Dúvida do leitor: Por onde começo a estudar o mercado em que quero ter o meu negócio? Como saber, por exemplo, média de preços dos serviços prestados, número de funcionários necessários e formas de divulgação?
Respondido por Carlos Caldeira, especialista em empreendedorimo
Existe hoje um bom número de fontes de informações para quem quer começar o seu negócio. A primeira fonte a ser usada é a das Associações de Classe de estabelecimentos assemelhados. Um dos serviços desempenhados por estas associações é justamente prover informações sobre o setor em que estão inseridas.
Outra fonte de informação que pode ser útil são os serviços como o Sebrae, que provêm informações e suporte para a abertura de negócios. O Sebrae, dependendo do setor, tem informações quase que passo a passo para a abertura de um negócio (por exemplo, pousadas). Também cheque secretarias de negócio estaduais e ministérios envolvidos com o setor de escolha.
A informação também pode ser gerada pelo próprio potencial empreendedor. Em geral, quando vou escrever um novo plano de negócios, utilizo de entrevistas com outros empreendedores que já estão no ramo ou têm experiências passadas neste ramo.
Uma boa vasculhada em sua rede de relacionamentos pode levar a entrevistas interessantes. É surpreendente o quanto as pessoas se interessam em falar de seus negócios e ajudar a terceiros. Também é possível, se for o caso, obter alguma informação operacional sobre franquias com os próprios franqueadores que estão interessados, afinal, em expandir suas redes.
Uma terceira alternativa, muitas vezes esquecida, é a possibilidade de gerar os dados, por via telefônica ou por observação. Informações como preço cobrado podem ser facilmente obtidas através de mapeamento telefônico que, dependendo da situação, pode ser de baixo custo.
Por outro lado, uma simples tarde de observação na praça de alimentação de um shopping pode fornecer dados robustos sobre número de clientes, tempo de atendimento, número de funcionários, pessoal alocado e organização em turnos, para diversos tipos de restaurantes.
Note que decisões como o número de funcionários e as formas de divulgação são bastante dependentes das escolhas estratégicas definidas pelo empreendedor, até mais do que a média de mercado.
Recomendo, que, para esta decisão se utilize de alguma metodologia de planejamento de modelos de negócios, tais como o Business Model Canvas, que ajuda a pensar no posicionamento estratégico. Sabendo o posicionamento, fica mais fácil pensar nas influências do posicionamento sobre as decisões de força de trabalho e formas de divulgação do negócio.
Carlos Caldeira é professor de educação executiva do Insper
Envie suas dúvidas sobre primeiro negócio para pme-exame@abril.com.br.
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1. Negócio de casa
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São Paulo – É possível tocar uma empresa da própria residência? Os especialistas consultados por EXAME.com são unânimes: não só é possível, como é cada vez mais frequente. Isso porque
o recente aumento do desemprego forçou muitos ex-funcionários a
empreenderem por necessidade – e a falta de dinheiro faz com que muitos optem por trabalhar de casa em vez de comprar um ponto comercial, analisa João Bonomo, coordenador do Núcleo de Vocação Empreendedora do Ibmec/MG. “É muito interessante perceber que há homens, mulheres e casais empreendendo de forma doméstica. Muitas vezes esse negócio de casa fica tão mais rentável que vira a principal renda do casal e faz com que o trabalho fixo vire um bico, unindo os cônjuges no mesmo empreendimento.” Essa é uma tendência que tem tudo para crescer, afirma Rodrigo Amorim, professor da Business School São Paulo (BSP). “Além da questão da mobilidade nos centros urbanos, a tecnologia é cada vez mais presente. O barateamento dos computadores e a maior prestação de serviços de internet são alguns exemplos disso.” Além disso, a
possibilidade de o microempreendedor individual (MEI) poder usar o endereço da sua residência como local do negócio também impulsiona o “home office”. “Há um custo fixo menor e isso ajuda muito para que mais pessoas possam empreender. O MEI abarca várias profissões, como confeitaria e beleza”, explica Paulo Tavares, gerente do Sebrae/SP. Ficou animado com o plano de tocar o negócio da sua própria residência (ou onde você bem entender)?
Navegue pelos slides acima e confira algumas ideias de negócio que são ideais para o trabalho sem um ponto comercial.
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2. 1 – Artesanato
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O artesanato é uma ideia de negócio tradicional: várias pessoas já o fazem sem precisar adquirir um ponto comercial para expor, dependendo apenas do boca a boca. “É possível ir para feiras do setor apenas eventualmente, com o objetivo de expor seu trabalho e atrair novos clientes”, explica Bonomo, do Ibmec/MG. Hoje em dia, porém, abre-se uma nova possibilidade para quem não tem tanto boca a boca informal: vender o artesanato também pela internet, montando uma loja virtual e usando as redes sociais para divulgar o trabalho.
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3. 2 – Beleza
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A beleza é mais um setor conhecido para o trabalho em casa: uma situação muito vista é a empreendedora que oferece em sua casa ou garagem serviços de depilação, manicure e tratamento capital, por exemplo. “É um serviço de bairro, e é possível aproveitar a necessidade que sua vizinhança apresenta montando algo na sua própria residência”, diz Tavares, do Sebrae. Para isso, invista em boca a boca e também em serviços inovadores na sua área de atuação.
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4. 3 – Consultoria
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Você possuía um cargo analítico no seu último emprego – por exemplo, cuidando de marketing ou de recursos humanos? Uma saída comum nestes casos é abrir uma consultoria e trabalhar aconselhando seus clientes. Nesse tipo de negócio, não é necessário possuir um ponto comercial. “Acaba sendo indiferente para o cliente você ter um escritório em casa ou em outro lugar, já que é costumeiro que o empreendedor faça consultas no local pedido pelo contratante. Você pode investir em um site próprio para construir credibilidade em vez de investir muito mais em um ponto, por exemplo”, diz Amorim, da BSP.
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5. 4 – Cozinha
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Assim como os ramos de artesanato e beleza, os empreendedores que trabalham de casa no setor de alimentação também são tradicionais. Mesmo assim, tendo uma boa rede de contatos, é possível obter muito sucesso: há muitos negócios no ramo, mas também muita demanda. Alguns dos serviços mais conhecidos são as encomendas de salgadinhos e doces, por exemplo. “Você pode trabalhar cozinhando em casa sob encomenda, vendendo com base na sua rede de contatos. Outro serviço muito apreciado, especialmente em lugares que sofrem problemas de mobilidade, é oferecer a entrega em domicílio”, afirma Tavares. Outro ponto para conseguir se diferenciar da concorrência é pensar em nichos, afirma o gerente do Sebrae/SP. Por exemplo, ter a alimentação saudável como carro-chefe da inovação que você traz ao mercado.
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6. 5 – Desenvolvimento de aplicativos e software
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Se você pensa em abrir um negócio e sabe como programar, temos uma boa notícia: programar e empreender andam cada vez mais juntos. É possível montar sua própria loja virtual, trabalhar como freelancer para outros serviços de internet ou investir na programação de um aplicativo para smartphones – uma tendência dentro de um setor que já está em alta. “O mercado de aplicativos possui taxas de crescimento grandes e a pessoa que possui facilidade na área pode aproveitar esse grande nicho trabalhando de casa”, diz Tavares, do Sebrae/SP.
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7. 6 – Design gráfico
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Você é bom em programas de edição de imagens? É possível ganhar dinheiro vendendo materiais gráficos, como logos e banners, por meio da internet. O empreendedor pode usar sites como o We Do Logos para isso: há uma espécie de leilão entre designers e o projeto preferido pela empresa contratante ganha a possibilidade de realizar o serviço completo. Assim, você se destaca por o serviço ofertado e não precisa ficar apenas dependendo de sua rede de contatos. “Hoje, o computador e o wi-fi são necessidades básicas, mesmo para quem não tem um negócio. Por isso, trabalhar apenas por meio dele é uma alternativa para os que estão sem emprego e não têm como investir na criação de um negócio”, afirma Bonomo, do IBMEC/MG.
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8. 7 – E-commerce de nicho
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Montar uma loja virtual é um trabalho ideal para ser feito em sua residência: afinal, você basicamente precisa de um computador para trabalhar. Por conta de o espaço para estoque de produtos ser pequeno, uma boa aposta pode ser investir em um ramo especializado e pelo qual você tenha interesse. “Não dá para ter uma Dafiti ou um Submarino em casa, mas é possível montar e-commerces focados em partes do mercado que precisam desse atendimento virtual, como o mercado geek, por exemplo. É um tipo de empreendimento com pouco estoque e alta rentabilidade”, resume Amorim, da BSP.
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9. 8 – Franquia virtual
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Muitos empreendedores escolhem franquias por conta de uma busca por conta da segurança em haver um modelo já formatado de negócio. Uma tendência são as franquias que investem em operações mais enxutas e investimentos iniciais menores: para isso, muitas resolvem simplesmente apostar no digital e retirar qualquer custo fixo com ponto comercial. Bonomo, do Ibmec/MG, destaca principalmente as franquias que permitem que o empreendedor tenha uma página sua dentro do site, comercializando os produtos e ganhando uma porcentagem sobre o que é vendido – basicamente, uma revenda virtual. “Porém, é primordial ele ter uma boa rede de contatos para que franquias digitais deem certo”, alerta. Veja alguns exemplos de
franquias para quem quer trabalhar pelo computador.
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10. 9 – Organização de eventos
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Assim como as consultorias, é possível trabalhar de casa como organizador de eventos justamente porque é costumeiro o empreendedor visitar o cliente e não o contrário, afirma Amorim. É possível organizar desde festas infantis até casamentos, desde que você tenha experiência nessa área ou então procure se capacitar para isso.
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11. 10 – Prestação de serviços
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Atividades que o cliente não precisa visitar o prestador de serviço abrem a possibilidade de tocar o serviço da própria casa do empreendedor. Isso fica especialmente interesse se ele possui formação em uma área que permite esse tipo de atendimento na casa do cliente, afirma Tavares, do Sebrae/SP. Esse é o caso de contadores e de arquitetos, por exemplo. “A pessoa pode montar um escritório em cada e atender os clientes de lá. É possível interagir com o cliente remotamente ou visitando o local dos consumidores. Se realmente for preciso um local de reunião que não seja residencial, dá para alugar um espaço de coworking”, diz Tavares, do Sebrae/SP.
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12. Veja, agora, as novidades no mundo do franchising:
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