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Como esta startup aproveita o tempo ocioso no salão de beleza para faturar

A b.drops criou um canal de televisão exibido exclusivamente nos salões, unindo estabelecimentos e marcas a consumidoras

Salão de beleza com televisão da b.drops: presente em 700 estabelecimentos, dos pequenos às redes (b.drops/Divulgação)

Salão de beleza com televisão da b.drops: presente em 700 estabelecimentos, dos pequenos às redes (b.drops/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 6 de julho de 2019 às 08h00.

Última atualização em 6 de julho de 2019 às 08h00.

As marcas precisam aproveitar cada vez mais os momentos ociosos de seus potenciais consumidores -- seja enquanto eles assistem a um vídeo, navegam nas redes, fazem uma viagem por um aplicativo de mobilidade urbana ou até realizando procedimentos em um salão de beleza.

Aproveitando a oportunidade escondida nos cerca de 600.000 salões presentes no país, os empreendedores e irmãos Felipe e Frederico Viante criaram a b.drops, startup que instala televisões nos estabelecimentos e transmite seu próprio canal, combinando produtos e serviços dos salões com marcas anunciantes.

O negócio está presente em 700 estabelecimentos e 100 marcas já anunciaram com a startup, como Arezzo, Mini Extra, Nestlé e O Boticário. Neste ano, a b.drops espera atingir 1.000 salões de beleza e dobrar seu faturamento em relação a 2018.

Oportunidade de negócio

Os irmãos Felipe e Frederico Viante tiveram a ideia para a b.drops em 2010, ao verem telas pequenas e grandes com promoções instaladas em estabelecimentos da China e da Europa. Ao trazer a ideia para terras brasileiras, analisaram o mercado de publicidade brasileiro e perceberam que a maioria dos produtos ou eram feitos para mulheres ou elas que tomavam a decisão de compra em 66% dos casos. As televisões deveriam, portanto, estar perto delas.

“Pensamos primeiro em colocar as telas nos supermercados, mas a negociação era difícil. Partimos então para o segmento de beleza, com donos de salão carentes de marketing e tecnologia para melhorar o relacionamento com as consumidoras”, conta Felipe.

Felipe Viante e Frederico Viante, da b.drops

Felipe Viante e Frederico Viante, da b.drops (Eugenio Goulart/b.drops/Divulgação)

Com televisões de canal próprio, o dono do salão pode divulgar produtos e serviços que as clientes desconheciam até o momento. As publicidades próprias são intercaladas com a de marcas, que ganham um novo canal de comunicação com potenciais consumidoras. Já as frequentadoras do salão se entretêm enquanto esperam no salão de beleza -- elas vão ao estabelecimento 2,7 vezes por mês em média, permanecendo cerca de 1h30.

A primeira tela da b.drops foi instalada em 2012, em Curitiba (Paraná). A startup atuou localmente durante quatro anos, até obter o primeiro investimento para uma expansão nacional. A b.drops já captou 3 milhões de reais de investidores anjo e realiza uma nova rodada no momento, de 2 milhões de reais. 

As televisões da b.drops estão em 700 salões de beleza principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Campinas e Curitiba. Os clientes vão desde pequenos estabelecimento até redes de salões, como Jacques Janine, Celso Kamura, Marcos Proença e Soho.

Os estabelecimentos não pagam pela instalação das telas e nem pela produção de clipes com seus produtos e serviços, a serem transmitidos. Podem adquirir serviços extras, como a exibição de postagens nas redes sociais com a hashtag do salão. De acordo com a d.drops, a veiculação gera um aumento médio de 40% na contratação dos produtos e serviços anunciados.

Cerca de 100 marcas já anunciaram no canal da b.drops, como Arezzo, Eudora, Land Rover, Mini Extra, Nestlé e O Boticário. A entrega da b.drops é medida pelo fluxo de clientes nos salões. Um salão médio atende de 2.000 a 2.500 consumidores por mês, enquanto os maiores recebem até 20.000. A veiculação de propaganda parte de 2.000 reais por mês, mas o ticket médio é de 50.000 reais mensais para anunciar em toda a rede de salões da b.drops.

Planos de expansão

A b.drops se insere no mercado de “mídia fora de casa” (out of home, ou OOH). A participação desse segmento no investimento de publicidade foi de 2,2% a 8,4% entre os anos de 2015 e 2018. Hoje, o OOH perde apenas para a televisão aberta e para a internet em preferência dos recursos publicitários.

A startup cresce acima da média do mercado de mídia fora de casa. A b.drops não abre faturamento, mas afirma dobrar receita e salões atendidos anualmente desde 2016. Até o final deste ano, a b.drops projeta chegar a 1.000 salões em beleza e dobrar seus ganhos. Em três anos, espera alcançar 8.000 estabelecimentos. A equipe de 35 pessoas, localizada no Itaim Bibi (São Paulo), expandirá para 50 até a virada para 2020. 

A depender do tamanho do setor de beleza e das centenas de milhares de salões pelo país, não faltará espaço para a b.drops colocar televisões.

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