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Com sofás 'first price', Mundo Móveis fatura R$ 34 mi e mira venda nos EUA

Os empreendedores Hugo Batista e Diego Gewehr apostaram na venda de sofás a preços baixos pela internet há cinco anos e devem ter vendas 70% maiores só em 2022

Diego Gewehr e Hugo Batista, sócios da Mundo Móveis, de Birigui (SP): 21.000 sofás por mês (Divulgação/Divulgação)

Diego Gewehr e Hugo Batista, sócios da Mundo Móveis, de Birigui (SP): 21.000 sofás por mês (Divulgação/Divulgação)

LB

Leo Branco

Publicado em 13 de fevereiro de 2022 às 08h00.

O empreendedor Hugo Batista construiu em cinco anos um negócio de 34 milhões de reais ao apostar na ideia de vender sofás pela internet.

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Batista é fundador da Mundo Móveis, fábrica de Birigui, no interior paulista, especializada em móveis "private label", sem marca própria e vendidos em lojas virtuais focadas em preços baixos e em lançamentos semanais de produtos. 

Com produção de 21.000 peças ao mês, a Mundo Móveis é atualmente uma das principais fornecedoras de artigos de decoração para o e-commerce Mobly, um dos principais do país. “Estamos entre as cinco principais fabricantes de sofás do país”, diz Batista.

Só em sofás, o carro-chefe da empresa, são 12.000 unidades por mês divididos por 60 modelos. Nas contas da Mundo Móveis, 93% das vendas de estofados de preços mais baratos (os chamados 'first price') no Brasil são de produtos fabricados ali.

A ideia para o negócio veio depois de ao menos três décadas de experiência de Batista como representante comercial junto a fornecedores de grandes varejistas como a Via, dona das marcas Ponto e Casas Bahia. 

Batista via o mercado pouco preparado para mudanças importantes no consumo de artigos para casa. A chegada de novos consumidores, com menos renda, porém mais bem informado, puxava a demanda por itens com decoração mais bem acabada a preços mais em conta. 

Um sofá dois lugares first price na Mobly, por exemplo, sai a partir de 749 reais, ante uma média de 2.000 reais em varejistas convencionais. 

“A popularização de compras online facilitou também a venda de itens de artigos de decoração para esse público, que até então não era o foco principal das varejistas”, diz.

Ao lado do sócio e primo Diego Gewehr, que trouxe a experiência em processos após anos na linha de produção de indústrias como a Embraer, ambos aproveitaram estruturas fabris desativadas em Birigui, cidade de 124.000 habitantes no interior paulista conhecida como o polo do calçado infantil. 

“Muitas indústrias calçadistas fecharam por causa da concorrência com produtos da China”, diz Gewehr. “O know-how industrial da mão de obra local já estava lá, foi só o caso de adaptar para a produção de artigos de decoração.” 

A empresa conta hoje com 43 mil m² de área de fábrica, divididas em três unidades. São cerca de 500 funcionários diretos e quase 700 indiretos.

A pandemia mostrou a validade do modelo da Mundo Móveis. Com mais gente em casa, prestando atenção a pontos de melhoria na decoração (ou à falta dela) e sem poder bater perna em lojas de móveis como antes, as vendas online dos produtos da Mundo Móveis explodiram.

Em 2020, a empresa registrou o maior crescimento da sua história o faturamento foi praticamente o triplo do ano anterior. Em 2021, a expansão foi de 40%. Para 2022, a expectativa é crescer pelo menos 70%.

Para 2022, a meta é conquistar clientes em outros países. Escritórios de negócios nos Estados Unidos e na Inglaterra foram abertos nos últimos meses. 

A estratégia, por ora, é repetir o modelo de fabricar móveis white label para venda em lojas virtuais focadas em preços baixos. 

A expectativa é faturar ao menos 4 milhões de dólares em vendas neste primeiro ano.

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