BID ao Cubo: programa de aceleração para startups do Norde e Nordeste (scyther5/Getty Images)
Um novo programa de aceleração está de olho em startups com origem que fogem à Faria Lima. Juntos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Cubo Itaú, hub de fomento ao empreendedorismo do Itaú Unibanco, estão lançando a terceira edição do BID ao Cubo, que irá potencializar startups do Nordeste e Norte do Brasil.
A partir desta terça-feira, pequenas empresas de base tecnológica podem se inscrever para um período de oito semanas de capacitação, mentorias e conexões com outras companhias que fazem parte do ecossistema de inovação do Cubo e também do BID Lab, laboratório de inovação do BID. Ao todo, 15 empresas serão selecionadas e estarão mais próximas de centros de pesquisa, investidores e outros players de São Paulo.
Segundo Renata Zanuto, co-head do Cubo Itaú, o objetivo do programa é facilitar a conexão entre startups e suas soluções inovadoras às pontas que podem fazer com que ideias possam sair do papel e ganhem escala. “Essa é uma iniciativa que consegue potencializar as forças de cada um dos parceiros para a geração de negócios”, diz.
Desde a sua primeira edição, em 2020, o BID ao Cubo acelerou 55 empresas. Algumas delas já chegaram ao final do ciclo de investimento, e foram adquiridas por grandes companhias, como é o caso da baiana Kinvo, vendida por R$ 72 milhões para o banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME). Outro exemplo, segundo Zannuto, é o da Ti.Saúde, comprada pelo Grupo DPSP — detentor das Drogarias Pacheco e São Paulo.
As inscrições podem ser feitas até 10 de abril, pelo site.
O programa é um esforço das duas instituições para promover o crescimento de empresas de fora do eixo Rio-São Paulo. Como consequência, essas startups ganham maiores chances de impulsionarem suas receitas. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), 29% das startups do Norte não têm faturamento, enquanto no Nordeste esse número sobe para 35%.
Em outra frente, é também uma iniciativa que mira maior representatividade no ecossistema — o que consequentemente acelera a recuperação econômica do país a partir dos números envolvendo o programa, segundo Morgan Doyle, representante do BID no Brasil. “Ficamos felizes em ver que na última edição do programa mais de 50% das startups tinham mulheres no quadro de fundadores e observamos também um aumento de quase 20% no número de inscrições de startups com pessoas negras em relação à primeira edição. Esses números traduzem a diversidade dos ecossistemas locais”, explica.