Edrone: empresa tem 60 funcionários hoje e pretende contratar mais 100 ao longo do próximo ano para seguir crescendo (Edrone/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 19 de outubro de 2020 às 15h00.
Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 13h17.
Os negócios às vezes tomam caminhos inesperados. Em 2016, quando os poloneses Michal Blak e Rahim Blak decidiram deixar suas carreiras no mercado marketing digital para fundar a startup Edrone, de software para e-commerce, eles não imaginavam que a empresa iria crescer em direção ao Brasil. Hoje, o país é um dos principais mercados da startup, com 150 dos seus 1.500 clientes do mundo.
A entrada na América Latina só surgiu como uma opção viável de expansão em 2017, quando a dupla conheceu o executivo brasileiro Felippe Pereira, que assumiu a tarefa de trazer os serviços da startup para o seu país natal. Atualmente, dos 60 funcionários da companhia, 14 são dedicados ao mercado brasileiro.
Com a pandemia, que acelerou o e-commerce globalmente, a startup viu um crescimento astronômico. Só no Brasil, houve um crescimento de 130% desde o começo do ano. "O negócio decolou de uma maneira absurda, o varejo entendeu que o e-commerce não é mais opção", diz Pereira.
Para acelerar sua expansão na América Latina e no leste europeu, a companhia acaba de captar um investimento de 5,3 milhões de dólares.
A startup vende assinaturas de um software de gestão de e-commerce para médias e grandes empresas do mundo todo. Entre seus clientes, estão marcas como Converse e Lupo.
A tecnologia da Edrone coleta os dados dos usuários dos e-commerces de seus clientes. Com isso, ela consegue personalizar as interações com os consumidores, alterando a vitrine do site, disparando e-mails de marketing e notificações por push e SMS. O objetivo é que as lojas gastem menos com aquisição e retenção de clientes.
O serviço é cobrado com base na quantidade de e-mails enviados por mês. O preço inicial da mensalidade é de 890 reais, o que garante 50.000 disparos.
O investimento série A foi dividido entre dois cheques. O primeiro, de 2,5 milhões de dólares, veio do fundo PortfoLion, parte do grupo bancário OTP Group, com sede na Hungria. O segundo, de 2,8 milhões de dólares, foi concedido pelo Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (NCRD) da Polônia para financiar a pesquisa de desenvolvimento da assistente de voz da empresa, a AVA.
Com o investimento externo, o primeiro da história da companhia, a empresa pretende triplicar o tamanho das equipes de desenvolvimento, suporte e vendas. Além disso, vai continuar a investir na pesquisa da AVA — a meta é que a assistente consiga conversar e resolver os problemas dos clientes do e-commerce de maneira fluida.
A projeção dos sócios é expandir o faturamento de 1,8 milhão de euros em 2020 para 3,5 milhões em 2021. No Brasil, onde a startup fatura 2 milhões de reais por ano, o objetivo é mais que dobrar a receita, chegando a marca de 4,5 milhões até o final do próximo ano.
O desafio vai ser encontrar profissionais bons em todas as regiões em que atuam para conduzir o plano de expansão. "Precisamos garantir boas pessoas nas áreas de suporte e sucesso para que todos os novos clientes tenham uma experiência incrível conosco", afirma Pereira.