Tiago Dalvi, fundador do Olist: em novembro, a startup que conecta pequenas empresas a marketplaces recebeu 310 milhões de reais em uma rodada série D (Julia Yazbek-Endeavor Brazil/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 21 de dezembro de 2020 às 15h41.
Última atualização em 28 de janeiro de 2021 às 09h58.
Cada vez mais preocupada com a logística, a startup Olist acaba de adquirir a startup PAX, que era sua parceira de negócios há um ano. A companhia paranaense divulgou a informação nesta segunda-feira, 21, mas não tornou público o valor da transação.
A aquisição acontece um mês após o Olist receber um aporte de 310 milhões de reais em uma rodada série D liderada pelo conglomerado japonês SoftBank. Na época, o fundador disse que iria investir parte do valor captado em fusões e aquisições.
O Olist ficou famoso por assumir a venda de produtos de pequenos varejistas em grandes marketplaces, como Magazine Luiza, Americanas e Mercado Livre.
Para eles, como toda empresa que atua no comércio eletrônico, a logística no Brasil é um grande desafio. “É o principal detrator de vendas, sabemos que é um pilar estratégico do negócio”, disse em entrevista à EXAME Tiago Dalvi, fundador e presidente da companhia.
Desde o início, a empresa criou o Olist Envios, para assumir a gestão de frete dos clientes. Seu trabalho consiste em recolher os produtos dos pequenos lojistas, centralizá-los em seu centro de distribuição e depois enviá-los para o consumidor final.
Em 2019, a PAX entrou na operação como prestadora de serviço para ajudar a companhia a ganhar eficiência na coleta e centralização dos pacotes. Assim como um “Uber das entregas”, eles utilizam 2.000 motoristas parceiros para fazer rotas maiores de retirada dos produtos, chegando a rodar até 150 quilômetros.
Com isso, mesmo lojistas que vendem poucos pacotes por dia conseguem ter seus produtos despachados diariamente. Para o cliente final, isso significa que o intervalo de entrega cai de “cinco até dez dias” para de “um dia até três”, segundo Dalvi.
Com a aquisição, o Olist integra a PAX ao seu sistema de logística, que agora se chamará Olist PAX. A vantagem, segundo Dalvi, é que os clientes da empresa terão uma experiência única no seu processo de venda. Mas isso não significa que a startup adquirida deixará de atender seus outros clientes além do Olist.
Em 2021, os planos da companhia para o Olist PAX são ambiciosos. Além dos cinco hubs de entrega que possui em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre, ela irá abrir mais 30 pelo país, indo além das capitais. “As cidades pequenas tem pouco comercial de e-commerce ou são pouco competitivas? Vamos abrir hubs para sobrepassar essas limitações”, diz o fundador.
As fusões e aquisições também não devem parar no ano que vem. Dalvi diz que está analisando outras empresas nos setores de finanças e prestação de serviço para e-commerce. Sua meta é tornar os processos do Olist mais eficientes ao longo de 2021 e dobrar a companhia de tamanho mais uma vez, assim como aconteceu em 2020. “O digital vai continuar a crescer com expressividade”, afirma.