Homem preocupado com seu negócio digital: o empreendedor não está livre de tropeços e até de quedas neste tipo de empresa (BartekSzewczyk/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 19 de dezembro de 2016 às 15h00.
Última atualização em 20 de dezembro de 2016 às 09h38.
Os principais erros de quem decide apostar em um negócio digital
Investir em um negócio digital é mais fácil em alguns aspectos – não é preciso estar no melhor ponto comercial da cidade e nem pagar aluguel, por exemplo. Além disso, os custos de manter uma operação 24h e sete dias por semana são muito menores nesse tipo de negócio, e o varejista ainda consegue atender consumidores em todo o país.
Enfim, são muitas as vantagens. Mas isso não significa que o empreendedor estará livre de tropeços e até de quedas.
De maneira prática e objetiva, para fugir de armadilhas, os três principais pontos de atenção devem ser: definir uma estratégia de segmentação (estudar minimamente o mercado antes de escolher com que produto atuar); definir quais serão os diferenciais do seu negócio frente a concorrência; e preparar-se para manter um bom controle de estoque.
Há vários outros aspectos que podem e devem ser considerados na hora de abrir um negócio, mas a experiência mostra que negligenciar esses três pontos é um erro bastante cometido por empreendedores na hora de investir online.
Já foi o tempo em que o comércio eletrônico se resumia à venda de CDs, livros e informática. Esses foram, de fato, os primeiros itens adquiridos por compradores online quando o e-commerce começou no Brasil – há mais de 20 anos.
Atualmente, é possível comprar praticamente tudo pela internet: produtos de casa e decoração, roupas, eletrodomésticos, colecionáveis, peças automotivas e mais uma infinidade de categorias de produtos. Isso é bom, pois amplia a oferta e as oportunidades de negócios, mas também exige que o empreendedor faça a escolha certa sobre em qual categoria atuar.
Pesquisar o mercado – concorrência e fornecedores – é essencial. Além disso, é aconselhável conciliar o objeto do negócio àquilo que o empreendedor tem afinidade. Por exemplo, escolher vender produtos de pet shop apenas porque este é segmento que está em alta, sem ter qualquer simpatia por animais, pode não ser um bom negócio.
O ideal é equilibrar as coisas: pesquise por segmentos de produtos que têm potencial de mercado e escolha, entre eles, aqueles que você mais conhece e/ou tem afinidade. Isso aumenta a chance de sucesso do negócio e, tão importante quanto: o torna mais prazeroso.
Depois de encontrar o seu foco de atuação, estude maneiras de diferenciar o seu produto ou serviço das ofertas que já existem no mercado.
Não adianta negar: a concorrência sempre existiu, sempre existirá e no e-commerce ela é ainda mais acirrada. Mas isso não é um problema, pelo contrário! A concorrência, quando realizada de maneira saudável e dentro das regras do mercado, é positiva.
É possível diferenciar seu negócio de diversas maneiras. A mais conhecida é pelo preço, mas hoje o consumidor já valoriza outros aspectos, como variedade de oferta, atenção no atendimento, customização do produto, pós-venda eficiente e muitos outros. A proposta é exigente, mas é sim possível fazer diferente do que já existe no mercado.
Por fim, mas não menos importante: gerenciar o estoque. É algo que pode parecer fácil e até banal, e você até pode perguntar-se se "não é só controlar as entradas e saídas?". Mas esse é o “calcanhar de Aquiles” de muitos e-commerces, pois é um dos maiores geradores de custos para o negócio.
Estoque demais é dinheiro parado e exige gastos com manutenção logística; estoque de menos pode significar perda de vendas por falta de produtos à pronta entrega. O segredo está em equacionar esses dois extremos.
Para operações menores, o controle manual do estoque é possível, apesar de exigir muita atenção de todos os envolvidos para evitar erros. Já para uma loja virtual média, o investimento em um sistema de gestão tecnológico se faz necessário.
Um sistema ERP, por exemplo, permite controlar automaticamente as entradas, emissões de notas fiscais, separação de produto no estoque e despacho da mercadoria. Da fluidez dessa operação depende todo o resto: oferta do produto, entrega no prazo e o mais importante: a satisfação do cliente.
Helisson Lemos é presidente do Mercado Livre no Brasil.
Envie suas dúvidas sobre negócios digitais para pme-exame@abril.com.br.