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Como deve ser o salário dos sócios de uma startup?

A remuneração dos empreendedores é uma questão importante e delicada, já que a decisão errada pode levar ao fracasso.

Dinheiro: sombras sobre notas de Real (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dinheiro: sombras sobre notas de Real (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 11h40.

Como deve ser o salário dos sócios de uma startup?
Respondido por Cassio Spina, especialista em startups

Uma startup costuma ter recursos limitados. Por isso, uma remuneração elevada iria consumi-los rapidamente. Mais importante do que isto, os recursos existentes devem ser destinados primeiro para a conquista de clientes. Só com dinheiro de novos negócios em caixa é que os sócios podem pensar na remuneração.

Se seu negócio já recebeu investimentos e tem recursos em caixa, não significa que o salário pode aumentar. Certamente o investidor quer que o capital seja gasto com o negócio. Vale lembrar que o importante em uma startup é a “execução” e não a ideia. Por isso, o aporte que os empreendedores fazem é com seu trabalho. Logo, se recebessem um salário equivalente ao que ganhariam no mercado, é como se o seu aporte fosse efetivamente nulo.

Como o investidor normalmente é minoritário, não faz sentido para ele que seu investimento seja utilizado para pagar salários de mercado para os sócios que tem a maior parte do negócio, sem que ainda esteja gerando lucro. Os recursos existentes devem ser direcionados para a geração de negócios, lembrando que mesmo que o plano de negócio original preveja que o investimento é suficiente para pagar salários de mercado, na prática sempre acaba faltando dinheiro.

Esta é uma questão que precisa ser bem pensada, em especial antes de ser apresentada para investidores, pois é chamada de “deal breaker”, isto é, motivo para não efetivação do investimento.

É importante que o empreendedor, na medida do possível, tenha alguma reserva para seu sustento durante a fase de lançamento do negócio e/ou tenha condições de se sustentar com uma remuneração bem menor do que a que teria como funcionário de uma empresa.

É claro que nenhum investidor quer que os empreendedores “morram de fome”, por isso, é possível negociar uma ajuda de custo para sustentar suas necessidades básicas. Quando a empresa estiver lucrando, nenhum investidor irá se incomodar com uma boa remuneração para os sócios executivos que estão gerando o sucesso.

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