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Como escolher a franquia certa para você

Num universo de cerca de 3 mil redes franqueadoras disponíveis no Brasil, escolher a marca certa pode ser uma tarefa árdua. Veja como fazer:

escolha, dúvida, alternativas, caminhos, decisão (Thinkstock)

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Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 14 de junho de 2016 às 06h00.

São Paulo – As franquias podem ser ótimas alternativas para quem quer empreender, mas não tem experiência para montar um negócio do zero. Porém, num universo de cerca de 3 mil redes franqueadoras disponíveis no Brasil, escolher a marca certa pode ser uma tarefa árdua.

ABF Franchising Expo, feira que acontece a partir de amanhã em São Paulo, é uma boa oportundade para conhecer algumas marcas. Mas como escolher a melhor para você? 

Veja a seguir alguns passos fundamentais na hora de decidir em que franquia investir:

Descubra o que você gosta de fazer

Abrir uma franquia pode não ser nada barato, e por isso muitos interessados iniciam sua escolha com base no investimento inicial de cada marca. Para o consultor Marcus Rizzo, este é um erro grave.

“Quando você se orienta pelo valor do investimento, não escolhe por sua identificação. E pior que ter um emprego que você não gosta é ter um negócio com o qual você não se identifica. Certamente será um fracasso retumbante”, afirma.

Outro erro de muitos empreendedores é querer investir na “franquia da moda”, contando em aproveitar uma tendência e sem se preocupar muito com o setor de atuação da marca. Segundo Altino Cristofoletti, vice-presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising), isso pode trazer problemas sérios no futuro.

“A primeira pergunta que ouço é: ‘qual é a franquia da moda?’ Na realidade, o empreendedor deveria se perguntar: ‘com qual negócio eu tenho mais afinidade?’ Tem que escolher algo em que a pessoa estará feliz na maior parte do tempo”, afirma.

Portanto, a primeira missão de quem quer abrir uma franquia é saber o que gosta de fazer. Porém, não se engane. Essa pode não ser uma tarefa assim tão simples. “Não basta gostar de pizza, tem que gostar de fazer e vender pizzas”, exemplifica Rizzo.

“Se a pessoa pensa em montar algo no varejo, ela precisa observar como se sente lidando com pessoas, por exemplo. Muitas vezes é importante procurar ajuda profissional para traçar esse perfil pessoal”, aconselha a consultora Cláudia Bittencourt.

Avalie sua situação financeira

Uma vez que você já descobriu os setores que mais te agradam, é hora de olhar para o próprio bolso e ter consciência de quanto poderá investir.

“O empreendedor deve levar em consideração que precisa ter dinheiro para o investimento inicial, o capital de giro e o montante necessário para cobrir suas despesas pessoais até que o negócio comece a dar resultado”, explica Cristofoletti, da ABF.

Portanto, se você tem 200 mil reais guardados, não dá para querer abrir uma franquia cujo investimento inicial é de 200 mil. É preciso fazer as contas e separar uma reserva.

Outro ponto fundamental, segundo o vice-presidente da ABF, é contar com o apoio da família. “Abrir uma franquia exige muito trabalho, e pode significar reduzir o padrão de vida familiar pelo menos no início. Sendo assim, fica difícil o negócio dar certo se o seu time não está jogando a seu favor”, aconselha.

Pesquise, pesquise, pesquise

Agora que você já tem uma ideia real do quanto poderá investir, é hora de pesquisar as marcas que mais te agradam. Selecione três ou quatro marcas e vá em busca das informações necessárias. Para isso, a primeira dica é: fale direto com o franqueador.

“Algumas redes contratam terceiros para vender a franquia ao empreendedor. Só que essa pessoa vai fazer promessas que quem vai ter que cumprir é o franqueador. Portanto, é mais garantido fazer a conversa direto com ele”, avisa Marcus Rizzo. Aproveite e visite uma unidade própria do franqueador, para conhecer de perto o modelo de negócio.

Outra dica fundamental é conversar com atuais e ex franqueados da marca, para saber como é a relação com o franqueador e quais as principais dificuldades daquele negócio (com certeza elas vão existir).

O importante é reunir o máximo de informações possíveis sobre as redes em que você está interessado, e não ter medo de fazer perguntas, por mais bobas que elas possam parecer, recomenda Cláudia Bittencourt. É fundamental que você se sinta completamente seguro antes de fechar o negócio.

“Conforme você for colhendo os dados, faça uma planilha comparando as marcas. Assim você terá um quadro visual das vantagens e desvantagens de cada uma”, aconselha a consultora.

Não deixe de solicitar a COF (Circular de Oferta de Franquia). Neste documento estão detalhes importantes sobre o modelo de negócio, além dos contatos de todos os franqueados e aqueles que deixaram a rede nos últimos doze meses. Outra informação importante que você encontra na COF são as pendências judiciais da rede, explica Marcus Rizzo.

Peça ajuda

Todo este processo de seleção não é simples e, se bem feito, pode levar até três meses. Para quem não está familiarizado com o universo do franchising, uma possibilidade é buscar ajuda especializada, seja para orientá-lo em todo o processo, seja para momentos pontuais.

“Se você não tem familiaridade com números, contrate alguém para analisar as planilhas da franquia junto com você”, aconselha Bittencourt. Também é importante contar com auxílio para ler os documentos da franqueadora.

Quando tiver sanado todas as dúvidas, é hora de finalmente escolher a marca que mais te agradou. O trabalho duro começa agora. 

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