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Como fazer uma proposta de salário irrecusável a um funcionário

A falta de preparação do entrevistador pode representar a perda de um trabalho considerável na busca pelo profissional apropriado.

 (Thinkstock)

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Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 15h00.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2017 às 17h52.

Qual a melhor abordagem para fazer uma proposta de salário a um candidato de emprego?

O empregador fará uma abordagem equivocada a respeito do salário toda vez que desconhecer os valores pagos pelo mercado ao cargo igual ao que oferta, e também quando não levar em conta a situação atual do candidato.

Isso representa a perda de um trabalho considerável na busca pelo profissional apropriado, sua pré-seleção e o tempo dispendido para isso. Portanto, alguns pontos devem ser observados na oferta do salário:

1. Saiba o que o mercado está oferecendo

Em primeiro lugar, como empregador, você precisa ter uma agenda para manter-se informado não apenas sobre o salário, mas sobre os benefícios que são oferecidos pelo mercado para cada cargo que ofertar em sua empresa.

Para isso, em eventos de networking, procure por executivos de RH, head hunters e outros empresários de seu porte dispostos a conversar sobre o tema. Coletar informações sobre o mercado é o primeiro ponto para montar a abordagem adequada.

2. Saiba o perfil do seu candidato

Também é importante conhecer a situação atual do candidato. Tudo o que você descobrir a respeito dele lhe dará tendências que ele vai seguir no curso da negociação.

É evidente que um profissional empregado em uma empresa maior que a sua e mais próxima à residência dele será, provavelmente, menos flexível em uma negociação.

3. Saiba os seus limites financeiros (e os do funcionário)

Tenha muito claro também quais são seus limites da oferta salarial. Cuidado para não achar que um candidato que aceita um valor muito abaixo do que o mercado paga é sempre bom para você.

Pois a crise vai passar e você pode descobrir que está com alguém muito ruim para ajudá-lo a crescer, ou incapaz de entregar o que precisa de maneira constante e consistente em momentos de pressão.

De posse dessas informações, a recomendação é você abordar o candidato falando sobre a remuneração dele, atual ou a mais recente. Em seguida, se ele puder revelar uma faixa salarial que pretende, ajudará muito a saber se está dentro de seus limites.

O problema com essa orientação é que o candidato bem preparado sabe que deve deixar o empregador revelar a oferta de salário primeiro. Portanto, se a pessoa não for clara nessa resposta, faça a oferta levando em conta os fatores mencionados anteriormente: mercado e situação atual do candidato.

Cuidado para não fazer uma oferta tão baixa que tire totalmente a vontade do candidato de se interessar pela vaga. Principalmente para cargos de gestão.

Afinal, mesmo a pessoa desempregada preferirá procurar por mais tempo a sujeitar-se a um valor aviltante. Além disso, ele ficará muito preocupado se deve aceitar trabalhar em uma empresa que não se incomoda em fazer uma oferta salarial desrespeitosa.

Tenha uma margem de negociação para cima e também possibilidades de carreira de curto, médio e longo prazo. Porque isso também conta na hora de o profissional avaliar sua oferta. Seja completo nas informações em termos de benefícios, pois eles devem ser considerados na avaliação do salário.

4. Saiba ouvir dúvidas e negociar um prazo de resposta

Tire todas as dúvidas do candidato e determine um tempo em comum acordo para resposta dele. Mais de 48 horas, em geral, não é apropriado. Afinal, se há uma necessidade na empresa e o interesse é mútuo, 24 horas devem ser suficientes na maioria dos casos para a reflexão.

Portanto, o principal para fazer uma abordagem correta é o preparo de quem vai fazer a oferta. Pois, desse modo, terá condições de elaborá-la com base no mercado e nas possíveis expectativas do candidato em função de sua situação atual; estará apto a prever possíveis argumentos dele e como responder, saberá os limites da oferta e que tempo aguardar para a resposta.

Ao fazer isso, as chances de sucesso aumentam e possibilitam a contratação da pessoa certa para enfrentar os desafios que assumirá dentro da empresa.

Sílvio Celestino é sócio-fundador da Alliance Coaching e autor do livro Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para sua Carreira.

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