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Conheça o restaurante que unirá arte e gastronomia no topo do MAC

O argentino Leo Sanchez está por trás de diversos bares de sucesso em São Paulo. Agora, aposta em um complexo gastronômico no topo do MAC, no Ibirapuera

Vista do Parque do Ibirapuera (Vista/Garoa Foto/Divulgação)

Vista do Parque do Ibirapuera (Vista/Garoa Foto/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 19 de maio de 2017 às 06h00.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2018 às 15h28.

São Paulo – O terraço do Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP), no bairro paulistano do Ibirapuera, receberá em setembro deste ano um enorme complexo gastronômico, após um investimento de seis milhões de reais.

Mais do que simplesmente um bar, um restaurante ou um espaço para eventos, o Vista – como será chamado o local – pretende fazer projetos que unam a arte do museu com uma releitura da gastronomia brasileira. Para isso, contará com uma área vasta, de 2.200 m²: 850 m² de área coberta e 1.400 m² a céu aberto, com vista para o icônico Parque do Ibirapuera.

Além de altas expectativas culturais com o empreendimento, as projeções empresariais também estão lá em cima: o Vista projeta ter um faturamento de 1,7 milhão de reais por mês, assim que abrir as portas, com uma média de 780 visitantes por dia.

Quem está por trás desse projeto é o argentino Leo Sanchez. O empreendedor possui anos de experiência no ramo de bares. Essa será sua primeira casa com ênfase na gastronomia – mas ele diz que usará várias lições aprendidas ao trabalhar com bebidas e entretenimento para impulsionar o novo negócio.

História empreendedora

Leo Sanchez é um dos sócios do negócio Indústria de Entretenimento, que possui muita experiência em desenvolver espaços para eventos: desde a procura do imóvel até desenvolvimento de branding e cardápio.

Ao todo, a Indústria do Entretenimento montou 40 casas pela América Latina. Alguns projetos notáveis foram a filial brasileira da Pacha, casa noturna de Ibiza (Espanha), e o comando do club Sirena, de Maresias, entre 2006 e 2011. Hoje, há quatro casas são de operação própria – por exemplo, o bar latino Rey Castro (2003) e o bar e hamburgueria The Sailor Legendary Pub (2011). O faturamento médio mensal da Indústria do Entretenimento é de 1,5 milhão de reais.

Leo Sanchez, do Vista e da Indústria de Entretenimento

Leo Sanchez, do Vista: empreendedor se especializou no ramo de bares, com casas famosas em São Paulo (Vista/Garoa Foto/Divulgação)

Porém, ressalta Sanchez, o projeto do Vista é diferente porque ele já possui o diferencial de estar associado a um ponto turístico: é um um edifício arquitetado por Oscar Niemeyer, ícone de brasilidade; está colado no Parque do Ibirapuera; e abriga o Museu de Arte Contemporânea da USP desde 2012.

Quando o prédio, que pertencia ao Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), foi reformado e deu lugar ao museu, já estava nos planos abrir um restaurante no terraço. Porém, até aquele momento, não havia nenhum projeto em andamento para tal.

Enquanto isso, os sócios da Indústria do Entretenimento procuravam novos locais para realizar eventos. Os empreendedores chegaram ao terraço do MAC e queriam assumir a responsabilidade do futuro restaurante, mas a situação era mais difícil do a de outras casas do grupo.

Por ser um prédio de propriedade pública, seria preciso olhar editais e participar de licitações. “Começamos a insistir, porque era uma judiação um local desse não ser ocupado por ninguém. Mas não sabíamos nem como participar de uma concorrência pública”, diz Sanchez.

Por isso, os responsáveis pela futura licitação convocaram um grupo de 30 empresários, incluindo Sanchez, e deram um workshop sobre como funciona um processo de concorrência pública.

Desses 30 representantes, 15 efetivamente participaram no edital, que se encerrou em maio de 2016. A Indústria do Entretenimento fez a proposta mais bem avaliada pelos representantes, e ganhou o direito de explorar o terraço do MAC em outubro do mesmo ano.

Entrada do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP)

Entrada do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP): edifício antigamente abrigava o Detran-SP (Vista/Garoa Foto/Divulgação)

Vista Café: porta de entrada

O Vista será dividido em dois locais do Museu de Arte Contemporânea: o Vista Café e o Vista, que abrigará o complexo gastronômico imaginado por Sanchez. A divisão foi elaborada a partir de um plano de negócios da consultoria PricewaterhouseCoopers, que indicou os pontos fortes de ambos os Vistas.

No mezanino, localizado no primeiro andar, haverá o Vista Café. O objetivo dessa área de negócio é focar nos 300 mil visitantes anuais do MAC, que até então não tinham outra opção de consumo dentro do museu. De acordo com o plano de negócios, o Vista Café pretende atingir 15% do público do museu. Será um “café cultural”, diz Sanchez: estantes, haverá livros de arte e arquitetura.

Já o cardápio é definido como “natureba”, para aproveitar o fato de estar colado ao Parque do Ibirapuera e seus muitos esportistas (outro público-alvo do Vista Café).

“Estamos negociando com o diretor do museu a criação de uma área de entrada própria, para que os consumidores possam entrar com seus cachorros – o que não é possível por meio da entrada do museu”, conta Sanchez. “O ‘dog friendly’ está muito em pauta, e temos uma hamburgueria em Pinheiros [Sailor] que já adota esse esquema e muitos moradores aproveitam passeios para comerem lá.”

O Vista Café está previsto para ser inaugurado nas próximas semanas, em junho. O ticket médio ficará em 35 reais.

Vista Restaurante: arquitetura, gastronomia e arte

No oitavo andar do MAC, que é o topo do museu, haverá o complexo gastronômico. Tal complexo contará com restaurante, três bares e um espaço para eventos.

Para liderar a cozinha (tanto do restaurante quanto do Vista Café), o chef paranaense Marcelo Corrêa Bastos entrou no negócio como sócio. Ele lidera hoje o Jiquitaia, restaurante que aposta em ingredientes brasileiros. No Vista também haverá os ingredientes nacionais, mas com uma apresentação mais “artística”, segundo Sanchez.

O ticket médio do Vista Restaurante ficará entre 90 e 120 reais. O restaurante abrirá apenas à noite na semana; no sábado, abrirá para almoço e jantar; e, aos domingos, fará um “brunch” especial.

Enquanto isso, os bares oferecerão drinks com “ingredientes esquecidos no país, como os da região Norte”, explica Sanchez, e um deles será especializado em frutos do mar e pratos como o ceviche peruano. O ticket médio será de 100 reais nos bares.

Sanchez também pretende aproveitar o espaço e a vista do local para realizar eventos externos. O Vista já realizou dois deles, antes mesmo das obras terem sido finalizadas: o Corona Sunsets e The Art of Heineken, ambos das duas cervejarias famosas. O local também foi palco de uma prova do programa “Masterchef Profissionais”, do canal de televisão Band.

Já uma ideia de evento interno é criar, mensalmente, “pop ups” que ligam arte e gastronomia: se o MAC possui acervos de Pablo Picasso, por exemplo, tal exposição pode ser associada ao convite de um chef espanhol para cozinhar jantares beneficentes no Vista.

O foco em eventos, que trarão um bom faturamento ao Visto, se relaciona ao seu grande destaque arquitetônico: a “modulação” do espaço interno de 850 m². Com tal modulação, o tamanho do restaurante e de um dos bares poderá ser alterado, a partir de paredes retráteis, e isso permite ser sede de eventos de vários tamanhos, internos e externos.

Segundo o plano de negócios da PricewaterhouseCoopers, o Vista prevê um faturamento médio mensal de 1,7 milhão por mês, com prazo de retorno do investimento de 36 meses. São esperados 780 clientes por dia contando todas as unidades de negócios e descontando o público dos eventos.

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