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Como lidar com os sócios para se dar bem com eles?

O paulista Alexandre Maurício dos Santos pediu ajuda a Exame PME para melhorar a relação com seus outros dois sócios na Tesla Sistemas, que produz equipamentos industriais.

Alexandre dos Santos, da Tesla Sistemas: “Prefiro arriscar e eles são mais conservadores” (Daniela Toviansky / EXAME PME)

Alexandre dos Santos, da Tesla Sistemas: “Prefiro arriscar e eles são mais conservadores” (Daniela Toviansky / EXAME PME)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 13h50.

São Paulo - Relação entre sócios é parecida com casamento. No começo é lua de mel, mas quando as divergências surgem o relacionamento pode ficar abalado. É o que está acontecendo com o administrador Alexandre dos Santos, de 39 anos, e seus sócios, Leonardo dos Santos, de 38 (que também é seu irmão), e Alexandre Salles, de 33.

Eles são donos da Tesla Sistemas, que produz equipamentos industriais. “Os conflitos surgem porque temos perfis diferentes”, diz Alexandre dos Santos. “Eu suporto mais riscos, e eles preferem ser mais conservadores.” Veja o que os especialistas recomendam para melhorar esse tipo tão comum de problema.

Comunicação

O primeiro passo é ter uma conversa sobre as diferentes expectativas. “Cada sócio deve dizer como imagina a empresa daqui a dez anos e o que deve ser feito para que isso aconteça”, afirma o consultor Marcelo Toledo. É fundamental que os donos cheguem a um consenso sobre o futuro do negócio.

Eles também têm de definir as metas da empresa e os planos de curto e longo prazo para alcançar esses objetivos. “Ter as mesmas expectativas ajuda os sócios a discutir menos na hora de tomar decisões”, diz Toledo.

Atenção: Assim como os acordos pré-nupciais, os donos da empresa devem formalizar todos os acertos em um documento. Isso pode ser feito mesmo que a sociedade seja antiga — basta que as partes concordem com os termos. “Além disso, o contrato deve ter cláusulas que regulamentem o que será feito caso um dos sócios deseje sair da empresa”, afirma Toledo.

Convivência

As picuinhas do dia a dia, como se atrasar para reuniões ou problemas de organização do espaço comum, podem ser bem desgastantes. “Para resolver pequenos conflitos, os empreendedores devem criar regras internas que ajudem a melhorar o convívio”, diz o consultor Marcelo Scharra, da consultoria Inside.

Essas normas devem ser simples, como manter o escritório sempre organizado. “As regras de convivência ajudam a diminuir discussões que não estejam relacionadas à administração da empresa, que também são prejudiciais”, diz Scharra. Os horários de trabalho e as férias dos sócios devem ser previamente combinados. 

Atenção: Nas empresas em que os sócios são parentes, as normas de convívio devem evitar que os problemas familiares sejam levados para o local de trabalho. “Durante o expediente deve ficar estabelecido que os problemas familiares fiquem do lado de fora”, diz o consultor José Carlos ­Ignácio, da JCI consultoria.

Tarefas

Para que não haja conflitos sérios dentro da empresa, é fundamental determinar uma função para cada um dos sócios. Exemplo: um fica com a parte comercial e outro, com a área técnica. Depois da divisão, devem ser estabelecidas metas individuais. “Quando há uma separação do trabalho é possível avaliar o desempenho de cada um”, afirma Scharra. Nessa divisão precisa ficar claro que, estabelecidas as devidas competências, um sócio não pode desautorizar o outro.

Atenção: Deixe claro quais decisões poderão ser tomadas por apenas um dos sócios e quais deverão ser feitas coletivamente.

Conselho

Decidir em conjunto não é fácil, principalmente se o futuro da empresa estiver em jogo. Por isso, os sócios devem criar um conselho deliberativo para discutir os assuntos mais importantes, como pedidos de empréstimo. “Uma reunião de conselho deve ter uma pauta preestabelecida e as discussões registradas numa ata”, diz Toledo.

Dessa forma, os sócios criam o compromisso de sair da reunião com uma decisão. A ata serve para que a nova resolução seja lembrada e cumprida por todos os sócios e funcionários.

Atenção: Não faça reuniões para decidir um assunto que pode ser resolvido com uma simples troca de e-mails.

Mediação

Quando o consenso entre os sócios se torna impossível, uma das soluções é trazer uma pessoa de fora da empresa para mediar o conflito e emitir sua opinião sobre o assunto. Pode ser outro empreendedor ou um consultor que tenha experiência em gestão de empresas. “Um mediador ajuda a evitar que a discussão descambe para questões pessoais”, afirma Ignácio.

Atenção: O consultor ou empresário que for escolhido para mediar o conflito deve ser alguém que não esteja envolvido com o problema. Ele tem de ser imparcial e deve ser escolhido por todos os sócios da empresa.

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