Vitor Sousa, Peter Kreslins Junior e Rodrigo Bernardinelli, fundadores da Digibee: startup capta R$133 milhões para internacionalização (André Massao/Divulgação)
A Digibee, startup que integra diferentes softwares e soluções empresariais com ajuda de computação em nuvem, já fez seu nome no mercado brasileiro. Já são mais de 250 grandes empresas aderindo à solução de integração de tecnologia da startup fundada por Rodrigo Bernardinelli, Vitor Sousa e Peter Kreslins. Entre elas estão Itaú, Assaí, B3 e Carrefour. Agora, a ambição é ganhar outros mercados.
Para conseguir levar essa estratégia mundo afora, a startup acaba de captar 25 milhões de dólares, algo em torno de 132 milhões de reais, do Softbank. A rodada série A liderada pela divisão do fundo japonês dedicada a startups latino-americanas também teve participação da Kinea Ventures e da G2D Investments.
No complexo mundo da tecnologia, a missão da Digibee é integrar sistemas diferentes de cada empresa, sejam eles em computação em nuvem ou em servidores físicos — o que inclui aplicativos, dispositivos, servidores de outras empresas, entre outras coisas.
A proposta é colocar na mesma página servidores até então desconectados, acelerando a tomada de decisões ao unir diferentes verticais do negócio, da operacional à financeira. O modelo é similar ao que é feito por gigantes de tecnologia que já integram sistemas corporativos mundo afora, como SAP, Oracle, IBM e Microsoft. “A agilidade passa a ser a principal aliada nesse processo”, diz Rodrigo Bernardinelli, fundador e CEO da companhia. “Com a Digibee, dizemos tranquilamente que uma integração que levaria até seis meses pode levar apenas um”.
A dor da integração já é uma velha conhecida do mercado global de tecnologia. Uma pesquisa da consultoria americana Gartner mostra que mais da metade dos recursos para projetos de transformação digital nas empresas vai para solucionar problemas com integração. “É um problema global e estrutural das empresas”, diz o CEO.
O novo investimento vai subsidiar a operação da Digibee nos Estados Unidos, país que representa mais da metade do mercado global de software. O valor será usado integralmente na internacionalização do negócio.
No país desde 2020, a Digibee teve um começo lento por lá. Mesmo assim, já são 20 clientes, responsáveis por 5% da receita total da companhia, de 10 milhões de dólares. Com um time local de 160 funcionários dedicado às particulares do país e uma força-tarefa envolvendo comunicação de marca e marketing, a intenção é que a nação represente 20% das receitas até o final do ano.
Nos próximos meses, a Digibee também deve avançar em seu plano de expansão na América Latina, inaugurando bases no Chile, Peru, México e Colômbia.
Uma das apostas da Digibee para chegar a esses números está na contratação de executivos de renome. Recentemente, Flavio Pripas, ex-Redpoint eventures e Cubo, passou a ser chefe de estratégia na startup. Além de Pripas, fazem parte do conselho da Digibee os executivos Ken Arredondo, ex-IBM e CA Technologies; Humberto Ballesteros, ex-Microsoft e Red Hat; Marcelo Silva, ex-Cisco e Cait Porte, ex-Zmags.
Até o final do ano, a expectativa da Digibee é alcançar receita de 30 milhões de dólares, o triplo do volume atual.