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Startup que educa funcionários ‘da ponta’, Beedoo é avaliada em R$72 mi

A startup desenvolveu uma plataforma de treinamentos para empresas que desejam engajar e se comunicar com suas equipes operacionais, como times de telemarketing

Alvaro Manzione e Daniel Lima, fundadores da edtech Beedoo (Beedoo/Divulgação)

Alvaro Manzione e Daniel Lima, fundadores da edtech Beedoo (Beedoo/Divulgação)

A startup Beedoo faz parte de uma extensa lista de edtechs que, diante do novo cenário do mercado de trabalho, querem garantir que profissionais e empresas estejam preparados. O diferencial, porém, está no seu foco. Enquanto grande parte das empresas olha para o treinamento de lideranças, a Beedoo mira as equipes operacionais, times de funcionários que atuam em funções mais mecânicas.

A empresa acaba de receber um aporte dos empreendedores Marco Serralheiro, atual presidente da agência de publicidade DIGIA e Marcus Buaiz, empresário à frente de seis companhias, entre elas as agências Act10n e Spark — e também herdeiro do conglomerado capixaba Grupo Buaiz. Com a nova rodada, que não teve valor divulgado, os dois investidores agora passam a ser sócios da startup, que agora vale 72 milhões de reais.

Fundada em 2017 pelos empreendedores Alvaro Manzione e Daniel Lima, a Beedoo atua como uma plataforma de capacitação e engajamento para times operacionais. Para isso, a startup criou um ambiente digital e gamificado que incentiva usuários a se engajarem em desafios e com um método de aprendizado coletivo. “Sempre soubemos que um desafio para as empresas era criar um elo com seus funcionários operacionais, que atuam na ponta da operação. E o engajamento poderia ser uma solução nesse caso”, diz Alvaro Manzione, cofundador da Beedoo.

Para as grandes empresas, a vantagem está em treinamentos mais ágeis para equipes tradicionalmente grandes. “Antes do grande “boom”, já percebíamos que o online era a grande resposta para o ensino de times tão grandes e com tão pouco tempo para treinamentos presenciais e longos”, diz.

A solução, que hoje é voltada para o B2B, já tem 150.000 usuários em uma carteira com mais de 140 empresas no Brasil e outros países da América do Sul, Estados Unidos e Europa, entre elas Itaú, Livelo, Nespresso, Mapfre, Natura, Serasa Experian, QuintoAndar, Unimed, Porto Seguro, Fast Shop, Atento, Algar Tech, CPFL Energia, Gympass, Sebrae, entre outros.

O interesse dos investidores está baseado na percepção de que as grandes empresas têm sua fórmula de crescimento baseada justamente nas equipes que desempenham papéis mais funcionais, como centros de atendimento ao cliente (os famosos call centers). “Os grandes nomes do mercado são formados por pessoas operacionais, mas que ficam à margem da atenção e do foco estratégico. O que a Beedoo faz ao entender que são essas pessoas o grande motor corporativo é uma grande sacada”, diz Marco Serralheiro.

A flexibilidade no uso da solução do Beedoo é um ponto positivo e, sem dúvida, um diferencial para a empresa, comenta Manzione. Pela plataforma da startup, empresas podem ir além dos call centers e também oferecer treinamentos e se comunicar com prestadores de serviço e funcionários da indústria. No caso do QuintoAndar, por exemplo, a Beedoo serve como ponte para a capacitação de corretores de imóveis.

Para este novo momento após a captação, a intenção da Beedoo é ser a maior startup de capacitação de equipes operacionais do Brasil e da América Latina. Para isso, algumas ações já estão no radar, entre elas o lançamento de uma ferramenta de inteligência artificial para recomendação de cursos de acordo com a performance e habilidade de cada usuário, criando trilhas de aprendizado personalizadas e individuais. “Esse uso de tecnologia será, sem dúvida, o futuro da educação como um todo. E estaremos prontos para acompanhar essa tendência”, diz Manzione.

Além disso, a Beedoo pretende dobrar o número de clientes já no próximo ano e, com a entrada de novas empresas no portfólio, a startup também deve alcançar novos mercados. O aporte também servirá para novas contratações: a empresa pretende multiplicar por dois o seu quadro atual de funcionários, para 120 colaboradores.

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