PME

Dono de marca de moda denuncia episódio de racismo na SPFW

O empreendedor e rapper Evandro Fióti, dono da marca de moda Lab Fantasma, diz ter sido barrado por segurança durante a São Paulo Fashion Week

Evandro Fióti, dono da marca Lab Fantasma: marca promove a inclusão e era uma das mais aguardadas na SPFW (Evandro Fióti/Facebook/Reprodução)

Evandro Fióti, dono da marca Lab Fantasma: marca promove a inclusão e era uma das mais aguardadas na SPFW (Evandro Fióti/Facebook/Reprodução)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 31 de agosto de 2017 às 11h00.

Última atualização em 31 de agosto de 2017 às 14h49.

São Paulo - O empreendedor e rapper Evandro Fióti, dono da marca de moda Lab Fantasma junto ao irmão e também rapper Emicida, denunciou ter passado por um episódio de racismo durante a São Paulo Fashion Week, evento icônico de moda que ocorre nesta semana.

De acordo com Fióti, um segurança da SPFW barrou sua entrada mesmo quando ele estava credenciado - e era o dono da marca que faria um dos desfiles da terça-feira (29). “Ser preto é ser barrado pelo segurança do evento até mesmo quando é da sua marca e com pulseira”, escreveu o empreendedor na rede social Facebook na noite do mesmo dia.

De lá para cá, o post já teve cerca de 1,6 mil reações e foi compartilhado mais de 200 vezes. A maioria dos comentários é de apoio ao rapper - inclusive com outros depoimentos de problemas ao passar pela segurança do evento.

Lab Fantasma

O caso é marcante porque a Lab Fantasma ressalta justamente a arte urbana e o hip hop, assuntos pouco trabalhados no segmento de alta costura.

Tal missão se notou no desfile da marca durante a São Paulo Fashion Week, que aconteceu mesmo com o incidente relatado por Fióti. Para a coleção, batizada da Avuá (uma alusão ao voo dos pássaros e à liberdade), personalidades como a cantora de funk MC Carol desfilaram na passarela.

"Haverá quem diga que o resultado final é mais simples, menos 'de moda'. Mas isso é bobagem, olhar antigo. Porque moda também é aquilo que acontece e se faz nas ruas e com todos — TODOS — que nelas vivem. Negros, brancos, ruivos, magros, gordos, gays, héteros, transsexuais e quem mais quiser vir. Como dizia a estampa, 'a rua é noiz e o que noiz quer mesmo, é poder voar livre'", analisa a revista Elle. As roupas chegam ao e-commerce da Lab a partir de 5 de setembro.

Até o momento, a Lab Fantasma não se pronunciou oficialmente sobre o relato de Evandro Fióti. A São Paulo Fashion Week emitiu um comunicado:

"Ao ver o post de Evandro Fióti, na noite de terça-feira,  Paulo Borges [idealizador e diretor criativo do São Paulo Fashion Week] imediatamente entrou em contato com ele para apurar  o ocorrido. Em seguida, tomou medidas junto à empresa de segurança contratada pelo evento, para repreensão de conduta dos envolvidos, e, atendendo pedido de Fióti, preservou o funcionário responsável. O SPFW está integralmente ao lado de Fióti, e acredita que a divulgação deste fato contribui na luta contra atitudes que infelizmente ainda fazem parte do dia a dia de nossa sociedade e que nos repugnam. São mais de dez mil pessoas trabalhando direta e indiretamente no evento, que sempre defendeu e trabalha pela diversidade em todos os níveis".

Atualizado às 14h50 para incluir o posicionamento da São Paulo Fashion Week.

Acompanhe tudo sobre:EmpreendedoresModaRacismoRappers

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar