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Dollar Shave Club desafia monopólio de produtos para barbear

O empreendedor americano Michael Dubin construiu uma empresa que vende lâminas de barbear por assinatura para competir com os grandes fabricantes do setor

Michael Dubin: "Na prática, a enxurrada de inovações não faz tanta diferença assim" (Dan Krauss / EXAME PME)

Michael Dubin: "Na prática, a enxurrada de inovações não faz tanta diferença assim" (Dan Krauss / EXAME PME)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2013 às 05h00.

São Paulo - Você acha que seu bar­­beador precisa de um cabo vibratório, de um coçador de cos­tas, de uma lanterna e de dez lâminas? Quem faz essa pergunta é o publicitário americano Michael Dubin — sócio da Dollar Shave Club, empresa que vende assinaturas de lâminas de barbear pela internet — num vídeo cheio de tiradas de humor negro e de personagens nonsense.

O vídeo, postado em março no YouTube, já foi visto por mais de 7,5 milhões de pessoas e ajudou a empresa a conseguir 12.000 assinantes em dois dias. 

Dubin encontra-se no meio de uma briga séria com empresas enormes e marcas poderosas, como a líder de mercado Gillette, da Procter&Gamble, e a Wilkinson Sword e a Schick, da Energizer Holdings. Em jogo está um mercado de produtos para barbear que movimenta 15 bilhões de dólares por ano, segundo a consultoria Euromonitor. Boa parte desse dinheiro vem de aparelhos com incrementos, como hidratantes, lâminas múltiplas e sistemas que dizem quando chegou a hora de trocá-las. 

Nada disso custa barato. Facilmente, um homem que se barbeia com frequência pode gastar 40 dólares por mês com aparelhos sofisticados. Para muitos, a opção é o furto — lâminas de barbear são um dos cinco produtos mais roubados no varejo americano, o que vem levando supermercados e farmácias a trancá-las em armários de vidro. 

"Para nós, homens, essa enxurrada de inovações não faz tanta diferença assim", diz Dubin. "Não vale a pena gastar tanto para fazer a barba". Um dia, numa festa, ele comentou com seu amigo Mark Levine sobre o custo alto de fazer a barba diariamente. A conversa evoluiu para uma sociedade entre os dois e para a criação da Dollar Shave Club. 

As assinaturas vendidas pela empresa dão direito ao cliente receber em casa determinada quantidade mensal de cartuchos de apa­re­lhos de barbear descartáveis. Por 1 dólar mais o valor do frete, a empresa entrega cinco cartuchos com duas lâminas. Pelo pacote mais caro, o assinante paga 9 dólares por três cartu­chos com seis lâminas, o frete incluído no pre­ço. Em qualquer caso, o consumidor ganha um cabo reutilizável na primeira entrega. 

Como a Dollar Shave Club consegue preços tão baixos? Além da simplicidade dos produtos, um gasto importante que a empresa não tem é com a logística de distribuição e com os prêmios que as lojas de varejo costumam cobrar para deixar seus fornecedores expor seus produtos nas prateleiras mais visíveis. Outra economia está na mão de obra — tudo é feito na Ásia. 

Em março, a Dollar Shave Club  conseguiu 1 milhão de dólares de investidores do Vale do Silício. Desde então, outros investidores também se interessaram — em novembro, vieram mais 9,8 milhões de dólares. Boa parte do dinheiro está sendo empregada na expansão do negócio para outros países. Outra porção deve ser usada para lançar uma linha própria de espumas de barbear, hidratantes para o rosto e outros cosméticos destinados ao mercado masculino.

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