Anderson Locatelli, fundador e presidente da Sled: a empresa permite que mercados, farmácias e lojas de conveniência ofereçam saques bancários a seus clientes (Sled/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 5 de março de 2021 às 12h42.
A startup Sled (antiga Troco Simples), conhecida por simplificar as transações financeiras do varejo físico, acaba de receber um aporte de 7 milhões de reais da gestora brasileira Astella Investimentos. Em 2019, o fundo liderou a rodada anterior da startup, de 2,5 milhões de reais.
“Este segundo aporte da Astella reforça que estamos no caminho certo. A confiança que depositam em nós representa que estamos conseguindo cumprir com nosso objetivo: tornar o caminho do dinheiro fluido e sem atrito”, diz Anderson Locatelli, fundador e presidente da Sled.
O investimento veio para que a companhia possa expandir sua equipe, de 50 para 80 pessoas, investir em tecnologia e lançar novos produtos no mercado. "Os futuros lançamentos da Sled nos dão ainda mais confiança de que o canal que estão construindo junto ao varejo e pontos-de-venda pode ser remunerado de diversas formas”, afirma Laura Constantini, fundadora e sócia da Astella.
A Sled foi fundada em 2016 por Locatelli, ainda com o nome de Troco Simples. O primeiro produto da empresa ajuda os varejistas a substituir as moedas do troco por um pagamento digital, feito diretamente no CPF do cliente. Assim, os lojistas evitam perder centavos com arredondamentos e reduzem os custos com a obtenção de moedas.
Em média, o serviço gera uma economia de 1.300 reais por mês para as lojas, que precisam pagar uma mensalidade para poder usar a ferramenta. Hoje, 1.500 pontos de venda ao redor do Brasil são clientes da Sled.
Com esse contato diário com o varejo físico, a startup percebeu que havia outras oportunidades de digitalização financeira dos pontos de venda. Então, em novembro de 2020, os sócios transformaram a Troco Simples em um produto debaixo do guarda-chuva da Sled.
"Queremos transformar as lojas em verdadeiros caixas eletrônicos", afirma Locatelli. A ideia da empresa é que clientes de supermercados, farmácias e lojas de conveniência possam usar seus cartões para fazer saques bancários diretamente no caixa do ponto de venda.
Segundo o empreendedor, isso ajudaria as lojas a digitalizar o fluxo de dinheiro em espécie sem precisar recorrer a empresas que fazem transporte de valor. Além disso, os saques poderiam atrair mais clientes para as lojas. Para a startup, a oportunidade é enorme: estima-se que o varejo transacione 300 bilhões de reais em espécie por ano.
O serviço será lançado no final de março com duas grandes redes nacionais, que vão disponibilizar saques em pelo menos 1.000 lojas. Para estimular outros varejistas a adotar a solução, a Sled vai pagar centavos por toda transação feita no varejo.
Dos bancos, a startup vai cobrar uma taxa pelo serviço. Como hoje eles já precisam pagar para poder oferecer saques nas redes de caixas eletrônicos multibanco, a empresa acredita que a adesão ao produto será fácil. "Vamos cobrar pelo menos 40% menos que as outras redes", diz o presidente.
A meta da companhia é chegar ao final de 2021 com pelo menos mais oito grandes redes nacionais usando o produto de saque, somando 8.000 pontos de venda. Na frente de trocos digitais, o objetivo é passar de 2 milhões de trocos entregues para 10 milhões. "Como em 2020 paramos a expansão para construir novos produtos, pretendemos crescer pelo menos 500% este ano", diz Locatelli.