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Como ter sucesso nos negócios na era da inteligência artificial

Desenvolva produtos, e não ciência, indica Dilawar Syed, que já foi conselheiro da Casa Branca e hoje é empreendedor de sucesso

Robôs digitando em computadores (foto/Thinkstock)

Robôs digitando em computadores (foto/Thinkstock)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 10 de novembro de 2018 às 17h26.

Última atualização em 10 de novembro de 2018 às 17h27.

Nos últimos meses, inteligência artificial tem sido apontada como a salvação de vários negócios e o algoz de muitas carreiras. Muito se discute sobre o assunto, mas a área gera tantas dúvidas quanto tenta dar respostas. Entretanto, em um ponto os especialistas parecem concordar: a inteligência artificial vai ser o futuro e vai mudar a forma com que organizamos nossa sociedade.

Dilawar Syed, que já foi conselheiro da Casa Branca no Governo Obama, e passou também por posições executivas em grandes empresas, como Oracle e Yahoo, resolveu mais recentemente empreender e também pegar carona na onda da inteligência artificial.

No começo desse ano, Dilawar fundou a Lumiata, empresa que surge com a ambiciosa missão de usar inteligência artificial para reduzir os custos da área da saúde. Em uma fala no RD Summit, evento de marketing digital que aconteceu em Florianópolis (SC) entre 8 e 10 de novembro, o empreendedor contou um pouco dos seus aprendizados ao longo do caminho.

Desenvolva produtos, e não ciência

Um dos erros mais comuns, segundo Dilawar, é ver inteligência artificial e ciência de dados sob uma ótica muito acadêmica. “Você tem que responder a uma demanda de negócios, fazer o salto de ciência para produtos”, recomenda o empreendedor, que também dá outra dica às novas empresas: “comece com um problema, construa uma solução em torno dele, e use inteligência artificial como meio para resolvê-lo. Não force o uso de IA como uma solução”.  

Não reinvente a roda: adote as receitas de marketing que já existem

Embora a inteligência artificial tenha se popularizado só mais recentemente, velhas técnicas de marketing funcionam bem para esse mercado. Dilawar diz ter percebido que o modelo de negócios de SaaS (software como serviço) e até os formatos de precificação de outros negócios voltados para clientes corporativos funcionam muito bem com produtos de IA.

Honestidade intelectual deve ser a fundação da empresa

“Tenha certeza de que você não está prometendo mais que entrega”. Buzzwords e novos conceitos são o que não falta nesse mercado. Dilawar aconselha manter o pé no chão, “fazer perguntas difíceis” e entender o que realmente está sendo desenvolvido.

Além disso, trabalhar com IA e big data significa ter acesso a um vasto repositório de informações, muitas delas pessoais. Dilawar relata que é comum ser abordado por outras organizações que têm interesse nos dados para fins não relacionados à missão da organização. Ele revela que já foi, por exemplo, abordado algumas vezes por instituições financeiras interessadas em usar os dados de saúde armazenados pela Lumiata para calcular riscos na oferta de créditos. Nada feito, segundo ele. “É crítico entender as implicações éticas e legais antes mesmo de construir o produto”.

Construa uma experiência em torno das informações

“Quero que nossos usuários sintam a experiência todos os dias. Temos que resistir à tentação de simplesmente enviar uma planilha para nossos clientes”. Dilawar é categórico ao dizer que é extremamente importante construir um produto que “pegue”, que tenha uma interface legal, que os usuários queiram usar várias vezes ao dia – o que, convenhamos, não é tão fácil de fazer com planilhas.

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