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Como os mercadinhos estão vencendo grandes redes

Estabelecimentos de bairro concorrem com grandes redes apostando em atendimento e customização

O proprietário do Mini mercado Verdim, Renato Almeida Santos:  “Nossa vantagem é o
contato mais direto com o cliente” (Divulgação/Jornal de Negócios do Sebrae/SP)

O proprietário do Mini mercado Verdim, Renato Almeida Santos: “Nossa vantagem é o contato mais direto com o cliente” (Divulgação/Jornal de Negócios do Sebrae/SP)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 24 de dezembro de 2018 às 08h00.

Última atualização em 24 de dezembro de 2018 às 08h00.

Praticidade, agilidade e proximidade. Com essa trinca, os minimercados vêm ganhando espaço nas cidades brasileiras mesmo diante da concorrência das grandes redes. Nesses estabelecimentos, o proprietário costuma chamar os clientes pelo nome, avisa quando algum produto chega e pode até vender fiado.

Somente no estado de São Paulo, o número desses estabelecimentos – também conhecidos como mercadinhos de bairro – passou de 13,9 mil em 2014 para 22,6 mil em agosto de 2018. Um aumento de 62% em apenas quatro anos. Na capital, atualmente, são 5,2 mil minimercados.

“Um pequeno mercado tem mais agilidade e capacidade de adaptação que as grandes redes, pois tem maior poder de decisão sobre seus rumos”, afirma o consultor do Sebrae-SP José Eduardo Carrilho.

Para ele, por estar mais próximo das necessidades do cliente, o mercadinho é capaz de inovar e buscar soluções “personalizadas”. “As grandes redes são impessoais, tratam seus clientes em bloco, sem distinção. O pequeno mercado pode e deve fazer diferente”, diz.

Entre essas soluções, estão a aposta em um mix de produtos mais enxuto e voltado para o perfil do público da região, assim como em investimento em tecnologia para que o cliente posso experimentar uma boa finalização da compra.

“É fundamental que o cliente saia da loja com a sensação de que a visita foi agradável e sinta prazer em voltar. A agilidade, rapidez e eficiência são inerentes ao pequeno”, ressalta Carrilho.

Para quem está pensando em investir no setor, uma regra é fundamental: o sucesso de um mercadinho passa pela participação direta do proprietário no dia a dia. Isso porque um dos principais atrativos para os consumidores é a proximidade e o bom atendimento.

Acima do previsto

O empreendedor Renato Almeida Santos abriu há pouco mais de dois meses um mercadinho em uma rua bastante movimentada do bairro de Sumarezinho, em São Paulo. Junto com a esposa, eles já eram proprietários de outro mercadinho no bairro do Limão.

Mesmo próximo a dois supermercados, o novo estabelecimento está faturando até acima do previsto. “Estamos em um crescente. A nossa vantagem é que temos um contato mais direto com o cliente e as filas são menores que nos grandes supermercados. A nossa prioridade é o atendimento”, afirma.

O local onde funciona o mercadinho anteriormente era um hortifrúti, e está em um local próximo a muitos prédios residenciais e por onde muitas pessoas passam a pé diariamente.

“Trouxemos alguns diferenciais, como vinhos e produtos importados. Uma coisa vai chamando a outra. Não deixamos a desejar em termos de produtos. Nosso preço é um pouquinho maior (do que nos grandes mercados), mas a qualidade é melhor, as frutas e verduras são selecionadas”, observa Santos.

Essa não é a primeira experiência dele à frente de um negócio. Antes, abriu uma loja de chinelos, que acabou fechando. Como os sogros já atuavam na área, Santos e a esposa também decidiram investir – uma decisão que vem se mostrando acertada, segundo ele.

“As mercadorias circulam mais, temos mais giro. Vejo que temos um potencial grande de crescimento e o faturamento tem mostrado isso”, diz o empreendedor.

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