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Conheça o negócio por trás de lojas como Pernambucanas e Sky

Luis Fernando Miller e Giordano Afonso criaram em 2013 a Tatix, empresa que hoje opera o e-commerce de grandes varejistas.

Interior de loja da Pernambucanas: rede é uma das 16 grandes empresas atendidas hoje pela Tatix (Alexandre Battibugli/Exame)

Interior de loja da Pernambucanas: rede é uma das 16 grandes empresas atendidas hoje pela Tatix (Alexandre Battibugli/Exame)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 13 de dezembro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 13 de dezembro de 2017 às 06h00.

São Paulo – O que é uma ideia de negócio de sucesso? Futuros empreendedores logo pensarão em produtos e serviços que atenderiam suas próprias necessidades. Porém, muitas inovações lucrativas estão escondidas em atividades que não são tão perceptíveis ao observador distraído.

Esse é o caso da Tatix: ela é a responsável por cuidar de tudo que está por trás de grandes e-commerces, como o das Lojas Pernambucanas ou da operadora Sky. O negócio surgiu em 2013, a partir da experiência profissional dos empreendedores Luis Fernando Miller e Giordano Afonso.

“Chamou a nossa atenção a representatividade das vendas online, diante do total do varejo. Em 2016 o online representou cerca de 3% do varejo e, em 2017, deve representar 4,3%. É um valor baixo para o potencial do e-commerce no país, e nós nos sentimos preparados para surfar essa onda e abrir nosso próprio negócio”, conta Afonso.

Em 2017, a Tatix foi responsável por transacionar os 150 milhões de reais que passaram em seus e-commerces administrados – e faturou 30 milhões de reais com tal operação. Para 2018, planeja ampliar sua operação em número de clientes, em estrutura e em volume transacionado.

O e-commerce de tudo

Afonso e Miller trabalharam por anos no grupo Compra Fácil, que reúne e administra diversas operações de comércio eletrônico, e queriam colocar em prática seus aprendizados.

“Saímos do grupo em períodos parecidos e resolvemos empreender e continuar nossa trajetória profissional juntos, colocando de pé a Tatix”, afirma Miller.

Giordano Afonso e Luis Fernando Miller, da Tatix

Giordano Afonso e Luis Fernando Miller, da Tatix (Tatix/Divulgação)

O empreendimento já nasceu com a ideia de oferecer uma consultoria para administrar outras operações de e-commerce, tanto em aspectos estratégicos quanto operacionais, e atender diretamente também os consumidores finais desses e-commerces – um modelo de negócio conhecido como “B2B2C.”

Esse tipo de serviço foi batizado de “full commerce”: a Tatix constrói as lojas virtuais dos clientes e agrega diversas tecnologias, que vão desde os meios de pagamento até o controle de estoque e processos logísticos. A empresa tanto mantém o site funcionando, incluindo a parte de marketing de conteúdo e vendas, quanto hospeda os produtos de seus clientes em um centro de distribuição próprio, sendo responsável pelas entregas e pelo pós-venda.

“Para o contratante, oferecemos uma solução muito adequada, com soluções que podem ser maleáveis às suas necessidades. Basicamente, colocamos todo o e-commerce dele em pé, do jeito que ele quiser. Já para o consumidor final, oferecemos uma estrutura forte de atendimento”, afirma Miller.

A Tatix foca em atender grandes empresas, com necessidades estratégicas e logísticas igualmente grandes. Para se diferenciar de outras empresas – como o próprio grupo Compra Fácil -, os empreendedores afirmam que investem em customização e flexibilização de projetos.

“Percebíamos como executivos em grandes empresas que fazer uma personalização de atendimento, embalagem ou processo de um parceiro era uma dificuldade muito grande, porque tudo funcionava por unidades. Não conseguíamos atender clientes que tinham restrições específicas”, diz Afonso.

Alguns dos 16 negócios atendidos hoje pela Tatix são Calvin Klein, Peixe Urbano (na parte de seguros), Pernambucanas, Sky e Som Livre. “Não é uma carteira extensa, mas é qualificada. A média de ticket médio nos e-commerces dos nossos clientes é de 200 reais”, afirma Afonso.

A rede não divulga quanto cobra por projeto – os valores mudam muito a depender da inclusão da gestão fiscal dos e-commerces, registrando as compras no CNPJ da Tatix ou não -, mas o montante transacionado nas lojas virtuais foi de 150 milhões de reais em 2017. Nesse período, a Tatix faturou 30 milhões de reais.

Para atender a demanda, a Tatix possui três centros de distribuição, sendo que o maior está localizado em Embu das Artes (São Paulo). O negócio emprega 200 funcionários diretos e possui atualmente 100 mil itens em estoque, ou SKUs - conceito de Stock Keeping Unit, um código identificador de produto, já incluindo variações de cor e modelo.

Centro de Distribuição da Tatix, em Embu das Artes (São Paulo)

Centro de Distribuição da Tatix, em Embu das Artes (São Paulo) (Tatix/Divulgação)

Planos

Para 2018, a Tatix espera faturar 50 milhões de reais e ter 250 milhões de reais transacionados nas lojas virtuais atendidas, contando apenas os atuais contratos. O empreendimento está fechando dois novos contratos no momento e quer conquistar seis contratos em 2018.

Para dar conta do volume, a Tatix investirá 2 milhões de reais em seu maior centro de distribuição. “Nosso CD de Embu das Artes passará por uma ampliação de capacidade operacional. Iremos investir em verticalização, com andares que totalizarão 10 mil metros quadrados de piso operacional”, diz Miller.

Além do aporte nesse centro, a Tatix também espera construir estruturas regionalizadas de armazenagem, longe do eixo Rio de Janeiro-São Paulo.

“Estamos avaliando e negociando a expansão física para as regiões Sul e Nordeste. Com a proximidade, podemos atender melhor nossos clientes. Isso é bastante diferente do que o mercado costuma fazer, que é o foco em otimização máxima em torno de uma estrutura única”, completa o empreendedor.

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