Atendimento via WhatsApp: clínicas buscam alternativas para pacientes com coronavírus (Visoot Uthairam/Getty Images)
Mariana Desidério
Publicado em 16 de março de 2020 às 15h31.
Última atualização em 16 de março de 2020 às 18h42.
Laboratórios e clínicas médicas estão se mobilizando para atender à demanda por exames e consultas relacionados ao coronavírus. O Brasil já tem 200 casos registrados da doença e a tendência é de aumento exponencial nos próximos dias.
A rede de centros médicos Dr. Consulta criou um serviço de atendimento virtual sobre o coronavírus. O serviço é voltado para quem está com sintomas relacionados à doença (como febre, tosse e coriza), que tenha tido contato próximo com algum caso suspeito ou confirmado da doença, ou ainda que tenha visitado continentes com maior propagação do vírus. O atendimento virtual é feito via chamada de vídeo pelo WhatsApp e custa 45 reais.
A rede percebeu um leve aumento na procura por orientação de pessoas com sintomas de gripe e ampliou sua capacidade de atendimento em cerca de 10%. “Estamos entrando no outono. O número de pessoas com problemas respiratórios aumenta e elas ficam mais tranquilas se tiverem uma orientação médica. Nosso papel é acalmar e diminuir a ansiedade da população”, afirma o CEO do Dr. Consulta, Renato Velloso. Dependendo do dia, o paciente consegue agendar atendimento virtual para a mesma data.
O Dr. Consulta também disponibiliza exames para identificar se a pessoa está ou não com coronavírus. O exame está disponível em todas as unidades da rede e custa 140 reais. Os pacientes que agendarem um exame desse tipo serão recebidos numa área específica da clínica para evitar o contato com outros pacientes. “Montamos uma estratégia para que a pessoa fique o menor tempo possível no centro médico”, explica Velloso. A rede tem hoje 55 unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
A rede de exames clínicos Labi vai disponibilizar uma cota de exames gratuitos para detecção do coronavírus. Serão dez coletas residenciais por dia na cidade de São Paulo, cerca de 50% da capacidade de coleta da rede. Os exames serão feitos mediante agendamento e pedido médico e serão gratuitos para pessoas com mais de 80 anos.
“A Labi surgiu para tornar exames mais acessíveis. O teste para coronavírus é caro e queremos dar acesso à população de risco e com baixa condição financeira”, diz Marcelo Noll Barboza, cofundador da startup de saúde. A empresa também está contratando mais funcionários. Por enquanto não houve nenhum caso de contágio na equipe, mas a Labi está se preparando caso seja impactada. “Nosso negócio não pode fechar, temos de continuar atendendo”, diz o empreendedor.
Já o laboratório Fleury lançou um teste de coronavírus há mais de um mês, mas optou por disponibilizar o teste apenas para hospitais parceiros. O objetivo é "garantir a realização do exame para os pacientes elegíveis, segundo os critérios médicos", afirma o grupo.
O grupo afirma que tem estoque suficiente para atender à demanda de seus hospitais clientes, tem feito checagens periódicas sobre a disponibilidade de insumos com seus fornecedores e está adaptando a rotina de trabalho na área de processamento de testes, para dar conta da demanda.