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Conta grátis e cartão: o plano do iFood para ser o “banco do restaurante”

Os mais de 236.000 estabelecimentos cadastrados no iFood podem usar a conta digital, gerenciada pela fintech MovilePay, para fazer suas transações

 (iFood/Divulgação)

(iFood/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 4 de novembro de 2020 às 12h34.

O aplicativo de delivery brasileiro iFood dá um novo passo para se tornar ainda mais presente nas rotinas dos restaurantes. A empresa anuncia que a partir de agora os donos dos 236.000 estabelecimentos registrados na sua plataforma terão acesso gratuito a uma conta digital gratuita gerida pela MovilePay, fintech do grupo Movile (dono de marcas como iFood, Sympla e Playkids). 

A conta faz parte da estratégia da empresa de se tornar o “banco dos restaurantes”, oferecendo apoio financeiro para a categoria. Em agosto, o grupo havia lançado um cartão pré-pago com bandeira Visa aos restaurantes.

“Com a Movile Pay, pensamos em como facilitar a usabilidade para os restaurantes, reduzir seus custos bancários e, em breve, também oferecer outros serviços financeiros para esses estabelecimentos”, afirma Ricardo Ubrig, diretor comercial do iFood.

Com o lançamento oficial da conta digital, que estava sendo testada desde abril por 1.000 restaurantes do país, a empresa reúne os serviços em um lugar só. Os empreendedores poderão fazer transferências, pagar boletos, antecipar recebíveis do iFood, colocar pagamentos via QR Code e realizar transações via o sistema de pagamentos instantâneos Pix, que será lançado oficialmente no dia 16 novembro no Brasil.

“Queremos ser parceiros desses empreendedores e esperamos que boa parte dos restaurantes esteja na conta digital nos próximos meses”, diz Daniel Bergman, presidente da MovilePay, em entrevista à EXAME.

O executivo afirmou que os planos da MovilePay para construir produtos para restaurantes foram acelerados pela pandemia.

“Antecipamos recebíveis e demos crédito fumaça, sem garantia, usando os pagamentos futuros do iFood para reduzir as taxas de juros [atualmente a partir de 1,99% ao mês]. Desembolsamos dezenas de milhões de reais nessa modalidade”, diz Bergman.

(EXAME Academy/Exame)

Com a conta digital, a fintech espera ter mais dados para poder oferecer taxas menores de juros nas linhas de crédito.

Nas duas primeiras semanas de abertura do sistema para cadastros, o aplicativo da conta digital do iFood foi baixado mais de 20.000 vezes. Até o final de 2020, a meta da empresa é ter pelo menos 100.000 contas ativas.

Depois da consolidação da conta no dia a dia dos restaurantes, a MovilePay quer entrar em outras frentes de negócio. “Qual é a principal dor do pequeno negócio? Eu diria que é a dificuldade de vender mais. Com a força do iFood, podemos ajudar a resolver isso reduzindo o tempo que os empreendedores gastam com gestão financeira”, diz o executivo.

Para viabilizar o projeto do iFood e da MovilePay de ser o "banco dos restaurantes", as empresas utilizam a tecnologia da fintech Zoop, também investida pelo grupo. A startup fornece soluções digitais para que varejistas dos mais diversos setores se especializem em serviços financeiros nichados.

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