São Paulo – A Easy Taxi começa a operar hoje (25), na cidade de São Paulo, o Easy Go: um serviço de transporte individual com motoristas particulares, como já se vê em empresas como Cabify, Televo e Uber. Com isso, a startup não oferecerá a locomoção apenas por táxis, entrando em um mercado com novos concorrentes.
Agora, são três opções de transporte por meio do app: o Easy Go, que seria a maneira mais barata; o Easy Taxi, que seria a maneira mais rápida (por conta da grande frota e da possibilidade de usar os corredores de ônibus); e o Easy Plus+, que possui os táxis pretos, seria a maneira mais sofisticada.
Antes de chegar ao Brasil, o Easy Go já operava na Argentina, na Colômbia, no Equador, no México e no Peru. Na América Latina, essa categoria já corresponde a 20% das corridas feitas pela Easy Taxi, mesmo sem estar no Brasil, informa a startup.
A startup afirma que segue as regulamentações de cada cidade na hora de decidir quais serão os próximos destinos do Easy Go – estava esperando a decisão da prefeitura para entrar em São Paulo, por exemplo. Brasília, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre devem ser as próximas cidades brasileiras a receberem o serviço.
A Easy Taxi contou, em coletiva na semana passada, qual será sua estratégia para se destacar no mercado de motoristas particulares – e tem a ver com a precificação de seu serviço.
Preços e estratégia
O Easy Go formou seu preço de acordo com uma taxa inicial fixa (de dois reais, já incluindo o valor da outorga da prefeitura de São Paulo) e com outras duas variáveis: a quantidade de quilômetros rodados e os minutos gastos no trajeto. Esta é a fórmula completa, com o peso atribuído a cada elemento:
Valor da corrida = 2 + (1,63 * km) + (0,3 * minutos)
Para corridas curtas, EXAME.com apurou que o valor da viagem para o passageiro é menor no UberX, no Cabify e no Televo Pop; para as longas, o valor é menor no UbeX e no Televo Pop. Fernando Matias, CEO da Easy no Brasil, concorda com esse cálculo e afirma que, para o passageiro, a corrida com o Easy Go é um pouco mais cara do que a do principal concorrente, o UberX.
Isso ocorre porque, do valor da corrida, 80% fica com o motorista – a mesma porcentagem dos taxistas do Easy Taxi. Comparando-se com serviços concorrentes, o motorista da Easy Go fica com a mesma porcentagem do valor de um motorista do Uber Black, serviço de luxo do Uber; com mais do que os motoristas do UberX e Cabify; e com menos do que os motoristas dos serviços Televo Pop e Televo Sedan.
“O que a gente tem focado é em como melhorar a renda desse motorista no fim do mês. Por isso que a gente tem um preço maior, ao compararmos com o concorrente. A gente acredita que, gerando maior renda, conseguimos ter um serviço com qualidade superior à do concorrente, tanto no atendimento quanto no estado dos veículos”, diz Matias.
O pagamento da Easy Taxi ao motorista é feito às segundas, quartas e sextas-feiras (dias úteis e alternados). O passageiro poderá pagar a viagem por meio de dinheiro, cartão de débito, cartão de crédito e por acordos corporativos.
O motorista deverá comprar créditos para aceitar transações em dinheiro e cartão de débito, por meio de um e-commerce da Easy Taxi. Neste caso, 20% do valor total da corrida será descontado nessa compra de crédito, o que já corresponde à taxa do aplicativo.
Ao todo, cerca de seis mil pré-inscrições já foram feitas para ser motorista do Easy Go. Lembrando que não são aceitos carros alugados - no máximo, veículos no nome de parentes diretos.
Com um grande volume de motoristas operando, a ideia seria criar categorias de acordo com o nível dos carros (como o Uber se separa em UberX e Uber Black).
Usabilidade
Além da inauguração do Easy Go, a Easy Taxi também está melhorando a usabilidade de seu aplicativo como forma de enfrentar a concorrência.
Dentro da plataforma, já será possível inserir o destino – algo que já ocorre com o Uber. Com a repetição de um mesmo trajeto e de uma mesma opção de transporte (por exemplo, um funcionário que realize sempre o mesmo caminho pelo serviço corporativo da Easy Taxi), o app da Easy Taxi memorizará essa opção, para evitar que o passageiro tenha sempre de digitar as mesmas informações. Também serão mostradas as estimativas de tarifas para cada tipo se serviço (Go, Táxi, Plus+).
A startup também oferecerá integração com programas como Microsoft Outlook e Google Calendar: a ideia é que o usuário consiga agendar um táxi já por meio dessas ferramentas, sem precisar acessar o aplicativo.
No mapa visto no aplicativo da Easy Taxi, o usuário poderá visualizar bolinhas azuladas: carros e táxis que prestam serviços para a empresa e estão parados. Assim, o usuário pode ir até o local e combinar a corrida por meio da plataforma, sem esperar que o veículo faça retornos para chegar até o destino indicado.
Segundo Dennis Wang, CEO global da Easy, isso é algo que pode ajudar em saídas de shows e eventos, por exemplo: não irá demorar tanto quanto pedir pelo aplicativo do jeito usual, já que o veículo está próximo; irá permitir pagamentos de diversas formas, inclusive já na plataforma; e também pode evitar que o motorista cobre preços abusivos, diante da avaliação posterior por meio do aplicativo da Easy Taxi.
Futuro
Para o segundo semestre, a Easy Taxi está pensando em trazer ao Brasil um serviço que já é testado em países como México e Peru: o de compartilhamento de veículos com mais espaço, como vans. A partida e o destino são fixos, mas é possível parar em qualquer ponto do trajeto.
“Imagine que haja uma van que percorra toda a avenida Paulista. A ideia seria compartilhar esse transporte com outras pessoas, e você pararia na altura em que deseja desembarcar”, explica Wang. A previsão é que o serviço chegue ao Brasil mais para o fim deste ano ou começo de 2017.
“Esses serviços de compartilhamento aparecem por uma evolução natural. Nos próximos dois ou três anos, a tendência é de dividir um espaço que o motorista já possui no seu carro, para pessoas que vão ao mesmo destino, atingindo 100% de ocupação. A indústria de transporte ainda irá mudar muito, e nós estamos sempre nos perguntando: ‘o que estamos fazendo para não virar uma rádio-táxi, para não virar um serviço antigo?’.”
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1. Para uma startup de sucesso
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São Paulo - Montar uma
startup e ter sucesso com ela não é uma missão simples. Para ajudá-lo nesta tarefa, EXAME.com consultou especialistas que elencaram as principais dicas para quem está começando a trilhar este caminho. Os conselhos abrangem assuntos que vão do amadurecimento da sua ideia de negócio até a melhor forma de buscar ajuda de investidores. Veja as dicas nas fotos acima.
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2. 1 – Critique a sua ideia
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Se você teve uma ideia de negócio para uma startup, precisa estar preparado para colocá-la à prova. “É importante o empreendedor tentar entender se essa ideia é consistente, se existe um mercado para isso e se as pessoas estão dispostas a pagar por aquilo”, afirma Giuliano Baptistella, COO da Gema Ventures, uma aceleradora de startups. Como fazer isso? Converse com o máximo de pessoas possíveis e coloque-se na pele do seu possível cliente, tente imaginar como ele se comportaria usando esse produto e busque identificar se aquela solução vai de fato facilitar a vida dele. Essa é a fase de validação da sua startup.
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3. 2- Seja flexível e, ao mesmo tempo, persistente
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Ao criticar a sua ideia, você provavelmente vai precisar fazer ajustes para que ela amadureça. Portanto, não se apegue. “Você vai consultar as pessoas e, a partir dos feedbacks que receber, vai precisar adaptar seu produto. Sendo assim, você não pode ter aquele apego muito forte ao seu negócio”, afirma Luisa Ribeiro, CEO da Gema Ventures. Porém, ao mesmo tempo em que o empreendedor deve ter flexibilidade, ele também precisa ser persistente – e muito. “Se perceber que sua ideia não é tão boa assim, não precisa desistir. O empreendedor precisa ser resiliente, ter garra para continuar”, ressalta.
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4. 3 – Conheça suas limitações
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Não queira colocar sua ideia em prática sozinho. “Quando você tem uma ideia, deve pensar: Quem vai fazer isso comigo?”, afirma Marcilio Riegert CEO da aceleradora Start You Up. Segundo Riegert, é importante buscar pessoas que te complementem, ou seja, que tenham habilidades que você não tem. Outra coisa: essas pessoas precisam estar engajadas com o projeto. “A equipe precisa estar jogando junto, precisa querer fazer acontecer”, resume.
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5. 4 - Resolva os problemas como se fossem seus
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A máxima “Trate os outros como gostaria de ser tratado” também vale para os negócios. Frederico Flores, consultor e CEO da startup Ecommet, recomenda que, para ter sucesso com a sua startup, você precisa “resolver o problema dos outros da mesma forma que gostaria que resolvessem os seus”. “Essa máxima tem norteado todas as nossas ações na E-commet, e com isso conseguimos ótimos resultados. A gente se coloca no lugar do cliente e vê como gostaríamos que aquilo fosse feito. Um conhecimento avançado do seu produto e do seu público é o que resume esse princípio. Não faça simplesmente o que o mercado está fazendo”, aconselha.
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6. 5 - Mantenha o foco
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Focar sua energia no seu produto inicial é uma das chaves para não se perder no começo da sua startup. “No início, você tem pouco recurso, poucos clientes e pouco nome no mercado. Se começar a atirar para todos os lados, isso será muito prejudicial. É melhor focar e uma ou duas coisas que você faz melhor”, recomenda Flores. Isso não significa que você não poderá diversificar seus produtos no futuro. “Depois que estiver mais desenvolvido, com mais clientes e mais nome no mercado, você pode começar a ir para outros produtos”, afirma o empresário.
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7. 6 – Valorize os talentos
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O CEO da Ecommet conta que, no início, sua startup não tinha dinheiro para valorizar os bons profissionais com aumento salarial. Assim, a empresa buscou outras formas de reter esses funcionários. “Oferecemos um ambiente de trabalho super agradável, com videogame e sala de jogos. A ideia era: faça seu próprio horário e venha com a roupa que quiser”, conta. “Em sua jornada, você vai encontrar pessoas ruins, pessoas medianas, e algumas muito boas. Essas precisam ser valorizadas, seja com dinheiro, seja com um ambiente favorável para trabalharem”, resume Flores.
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8. 7 – Controle suas contas com rigor
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O início de uma startup costuma ser um tempo de vacas magras. Sendo assim, para fazer com que sua empresa sobreviva, a dica é: economize ao máximo. Verifique a necessidade de cada gasto e, se necessário, dispense serviços que considerar supérfluos. “Se você não pode contratar uma faxineira, peça a colaboração da equipe para manter o local de trabalho limpo”, sugere Frederico Flores da Ecommet. Além de economizar, é preciso saber separar as suas contas pessoias das contas da empresa. “É comum acontecer dos donos de um negócio tirarem dinheiro da empresa para gastos pessoais. E se o custo de vida dele aumenta, às vezes ele tira mais dinheiro. Isso é muito cancerígeno para a empresa”, afirma Flores.
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9. 8 – Torne-se conhecido
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Investir em marketing é fundamental. E para startups em início de carreira, as redes sociais e mídias digitais podem ser um bom caminho, já que são mais baratas do que as mídias tradicionais. “Não adianta você criar um produto fantástico e as pessoas não saberem que ele existe. Então é preciso divulgar, comunicar, as pessoas precisam te achar”, ressalta Luisa Ribeiro, CEO da Gema Ventures.
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10. 9 – Não tenha pressa de buscar investidores
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Não é uma boa ideia buscar investidores numa fase muito inicial da startup, aconselha Luisa. “É preciso lembrar que cada investimento é um percentual da empresa que você está entregando para alguém. Você deve buscar em primeiro lugar gerar receita própria, e aí buscar dinheiro de investidor para um plano específico”, afirma a CEO da Gema Ventures. Outra dica é buscar investimentos apenas quando houver um objetivo claro do que fazer com o dinheiro. “Vemos muitos empreendedores querendo o dinheiro como um fim”, afirma.
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11. 10 – Quer dinheiro? Mostre resultados
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Depois que você já amadureceu a sua ideia e conseguiu andar com as próprias pernas por um tempo, pode ser o momento de buscar investimento fora. E como fazer isso? “Mostre resultado. Não adianta apresentar um conceito para o investidor brasileiro, ele não está acostumado”, afirma Marcilio Riegert da aceleradora Start You Up. O investidor quer saber como o dinheiro dele vai render ali, ele precisa visualizar que aquele valor pode ser multiplicado, lembra Riegert.
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12. Veja agora dicas para largar o emprego
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