Loja do Coco Bambu: rede voltará seus olhos ao mercado nacional, mesmo que cheio de incertezas econômicas e políticas (Tadeu Brunelli/Coco Bambu/Divulgação)
Mariana Fonseca
Publicado em 19 de setembro de 2018 às 15h25.
Última atualização em 19 de setembro de 2018 às 15h30.
São Paulo - A rede de frutos do mar Coco Bambu é mais uma empresa na lista dos empreendimentos brasileiros que descobriram que as praias de Miami não estão para peixe. O negócio resolveu fechar sua unidade em South Beach, aberta no ano passado.
Há dois meses, EXAME apurou que o Coco Bambu repensava sua estratégia nos Estados Unidos. A unidade de Miami Beach apresentava um faturamento de 15 a 20% menor do que o previsto no plano de negócios do Coco Bambu. Afrânio Barreira, proprietário da rede de frutos do mar, esperava recuperar os ganhos no segundo semestre, com americanos fugindo do frio no norte do país.
O investimento no restaurante foi de 10 milhões de dólares (na cotação atual, 41 milhões de reais). O valor incluiu a escolha por um prédio histórico da região praiana estadunidense - "não vai passar desapercebido", disse Barreira perto da inauguração - e esforços de readequação do cardápio.
Na rede de avaliações Yelp, o restaurante de South Beach já consta como fechado. Procurado, o Coco Bambu confirmou o fechamento e ainda não revelou mais detalhes - incluindo se a inauguração de um restaurante em San Diego (Califórnia), prevista para fevereiro de 2019, ainda está de pé.
A notícia é mais um capítulo na saga de desgosto de diversos empreendedores brasileiros que queriam aproveitar um de seus destinos preferidos para faturar em dólares. As praias e as multidões de turistas escondem um cenário difícil: o mercado de Miami é dominado por concorrentes estabelecidos, o investimento é alto, o câmbio joga contra, e quem não se preparar para a baixa temporada pode ficar no prejuízo por boa parte do ano.
No caso do Coco Bambu, a decepção foi tanta que a marca decidiu continuar a surfar as ondas incertas do Brasil, com suas 28 lojas. Até agora, o foco no nacional deu resultados bem melhores do que os vistos em Miami: a rede só cresce desde 2014 e, no último ano, teve uma receita de 574 milhões de reais.