinha Fit possui 6,5 quilocalorias.

É possível fazer bolos, empanadas, farofas e tortas com a farinha da Pipoca de Colher, por exemplo. “A Farinha Fit representa hoje 10% do nosso faturamento. Ainda estamos em um processo de fazer o consumidor entender os benefícios do nosso produto, e nesse começo de 2017 já vimos bons resultados.”

Também há mais planos na agenda da Pipoca de Colher: a marca negocia entradas em redes de cinema; prepara uma linha de pipocas funcionais mais adaptadas ao paladar infantil, para levar como lanche para a escola; e, mais no final de 2017, negociará sua primeira expansão internacional, para a Espanha.

Franquias

Schmidt conta que, desde o começo, recebia muitos pedidos de interessados em franquear o negócio.

“Eu particularmente gosto da pipoca salgada e quentinha na hora, e sentia falta disso na comercialização por ponto de venda. Por isso, resolvemos abrir a franquia com a mesma marca e sabores, mas em um modelo mais diferenciado, que relembra a infância”, diz e empreendedora.

As franquias operarão em carrinhos, que podem ficar tanto na rua quanto em shoppings (operando como uma espécie de quiosque).

Modelo de varrinho franqueado da Pipoca de Colher

Modelo de varrinho franqueado da Pipoca de Colher

Outro objetivo da franquia é levar a ideia de pipocas saudáveis para além das lojas especializadas, fazendo com que mais entendessem que é possível se alimentar bem com produtos agradáveis ao paladar.

O franqueamento começará neste semestre, e a expectativa é ter 10 franquias até o fim de 2017.

Pipoca de Colher – Carrinho
Investimento inicial: 50 mil reais
Prazo de retorno: 12 meses

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