Dúvida: (foto/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 15h00.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2017 às 15h00.
Afinal, como verificar o cumprimento do prazo de retorno prometido de uma unidade franqueada na prática? Vamos direto ao ponto:
Prazo de retorno da franquia = investimentos na implantação da franquia (taxa de franquia, ponto comercial, capital de giro inicial, reforma e construção, mobiliário, equipamentos, treinamento, contratações, taxas e autorizações e tudo mais) ÷ lucro líquido mensal (o que sobraria limpinho no final do mês).
Exemplo:
Investimento total: R$ 80.000,00
Lucro Líquido mensal: R$ 2.000,00
Portanto, o prazo de retorno é: 40 meses
Esse prazo de retorno é adequado? Não existe um prazo de retorno ideal ou mesmo adequado para uma franquia, mas sim aquele prazo que para você (e eu também) seja o mais rápido possível! O que você deve considerar é por quanto tempo você pode se manter antes de retirar dinheiro de sua franquia e qual é o seu limite de capital para investir.
Outro ponto importante: qual o melhor caminho para chegar mais rápido ao prazo de retorno? O ponto chave é o crescimento das receitas estacando as despesas. Em franquia, o caminho para isso é direto e bem simples: seu incansável trabalho. O resultado pode até mesmo antecipar o retorno esperado, e isso depende do seu trabalho e do seu envolvimento no negócio.
Sabendo tudo isso de antemão, confira como saber se o prazo de retorno prometido é realizável ou não na prática:
Algumas franquias que merecem sua desconfiança e uma minuciosa busca com franqueados que já instalaram unidades:
- Aquelas vendidas por corretores e intermediários, pois tendem a inflar resultados para facilitar a venda;
- Franqueadores que não possuem unidades próprias, pois nunca experimentaram o negócio na prática;
- Franqueadores que vendem muitos e diferentes negócios ao mesmo tempo, e que nunca operaram nenhum deles, não possuindo experiência e resultados do negócio;
- Franquias de Marca & Produto, nas quais a base da operação é sobre produtos comercializados para franqueados, e muito pouco (ou quase nada) do negócio;
- Franqueadores que possuem vários modelos do mesmo negócio e que não possuem experiência operacional em nenhum deles.
A boa notícia é que você optou por investir numa franquia e isso quer dizer que alguém (o franqueador) já percorreu esse caminho (investimento e lucro) antes, o que facilitará muito sua trajetória. Mas essas informações dadas por todas as franquias nem sempre são inteiramente confiáveis.
De que franqueadores você pode ter informações confiáveis:
- Tenham e operam unidades próprias, o que significa que realizaram o investimento e tiveram a oportunidade de conhecer o prazo real de retorno do investimento;
- Possuam apenas um modelo de negócio replicado dezenas, centenas de vezes tanto no seu tamanho (conhece necessidade de investimento) e operação (conhece as despesas e as receitas do negócio);
- Que detalha estas informações na Circular de Oferta de Franquias, demonstrando com clareza todas as necessidades de investimento e uma previsão de receitas e resultados gerados pelo negócio.
Qualquer que seja a franquia, a melhor fonte sempre será dos últimos franqueados que instalaram e operaram a franquia (nomes e contatos dever estar listados na COF – Circular de Oferta da Franquia).
Para aqueles que instalaram e inauguraram o negócio nos últimos seis meses, verifique os investimentos. Para aqueles que inauguraram há mais de dois anos, verifique as receitas, despesas e lucro, além de checar se prazo de retorno será ou foi aquele calculado e informado.
Entenda que o prazo de retorno que você conseguiu determinar é baseado em premissas e estimativas.
Existem variáveis nem sempre controladas por você, pelo franqueado que lhe passou informações ou mesmo pelo franqueador. Essas variáveis podem alterar a sua previsão de retorno, que só será realmente descoberta depois de realizar o investimento:
- Reforma e instalações: se você já passou por isso antes, sabe que há sempre diferenças para maior entre o orçado e o realizado;
- Realidade do local para salários e aluguéis e salários;
- Ponto comercial: a maioria das franquias não considera ou mesmo não passa este valor. Considere sempre como uma despesa e nunca como investimento (você não conseguirá vender);
- Capital de giro: dinheiro das despesas operacionais, que no início são sempre maiores que as receitas, até chegar ao ponto de equilíbrio (quando receitas e despesas empatam).
Marcus Rizzo é sócio-fundador da consultoria Rizzo Franchise.
Envie suas dúvidas sobre franquias para pme-exame@abril.com.br.