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Editoras faturam R$ 4,2 bilhões em 2010

Mais de 84% das companhias que lucram com o setor são de pequeno e médio porte

Estante com livros (Dave Di Biase/ stock.xchng)

Estante com livros (Dave Di Biase/ stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2011 às 18h41.

Brasília - Dados da pesquisa "O Comportamento do Setor Editorial", divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), mostram que o mercado editorial brasileiro está em expansão. O número de exemplares vendidos em 2010 cresceu 13,12%, alavancando em 8,12% o faturamento das editoras.

No ano passado, elas venderam 437 milhões de exemplares e faturaram R$ 4,2 bilhões. Uma das explicações para o crescimento é a diminuição nos preços dos livros. A pesquisa mostra que o preço médio ao mercado caiu 4,92% em 2010. Os valores tiveram redução de 34% desde 2004.

O aumento do hábito de leitura entre os brasileiros beneficia as micro e pequenas empresas. Das 498 editoras em funcionamento no país, 46% faturam menos de R$ 1 milhão por ano (231), segundo a pesquisa. O recorte feito no estudo mostra que outras 38% lucram anualmente entre R$ 1 milhão e R$ 10 milhões (189), faixa que engloba parte das empresas optantes pelo Simples Nacional, que faturam até R$ 2,4 milhões por ano.

Mas não foi só a queda dos preços que contribuiu para a elevação das vendas, segundo a presidente do Snel, Sônia Machado Jardim. “O segundo fator é a chegada ao mercado de uma parcela da população que passou a ser conhecida como a nova classe C”, destaca.

O aumento da demanda foi sentido no caixa do empresário Victor Alegria, que possui uma editora de livros em Brasília há quase 40 anos. Há até cinco anos, a Thesaurus Editora, empresa enquadrada no Simples Nacional, publicava, em média, de dois a três títulos por mês. Hoje chega a 12 lançamentos mensais. “Aumentamos nossa diversidade e o número de autores. Estamos produzindo livros sob demanda e de pequena tiragem, o que atrai outro nicho de mercado”, afirma o empresário.

Victor reclama das dificuldades encontradas no varejo. Segundo ele, o domínio das grandes livrarias sobre as pequenas prejudica as editoras de menor porte. “As grandes livrarias ficam com mais de 50% do valor do livro, o que é muito caro para a pequena editora. A morte das pequenas livrarias é ruim para a gente, pois elas cobram menos, em torno de 30%. Outra dificuldade é o fato das livrarias focarem apenas na venda de best sellers, o que dificulta o acesso dos nossos livros ao mercado”, lamenta.

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