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Com kits prontos, startup promete facilitar a vida na cozinha

Ela surge como uma alternativa às marmitas e ao delivey, diz Daniella Mello, fundadora e CEO do Cheftime

 (Cheftime/Divulgação)

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Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 13 de outubro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 6 de maio de 2019 às 18h31.

São Paulo - Cozinhar em casa pode ser uma delícia, mas pensar em um cardápio, fazer supermercado, lavar e cortar todos os ingredientes pode dar muito trabalho. Para resolver esse problema, a Cheftime envia ingredientes preparados e na medida certa para a casa de seus clientes.

Criada em 2015 e com investidores como a Movile, dona do iFood, por trás, a startup faturou 2,2 milhões de reais em 2017 e planeja chegar ao dobro desse valor este ano e a três vezes em 2019.

Ela surge como uma alternativa às marmitas e ao delivey, diz Daniella Mello, fundadora e CEO do Cheftime. A inspiração para a criação do negócio veio da rotina dos próprios fundadores, que têm uma rotina corrida mas gostam de cozinhar. "As pessoas podem enjoar de um restaurante, mas não da sua própria comida", diz ela.

É possível comprar um prato avulso ou escolher receber vários pratos por semana, em um esquema de assinatura. Os pratos da semana incluem salmão na laranja e açafrão, risoto de bacalhau com alcaparras e tomate seco e panqueca de grão de bico.

São nove opções de receitas semanais, com assinaturas flexíveis a partir de R$69,70. Além do esquema de assinatura, o consumidor também pode pedir kits individuais, quando bater a preguiça ou para ocasiões especiais. A empresa também vende produtos voltados para o Natal, dia dos namorados e outras datas comemorativas.

Além dos pratos desenvolvidos pelo próprio Cheftime, a empresa ainda vende refeições criadas por chefs famosos, como o Sassá, do restaurante Sassá Sushi.

A empresa já tem mais de mil assinantes, a maior parte formada por casais jovens, e atualmente atende a região do ABC, Grande São Paulo e Campinas.

Para evitar que o consumidor tenha trabalho para preparar as refeições, 10 pessoas trabalham na produção dos kits. A montagem é feita com uma antecedência de poucos dias e a comida é entregue em sacolas térmicas, para que o alimento se mantenha fresco.

Um dos desafios da Cheftime logo no início foi montar a base de fornecedores para cada categoria de alimentos, já que o cardápio é diferente a cada semana. "Em uma semana em que temos um prato oriental no menu, vamos até a Liberdade, bairro de São Paulo, para buscar ingredientes específicos", diz a empreendedora.

Experiência

Ao contrário de muitas startups, a Cheftime foi criada por pessoas já experientes, que passaram por grandes companhias e até por outras startups.  Daniella Mello, uma das fundadoras, trabalhou por mais de 10 anos na Unilever e comandou a Airu, do grupo Rocket Internet.

Já Guilherme Bonifácio é um dos quatro fundadores do iFood. No time também está Hugo Godinho.

Mesmo com todo essa experiência na mesa, os fundadores passaram seis meses pesquisando o mercado de foodtechs, ou startups voltadas à alimentação, para verificar se a ideia era viável. "As pessoas estão super ligadas em programas de gastronomia na televisão e a marmita saudável é uma tendência", afirma a fundadora.

A alimentação é um dos últimos nichos a entrar no comércio eletrônico e sua participação ainda é muito pequena. Os supermercados online ainda estão na idade da pedra. Em uma pesquisa feita pelo banco UBS, apenas 1,3% dos consumidores afirmou ter comprado itens de supermercado pela internet nos últimos 12 meses. É a segunda menor categoria no comércio eletrônico, com apenas 0,4% de participação nas vendas totais.

Além do mercado brasileiro, a empreendedora se inspirou no mercado norte-americano. Lá, a venda de alimentos pela internet movimenta 3,2 bilhões de dólares.

No ano passado, a Blue Apron, empresa com o mesmo perfil da Cheftime, fez a sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), mas passou os meses seguintes em uma queda livre de quase 80%. Despediu quase 300 pessoas de seu time, ou 6% do total, enfrentou dificuldades para abrir um novo centro de produção e uma possível concorrência com a Amazon.

Mello não se preocupa com o exemplo negativo. Para ela, o caso da Blue Apron, assim como Plated e Hello Fresh, outras startups de entrega de ingredientes fracionados, apenas mostram que o mercado e a demanda existem e o terreno para o crescimento dessas startups é fértil.

“Quando essa categoria explodir, estaremos aqui para participar desse movimento", diz.

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