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Como não perder gente? Veja o que especialistas dizem

A capixaba Mariana Sarmento Stanger, sócia da Oficina de Doces, que faz bolos para festas, pediu ajuda a Exame PME para diminuir a rotatividade de empregados.

Mariana Stanger, da Oficina de Doces (Fabiano Accorsi / EXAME PME)

Mariana Stanger, da Oficina de Doces (Fabiano Accorsi / EXAME PME)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 20h14.

São Paulo - O entra e sai de funcionários pode prejudicar o crescimento de um negócio. “O treinamento de um novo empregado leva tempo e gera custos para a empresa”, afirma Ana Paula Azevedo, da Garcia Azevedo Consultores. A advogada Mariana Stanger, de 28 anos, dona da Oficina de Doces, que faz bolos para festas, está passando por esse problema.

“A taxa de rotatividade é alta na minha área, e isso afeta meu negócio”, diz. Ela recorreu a Exame PME, por meio da fan page do movimento Sou Empreendedor, para saber como motivar os funcionários a permanecer na empresa. Veja o que os especialistas recomendaram.

Plano de carreira

Uma das maneiras de conservar os funcionários é oferecer perspectivas de crescimento profissional. “A falta de um plano de carreira estruturado é um dos principais motivos para a maioria dos profissionais deixar o emprego”, afirma Jane Souza, da consultoria RH e Parceria. Não é preciso, porém, criar novos cargos e salários da noite para o dia.

“Planejar bem como os funcionários poderão crescer na empresa é fundamental.” Para isso, é necessário estabelecer metas de desempenho profissional atreladas a oportunidades de aumentos salariais, anuais ou a cada dois anos, definidos de acordo com as possibilidades da empresa.

Atenção: Depois de cada avaliação de ­desem­penho, o empreendedor deve conversar com o empregado sobre pontos positivos e negativos da atuação do profissional. “Esse retorno é fundamental para o funcionário saber como evoluir na carreira”, afirma Jane.

Prêmios

Oferecer bônus em dinheiro ou agrados, como viagens e jantares em bons restaurantes, a quem se destaca é outra medida que pode ajudar a diminuir a rotatividade de funcionários. “Caso a empresa não tenha recursos de sobra, os prêmios podem ser coisas simples, como ingressos para jogos ou peças de teatro”, diz Antoniel Silva, da consultoria Grant Thorton. “O mais importante é mostrar que a dedicação dos funcionários será recompensada de forma concreta, não só com tapinhas no ombro.”

Atenção: Antes de oferecer premiações e bônus, é necessário definir quais serão os critérios para ganhar essas recompensas e compartilhar as informações com todos os funcionários da empresa. “Isso evita que alguém se sinta injustiçado por não receber a bonificação”, afirma Silva.


“Criei um plano de carreira”

A Max Pinturas, empresa de pintura e isolamento térmico de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, teve por anos uma taxa de rotatividade acima de 10% ao ano. “Ofereço um ótimo treinamento aos novos empregados, e os concorrentes sempre fizeram ofertas agressivas a meu pessoal”, diz o empreendedor Roberto Padilha, de 56 anos, sócio da Max Pinturas.

Em 2011, 12 dos 98 pintores da empresa pediram demissão. “Resolvi então adotar medidas para evitar que isso acontecesse de novo.” Padilha criou um plano de carreira e bônus para os empregados mais produtivos. Depois disso, a rotatividade caiu pela metade e, em 2013, a empresa teve uma receita de 3,3 milhões de reais.

Benefícios

Outro ponto importante para não perder funcionários é conceder benefícios, como plano de saúde e odontológico e aposentadoria privada. “Hoje, várias pequenas e médias empresas estão oferecendo um bom pacote de benefícios para segurar o pessoal”, diz Ana Paula Azevedo, da Garcia Azevedo Consultores. “O custo nem sempre é alto”. As principais operadoras de planos de saúde têm opções mais em conta para negócios emergentes.

Atenção: As finanças da empresa não permitem que se ofereçam vários benefícios? A recomendação dos especialistas é começar com um plano de saúde. “Hoje, com as deficiências dos serviços públicos, trata-se de algo muito valorizado”, afirma Ana Paula.

Banco de horas

Quem não gosta de tirar um dia de folga, durante a semana, para resolver assuntos pes­soais? Para organizar a compensação dos períodos trabalhados a mais — e convertê-los em folgas —, é preciso criar um banco de horas.

“Esse tipo de acordo não tem custo para a empresa e deixa os funcionários mais satisfeitos e menos propensos a deixar o emprego”, diz Jane, da RH e Parceria. A empresa pode estipular que as folgas sejam tiradas em pe­ríodos de menor demanda na produção.

Atenção: Para que o banco de horas seja válido, a empresa deve registrar o acordo no sindicato dos trabalhadores. Por lei, as horas extras devem ser convertidas em folgas no período de até um ano. Se não for possível cumprir esse prazo, a compensação precisa ser paga em dinheiro.

Bem-estar

Criar ações voltadas para o bem-estar e a qualidade de vida dos funcionários é outra iniciativa que pode colaborar para conservar os empregados. “São atividades que incentivam o espírito de colaboração”, diz Silva, da Grant Thorton. Podem-se organizar programas que incentivem a prática de exercícios, como caminhadas e corridas, além da promoção de campanhas de prevenção a doenças, como hipertensão e diabetes.

Atenção: Nenhum funcionário deve se sentir coagido a participar de campanhas de qualidade de vida. A empresa deve deixar claro que as atividades são opcionais e não influenciam nas avaliações de desempenho.

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