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Como criar um negócio de alto impacto e escalável

Especialista afirma que não significa que negócios pouco escaláveis não são bons negócios ou que não conseguirão se tornar grandes

Mulher aponta gráfico (Carl Dwyer/SXC/SXC)

Mulher aponta gráfico (Carl Dwyer/SXC/SXC)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 06h00.

Criando um negócio de alto impacto: ganhando escala.

Escrito por Arthur Valadão, especialista em empreendedorismo

Um dos critérios mais importantes que a Endeavor avalia nos empreendedores de alto impacto é a escalabilidade de suas empresas. Além de sonhar alto e atender um grande mercado potencial, a Endeavor busca empreendedores à frente de negócios escaláveis. Esses empreendedores têm grandes chances de crescer aceleradamente e nós acreditamos que negócios que crescem rápido são alavancas para o crescimento econômico de um país.

Por que ser escalável? 
Normalmente negócios cujo produto ou serviço demandam grande customização para um cliente, ou cuja venda e produção dependa de hora-homem especializada, não são considerados escaláveis. Isso acontece porque o crescimento dessas empresas exige a contratação de novos colaboradores para atender à demanda, gerando um aumento de custos proporcional.

Já um negócio escalável consegue minimizar a dependência de funcionários. Isso permite que a empresa cresça mais rápido e ao mesmo tempo aumente sua margem, já que suas receitas crescem mais do que suas despesas.

Mas, existem diferentes graus de escalabilidade: um negócio pouco escalável é aquele que tem um produto ou serviço que precisa ser vendido, produzido e depois entregue de maneira customizada para cada cliente através de funcionários altamente treinados como, por exemplo, uma consultoria. Para cada nova venda de projeto é preciso que um sócio experiente identifique o problema do cliente para depois um grupo de consultores dedicarem alguns meses para entregar uma solução única.

Por outro lado, um negócio escalável é aquele que consegue ao máximo automatizar essas atividades. É o caso de um e-commerce, cuja força de vendas é um site, no qual os produtos industrializados e a logística são delegados a fornecedores. 

Entre esses dois existem empresas mais e menos escaláveis. A principal variável que determina a capacidade de escala é a quantidade de horas de funcionários necessária para executar essas etapas de venda, produção e entrega (não podemos esquecer de incluir na conta as horas de treinamento que esses funcionários precisam receber).

Todo negócio já nasce escalável?
Nem sempre, mas é possível fazer adaptações para conseguir escala, padronizando e buscando um modelo replicável. Um bom caso para exemplificar isso é o do Bruno Balbinot, da Ambar. Ele conseguiu “produtizar” o serviço de instalação elétrica para grandes construções.

Normalmente, esse tipo de serviço em obras é algo muito customizado, que depende de mão-de-obra especializada e acaba gerando muito desperdício. Então resolveu criar processos padronizados e simplificar a instalação. Dessa forma, o serviço se tornou mais previsível e confiável, e reduziu em 80% a necessidade de mão de obra especializada.

Isso não significa que negócios pouco escaláveis não são bons negócios, ou que não conseguirão se tornar grandes. Existem consultorias com milhares de funcionários, em escritórios pelo mundo todo que são muito lucrativos.

Mas o negócio escalável consegue crescer muito mais rápido e, por isso, tem mais facilidade para atrair investidores. Dessa forma, compreender o potencial de replicabilidade e escalabilidade é um bom caminho para o empreendedor que está se preparando para crescer.

Arthur Valadão é gerente de Busca e Seleção de Empreendedores da Endeavor Brasil.

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